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domingo, 31 de agosto de 2014

É VERÃO...


Maria de Fátima Rodrigues

No Verão da Vida os sorrisos são sinceros.
A alegria de não ser mais adolescente tem algo de vitória, de liberdade, não sabemos nada ainda sobre saudade.
Tem altas colinas que sonhamos em subir, e sem medo de cair, iniciamos os primeiros passos destemidos...
Seremos diferentes, não cometeremos os mesmos erros de “gente” que não entende de estratégias, de médias, de rainhas, de reis. Nem sabem jogar xadrez!
O tempo anda devagar, o vento sopra a favor.
O que entendemos de dor?
Nosso corpo é quente, sempre está calor.
No verão da Vida não temos pressa, no caminho paramos para descansar, jogamos  “conversa fora”, não nos importamos se a fila não anda, e na gente ninguém manda, nem adianta tentar!
O sol não vai sair do lugar, para que se estressar? Onde está o bom humor? O negócio é ter calma, nada de preocupação... pai está lá, mãe sempre desculpa, tia dá umas broncas, irmã empresta aquela roupa.
O emprego não é bom, sai de lá. O namorado é chato, tem nada não, para encontrar o cara certo tem ainda tempão.
 Somos fortes, o mundo poderá ficar em nossas mãos! Alguém duvida? Paga então prá ver então.
Nada sabemos das outras estações, a Primavera nem foi importante, o presente é eterno, nós ficaremos velhos? Tem certeza?
Ah, que é isso,  nunca fugirá de nós a beleza.
Teremos serenidade para enfrentar o outono, leveza.
Existem pedras na estrada, tiramos do caminho. Chegamos de madrugada, aquele sono não vai nos fazer falta, teremos tantos créditos.
O que é errado, o que é certo?
No verão da Vida pensamos que tudo é eterno...

Mas, o amanhã... estará logo ali, ao virarmos a esquina do tempo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

NÃO FIQUEMOS CHATOS PELA IDADE



Plinio Montagner

Está aposentado? Acabou o dinamismo? Ficou sem plateia e não tem mais em quem mandar? Se vire! Só não faça uma coisa: não se aposente se for para ficar aporrinhando a família. A velhice é dura mesmo.
O Elixir da Longa Vida - de Irving Wallace, é um excelente de ficção. O protagonista era um cientista que havia inventado um remédio que prolongava a vida, mantinha a beleza e o dinamismo. Nem imaginem os perigos que ele passou.
Ficar velho, doente, e feio, ninguém quer. Mas fica. O tempo é inexorável e não tem sentimentos. Só no plano da ficção a juventude é eterna.
Não há quem conteste, mas o elixir da juventude e da longa vida é o amor, a fé, a família, o dinamismo, o trabalho, uma ocupação, mesmo seja o melhor da vida: os prazeres (de repente não era pecado...).
Quem tem um mínimo de energia deve consumi-la, fazer um jardim, regar as plantas, brincar com os netos, dançar, fazer compras, cozinhar, lavar pratos.
O pior que pode acontecer ao aposentado, fora a doença, é a perda de amigos e a indiferença; daí a melancolia toma conta da pessoa. Aposentar e ficar parado não é bom para ninguém.
Não quero nem pensar em instituições – Lar dos Idosos,  Melhor Idade, Terceira Idade, Melhores Anos, Pedaçinho do Céu, Anos Prateados, Lar disso e Lar daquilo, os nomes são bonitos, mas só amenizam a tristeza.
No entanto, essas instituições, quando boas, podem ser um lugar melhor para morar do que com uma família sem condições de ficar ao lado do idoso.  
Os melhores anos da vida são os da infância e da juventude.
As cidades têm clubes e praças onde há diversão e se joga de tudo: truco, vinte e um, tranca, mexe-mexe, dama, e também onde se joga conversa fora. Mas não são lugares para morar.
Para reconquistar a liberdade, o idoso precisa reconquistar sua independência afetiva, voltar a gostar de si mesmo, e talvez fosse bom morar um pouco distante da família, noutra casa. Suas coisas ficariam no mesmo lugar, o radinho, a lanterna, o canivete, o cortador de unhas, a tesourinha, as revistas e jornais não iriam parar no lixo, ouviria as músicas do seu tempo, assistiria à TV e dormiria a qualquer hora. E ainda poderia zanzar pela casa à vontade.
Se a família vive num apartamento fica mais difícil. Se possível o idoso deve viajar e parar de ficar economizando.
O idoso deve se vestir bem. Nada roupas e chinelos gastos, óculos antiquados. Deve ficar diferente. Comprar perfumes caros. Deixar a barba crescer se tiver vontade e tomar todos os chopes e vinhos que não foram tomados (se o médico concordar...).
 Quem perdeu a vontade para essas coisas boas é porque a melancolia já chegou. Agora precisa ser enxotada com urgência.
Ninguém vai se preocupar também se você vai ou não à missa, ou, se de repente, ficou ateu ou achou seu Deus. Tenha o melhor plano de saúde. Isso é importantíssimo para não empobrecer a família.
Cultivar a arte da amizade é importante. Quem se sente velho, ou se for mesmo, deve conversar bastante, ler, contar piadas, e às vezes, se refugiar onde existe silêncio. Se de repente se sentir só, vá à casa de um amigo, mesmo sem ser convidado. Dê presentes. Se puder, esteja atento a datas de aniversários.
A Internet é uma amiga que põe o mundo diante do nosso nariz. E é mais fácil mexer com o computador do que se imagina.
Não seja daqueles tipos de velhos mal cheirosos, relaxados. Corte o cabelo no melhor barbeiro e frequente a manicure. Seja elegante. Aposente suas bermudas velhas e os óculos antiquados. Use óculos escuros, da moda. Não pare de dirigir. Faça implantes, pinte o cabelo caso não se sentir bem com os seus; seus amigos não vão ligar.
Implicância? Zero! Deixe o cachorro do vizinho latir à vontade nem implique com o lixo fedorento que deixaram na porta de sua  garagem.
Quer viver feliz com sua família? Se for para criticar ou dar conselhos, feche a boca. Não se intrometa na vida do genro, da nora, da sogra, nem de ninguém.
Existe um vício que se torna pior na velhice. É a presunção. Presunção para tudo, sem saber que muitos chegam ao fim da jornada tão ignorantes quanto eram no início dela.
A velhice é momento da reflexão e deixar a razão para os outros mesmo se tiver certeza de que está certo.

Os anos vividos não são privilégios para sermos donos da verdade, nem ranzinzas nem repetitivos. E quando estiver batendo papo conte só uma vez suas histórias...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Trovas para 27 de agosto, Dia do Psicólogo



Olivaldo Junior

O prazer do bom psicólogo
é poder falar com alguém,
pois o ato de um monólogo
não ajuda mais ninguém.
Conversar, desabafar,
por em xeque sua vida...
Eis os verbos a tocar
bem no meio da ferida.
Com a força do diálogo,
se constrói um novo ser;
o passado, só catálogo,
o presente a envelhecer.
Terapia é necessária
para olhar o que se fez
com a vida imaginária
que dizia: Era uma vez...

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Na hora do pôr do sol


Leda Coletti

           Paisagem e que paisagem inesquecível daquele pôr do sol, no forte de São Mateus em  Cabo Frio no estado do Rio de Janeiro!
Do alto, via as pedras maiores que circundavam a pequena praia à esquerda de onde nos encontrávamos, as quais de quando em quando eram banhadas por ondas fortes, formando espumantes cascatas, cujos sons chegavam até nós. Fiquei a observá-las e a pensar: “este abraço efusivo demonstrará alegria ao tentar experimentar algo diferente no meio terrestre, ou será um apelo de socorro para retornarem para distantes águas do mar?” Peço para me fotografarem nesse cenário tão deslumbrante. Nesse instante para minha surpresa  surge uma gata prenha miando tristemente ao meu lado.
      O vigia do local nos comunica delicadamente que o horário de visitas acabou. Dialoga com o outro funcionário que irá colocar a gata num saco plástico e a levará longe dali. Sinceramente temi pelo seu destino, pois não o achei compassivo pela situação. Concluo que a achou invasora do local público e que ele deve zelar pelo patrimônio público. E pensar que ela sem saber procurou abrigo para ter seus rebentos num forte e lhe negaram apoio!
Descendo pelo caminho das pedras, outra cena me faz parar e fotografar. É a de um pescador não longe das areias da praia, jogando a rede de pesca, tendo como espectadora a imponente e garbosa garça branca e mais distante uma gaivota, que de repente levantou voo e numa velocidade incrível desceu em linha reta e fisgou um pequeno peixe. Não satisfeita repete o mesmo ato para outra investida. “Como a luta pela sobrevivência é voraz”, reflito em silêncio.
Estamos agora em terreno firme perto da pequena prainha, onde os barcos de pescadores estão chegando, após mais um dia de trabalho. Um bando de gaivotas sobrevoa o local, e outras mais afoitas entram nas embarcações à procura de petiscos. As vozes dos pescadores se misturam ao grasnar dessas aves na tarde que já está findando.
Mais um giro até o mirante próximo para a despedida do mar que continua beijando as rochas e deixando vir até nós os ecos de seu hino relaxante. É hora de voltar ao hotel, situado nesta orla litorânea. Vamos deixando para trás o forte que neste momento está iluminado por holofotes. Andando pela areia macia vou imaginando como era a vida das pessoas que habitavam essa redondeza, quando ele foi construído. Não deixo de pensar na sua finalidade: a luta para salvaguardar homens, mas sobretudo  bens materiais, a eterna luta da humanidade.
            Mais uma vez tivemos a oportunidade de ficar com o melhor: apreciar as belezas infindáveis desse Brasil tão cheio de contrastes, sobretudo nesta tarde, apreciando o pôr do sol belíssimo na hora do Ângelus

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Medalha de Mérito Cultural 2014 - Literatura

A escritora e poetisa Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto foi escolhida para receber a Medalha de Mérito Cultural/2014 na área de Literatura.
Carmen integra a Academia Piracicabana de Letras, cadeira no 19, Grupo Oficina Literária de Piracicaba e Centro Literário de Piracicaba


terça-feira, 19 de agosto de 2014

SEMAC divulga premiados do II PRÊMIO ESCRIBA DE CRÔNICAS



Fonte: SEMAC

A Prefeitura de Piracicaba, por meio da SEMAC (Secretaria Municipal da Ação Cultural) e Biblioteca Pública Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto, definiu os vencedores do 2º Prêmio Escriba de Crônicas, em 2014.
O campeão foi Ricardo Lahud, do Guarujá (SP), com o texto “Quanto vale um homem com os bolsos vazios”, que receberá R$ 4 mil. O segundo colocado foi Rogério Geraldo Lima, de Palmeira (PR), com “O Saci é Nosso”, que receberá R$ 3 mil. O terceiro colocado é Carlos Augusto de Almeida, de Três Rios (RJ), com “Dicionário de uma vida inteira”, que será premiado com R$ 2 mil. O Troféu Especial “Melhor de Piracicaba” vai para Ivana Maria Negri, que receberá como premiação R$ 1.500.
A segunda edição do Prêmio Escriba de Crônicas teve a participação de 356 inscritos, cada um com duas crônicas, dos quais 13 participantes são de Piracicaba. A participação nacional foi marcante, com inscrições dos seguintes estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Acre, Pará, Roraima, Piauí, Maranhão, Amazonas, Espirito Santo, Paraíba, Tocantins, Goias e Amapá, além do Distrito Federal. Foram registradas ainda inscrições de Portugal, Japão, Estados Unidos e Reino Unido.
A Comissão Julgadora foi formada por: Alessandra Cristina dos Santos Adorno, Carmen Pilotto, Erick Tedesco Gimenez, Luiz Antonio de Souza e Jaime Leitão. Os premiados, assim como outros trabalhos selecionados, alguns contemplados com menções honrosas, vão compor um suplemento.
Realizado pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural (SEMAC), o Prêmio Escriba acontece anualmente, alternando a cada ano a realização do Prêmio Escriba de Poesia, Prêmio Escriba de Contos e o Prêmio Escriba de Crônicas.
“Essa é mais uma forma de incentivarmos os nossos valores locais, que são muitos e presentes em todas as áreas. Trata-se de um prêmio de sucesso em todas as suas edições, seja na versão contos, poesias ou crônicas, como neste ano, que faz com que o espírito das letras, que já é grande, cresça e se fortaleça cada vez mais”, afirma a secretária municipal da Ação Cultural, Rosângela Camolese.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

POLÍTICOS E ELEITORES


                              

                                                                           Pedro Israel Novaes de Almeida

            É estranho o contexto político brasileiro.
            A população, pela esmagadora maioria, amaldiçoa a classe política, apontando-lhe as seculares práticas de corrupção, desvios, compadrios e a quase uniforme falta de ética. Contudo, abertas as urnas, de novo ressurgem os blasfemados, para nova gestão, e nova desaprovação verbal popular.
            O diagnóstico de que a premiação eleitoral de maus políticos decorre de nossos baixos índices de escolaridade e cultura tropeça na realidade de grupos intelectualizados, que também estrumam nas urnas e apoiam figuras sabidamente incapazes de zelar pelo bom andamento das ações oficiais.
            Enquanto o vozerio lamenta a eleição das presidências do Senado e Câmara Federal, poucos percebem a realidade das câmaras municipais, onde vizinhos de quarteirão não desempenham mandatos éticos. Em verdade, julgamos absurda a desvalia de legisladores estaduais e federais, e normal a desvalia dos legisladores próximos.
            Existem interesses, poderes e meios, tão gigantescos quanto nebulosos, em constante e pouco percebida indução da opinião e vontade populares, manejando-nos pela ação das mídias, verbas, nomeações, favores, taxações e renúncias de receitas. É como se um monstro invisível estivesse definitivamente instalado nos ambientes de poder, a orientar-nos o voto e, principalmente, domesticar eleitos.
            Apesar das tramas e tramóias dos poderosos, os políticos nascem em nosso meio, brincam nas mesmas calçadas, padecem das mesmas diarréias, cursam as mesmas escolas, namoram nos mesmos portões e iniciam carreiras profissionais como todos os brasileiros. Eleitos, acabam, a maioria, desfigurados, como se adentrassem um antro castrador de virtudes.
            Acontece com os políticos e com a maioria de nós, déspotas e desrespeitadores ao primeiro cargo de chefia ou realce social. Não é nada bonito, mas a maioria dos brasileiros malversa a autoridade que lhe é delegada.
            A educação que falta transcende os bancos escolares, e a maioria de nossos princípios e valores vale mais no domicílio que no ambiente externo. Orgulhamo-nos, ainda, o jeitinho, o quebra-galho e a cotidiana exceção.
 Esperteza é a desonestidade do amigo, e criminosa a esperteza do desafeto. Nossa indignação é cada vez menor e passageira, a ponto de expressivos contingentes já julgarem injustas e radicais as medidas oficiais de compulsória regularização de casas noturnas, após o trágico incêndio em Santa Maria (RS).
Ladrões de carteirinha e currículo, personagens comuns em manchetes escandalosas, reunem multidões de adeptos, estudados e cultos, ou iletrados de toda ordem, alguns pessoalmente honestos.
Sofrem, e muito, os que percebem o fosso ético em que estamos metidos, e tentam remar contra a corrente. São revolucionários, muitas vezes mal vistos e discriminados, mas verdadeiros heróis, que discutem, portam cartazes e cerram fileiras de insatisfeitos. Destoam da normal subserviência e escancaram acordos de bastidor.
Resta-nos o apoio e incentivo e, principalmente, a retomada de alguns valores e princípios que, por desuso, andam esquecidos.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

TROVAS


Antonio Colavite Filho


Por ser um produto escasso

o que eu chamo de amizade,
eu te mando o meu abraço
sem prazo de validade.
Traçadas por diretrizes,
à luz da modernidade,
as ruas são cicatrizes
na epiderme da cidade.
No estúdio, ao fotografar,
um gordo, fazendo pose:
"- Três por quatro ? Nem pensar...
Só caibo em nove por doze..."

domingo, 10 de agosto de 2014

SINFONIA DE PARDAIS



Ludovico da Silva

Algumas décadas passadas eram comuns na cidade revoadas de andorinhas nos entardeceres, essas pequenas e frágeis aves que pousavam nas árvores dos jardins, principalmente na área central. Um gorjear até meio desafinado, mas era o canto que elas sabiam embelezar suas presenças e manifestar seus encantos para quem se dispusesse ouvi-las todas as tardes, antes de recolherem-se para o descanso da noite. Ainda em tempos não muito distantes, apareciam durante determinada estação do ano, em períodos que migravam para outros centros, onde encontravam ambiente propício para a procriação. Passavam pela cidade com milhares delas formando uma nuvem escura em revoada.
As andorinhas servem, segundo voz corrente, como indicadoras do tempo, isto é, voando baixo haverá alteração no clima, sobretudo, com o cair de chuvas.
Para tristeza dos piracicabanos as andorinhas foram desaparecendo e hoje restam poucas que lutam por pequenos espaços que ainda lhes sobram, pois os pardais acabaram tomando seus lugares.
Afirma-se que os pardais são originários da Europa e se alimentam de insetos e restos de comida que acham com fartura pelos quintais e ruas da cidade e proliferam de maneira acentuada. Infiltram-se pelos desvãos dos telhados, através dos beirais, e ficam bem acomodados em seus ninhos, seguros de que não serão perseguidos pelos predadores. Interessante é que são ariscos quando buscam seus lares, pois à entrada ficam a manter dobrada atenção ao redor, para, ao que tudo indica, estar certos de que ninguém está a observá-los. Livres da presença de intrusos ou qualquer outro perigo entram tranquilos para sua morada. 
Não me parece que os pardais sejam passarinhos bem vistos. É fácil observar em jardins da cidade a sujeira que fazem durante o repouso noturno empoleirados nas árvores. Emporcalham tudo, tanto nas passagens dos pedestres como nos bancos onde as pessoas procuram descansar enquanto fazem hora com prosa junto a amigos. Antes de se recolherem emitem um canto estridente, sem nenhuma sonorização, a não ser o barulho, que possa despertar a atenção do belo. Claro que eles ignoram a lei do silêncio, aliás, como o fazem automóveis, motocicletas e outros meios dados à propaganda desenfreada de decibeis além do permitido, pelos quatro cantos da cidade, que azucrinam os ouvidos das pessoas.
Confesso que não tenho a sensibilidade de poeta para enaltecer a desafinada cantoria dos pardais, como bem o fez o respeitável e saudoso letrista e musicista Herivelto Martins, na consagrada Ave Maria no Morro. Primeiro, interpretada por Ângela Maria, depois cantada no mundo inteiro e gravada mesmo pelos tenores Luciano Pavarotti e Andréa Botticelli, quando em dois versos ressalta “Sinfonia dos pardais, anunciando o anoitecer”. O poeta encontrou a beleza e a afinidade do canto dos pardais na composição de uma de suas maiores criações musicais.

 O cantar dos pardais de Piracicaba passa longe de ser uma sinfonia ou mesmo de uma seresta e nem os ensaios diários farão melhorar a melodia que têm a oferecer. Afinal, não compõem nenhuma orquestra afinada. Apreciar ou se vale a pena ouvi-los ou não vai do gosto de cada um.210510.   

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Comemoração do Dia Nacional do Escritor

 Na área de lazer da rua do Porto, num lindo domingo de sol, propício para a leitura de poemas, ouvir música e reencontrar amigos

Varal de poesias
Ruth Assunção, Carmen Pilotto, Leda Coletti, Rosana Oriani, Madalena Tricânico, Ivana Negri e Sheila Tricânico




Carmen Pilotto


Leda Coletti


Ana Clara lendo um poema


Silvia Oliveira

Ésio Pezzato

Irineu Volpato
Carmen Pilotto, Esther Vacchi e Ruth Assunção
Raquel Delvaje
Silvia Oliveira e Irineu Volpato
Daniel Vallin, Cassio e Ivana Negri e Ana Clara