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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PRIMAVERA PRECOCE



Maria Cecilia Graner Fessel

Na estação preguiçosa na chegança
Ainda há brisa fria nas folhagens -
Craque-craqueando aos pés as folhas secas
Vamos andando em nossa marcha mansa.

Em festiva loucura, a Natureza,
Desatinada neste estranho  inverno
Exibe flores vermelhas e amarelas
Mesclando ciclos do grande ciclo eterno.
E enquanto elas, já se crendo em primavera,
Abrem-se ao ar, despertando antes do sono,
Há jambolões avermelhando as trilhas,
E jatobás esfacelados pelo tombo
(Expondo entranhas verdes em suas quilhas)
Como se agora ainda fosse outono!

A Bandeira chacoalhada pela brisa
Cria no mastro metálicas batidas
E as borboletas bêbadas de néctar
Aos rituais do amor são atraídas.

No céu, três pára-quedas multicores
Brotam de nave em vôo solitário:
Dois bem-te-vis, no prédio centenário
Zombam, com trinados, dos motores...

Crianças puxam pipas de papel de seda
No redondo gramado ressequido.
Jovens  e idosos, em trilhas e veredas,
Caminham lento ou em passo decidido.

Em tudo a Vida provoca movimento,
É a Esperança a gerar continuidade.
A Primavera vê chegado seu momento,
Enquanto o tempo inaugura nova idade...

Um comentário:

  1. Maria de Fátima Rodrigues5 de outubro de 2012 às 10:15

    Maria Cecilia... estonteante descrição do cenário! A Primavera fica encantada com teu poema! Bjs.

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