Dulce Fernandez
No
remoinho traiçoeiro do momento
O
grito do CORONAVIRUS soa
perverso
E,
compreender o tempo de Pandemia, de espera,
É
um enorme desafio.
De
quarentena, no final da quaresma,
Foram
dias desumanos, cruéis,
Sem
participar dos atos religiosos,
Assistimos
perplexos, o rolo compressor,
Esmagador,
avançar ceifando vidas.
Então
na vasta pulsação da natureza,
O coração
da Terra vai batendo devagar, devagarinho.
Parece
querer parar de vez.
Anjos
curiosos debruçam-se das alturas
Para
nos ver como frágeis brinquedos de papel.
Ruas
desertas, há medo, desespero, esperança...
Caminho
dentro de mim buscando o equilíbrio,
Sei
que tudo que tem vida, com o tempo, envelhece,
Enfraquece,
enruga, murcha e se torna pó.
E
de repente, de repente surgem antigas perguntas:
E agora? E
depois? O que vai acontecer?
Serei
sombra nua e fria e nada mais
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