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terça-feira, 29 de dezembro de 2020
ABANDONO
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
NATAL NA ALMOFADINHA
Madalena
Tricânico
Viajar
e observar os costumes de cada lugar é um mundo encantador. Quem já descobriu
procura distribuir com entusiasmo.
Foi o que aconteceu
quando nossa protagonista viajou para a Europa. Percebeu em vários lugares a
imagem do Menino Jesus acomodado artisticamente em uma almofadinha. Acostumada
a ver a imagem sempre em uma manjedoura, procurou saber o motivo de tão
drástica mudança.
- A história nos assegura
que o Menino Jesus nasceu em uma manjedoura e não em uma almofadinha de veludo!
- A senhora tem toda
razão Ele nasceu mesmo em uma manjedoura, mas agora Ele é o Aniversariante e
bem acomodado nesta almofadinha poderá participar da Festa do Natal no aconchego da família.
- Que interessante... geralmente
ele fica debaixo da àrvore ou lá no presépio...por favor me conta como é na sua
família?
- Nas nossas famílias
Ele vem para a mesa da Ceia do Natal! Depois que todos tomam seus lugares uma
das criança entra com o Menino Jesus e todos cantam a canção Noite Feliz, só a
primeira estrofe, e na hora da sobremesa o parabéns a Você Jesus. Se a família
não tem criança a pessoa mais idosa ou os anfitriões…
- Ah! Tem mais...se a
ceia não for de lugares sentados, Ele é colocado em destaque na mesa dos pratos
salgados ou de sobremesa, o ritual é o mesmo.
Muito emocionada a
viajante agradeceu e saiu pensando que não poderia deixar passar esta oportunidade de agradecer tão
maravilhosa viagem.
O tempo passa e ela
continua colocando o Menino Jesus em almofadinhas artisticamente decoradas,
como o Aniversariante merece, para todas as pessoas que entenderam o
significado do Natal.
- Como nossa
protagonista, Ele já viajou por quase todo o Brasil e alguns voltaram para a Itália
nas malas de brasileiros macarrones!!!
Toalha de Natal
Leia Paiva
A toalha de linho bordada à mão,
Mão que há muito já se desfez debaixo da terra,
Mas deixou um legado tão rico e delicado quantos os ramos
Esmeradamente bordados.
Olhando a toalha de linho, viajo no tempo e imagino
Quantas mesas ela já cobriu?
E ainda faz lembrar, com amor e gratidão, quem já partiu.
É herança à primogênita da família,
Quantas noites festivas, em vigília, esta toalha assistiu?
Hoje ela está em minha mesa,
Com certeza, futuramente, na mesa de minha filha.
É Natal! Bendiga esta toalha branca,
Símbolo de paz, união, continuação.
Bendigo a mais um natal que ela está conosco.
A mesa farta, a antiga fruteira de prata com amêndoas, nozes, bolas coloridas
Enfeitando a mesa e a vida,
É Natal! Aniversario daquele
Que nos dá vida
E vida em abundância!
Enche-nos de esperanças, de luz, nosso Amado Jesus!
Estou feliz, há um doce perfume no ar,
Perfume de frutas, cheiro de Panetone,
Cheiro de abraços, de encontros, comidas gostosas,
Mensagens pelo telefone
Há um eco de risadas, de felicidade!
Que esta toalha possa dar muitas alegrias e inspirações
A muitas outras gerações.
Que Jesus derrame sobre nós a santa unção,
Que a paz, a união, o amor, sobrepuje, hoje e sempre
Em nossos corações!
Feliz Natal
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
NATAL DA MINHA INFÂNCIA
Elda Nympha Cobra Silveira
Lembro-me de uma sala improvisada
dividida por um biombo, onde estava montado um pequeno presépio feito com toda
singeleza pela minha irmã mais velha, mas que para mim e minhas amigas era uma
beleza! Patinhos nadando num pedaço de espelho rodeado de areia e serragem
colorida de verde, para parecer grama, naturalmente. Uma manjedoura com Jesus
Menino, ao lado seus pais, José e Maria, os animais da estrebaria e uma estrela
de papel brilhante pendurada por uma linha de carretel usada para fazer pipas,
encimada na frente da gruta.
Jesus pareceu-me tão sozinho, mesmo com
seus pais ao lado, tão pequeno e disseram para mim que Ele veio para salvar o
mundo. Mas como poderia ser, se ele era tão pequenino? Então pensei:
-- Se Ele pode, talvez eu e todos os
outros pudessem também! Mas como? Disseram-me que Ele morreu por nós ! Ah! Eu
não teria essa coragem não! Mas não haveria outra maneira de agradá-Lo?
Perguntei a minha mãe.
Ela disse-me que quando eu fosse fazer o catecismo
iria aprender.
-- Mas diga-me agora mamãe, não quero esperar tanto assim!
-- Está bem! Siga os dez mandamentos que
você vai aprender com a catequista, mas por enquanto lembre-se deste: “Amar aos
outros como a ti mesmo!”
Naquele momento compreendi o que Jesus
Menino queria de mim! Ganhara vários brinquedos e um deles com certeza não iria
me fazer falta e que alegria teria ao dá-lo para uma amiguinha que não iria
receber nada naquele Natal! Esse foi o Natal mais perfeito e construtivo da
minha vida e até achei que o Menino Jesus sorriu para mim... Ele não estava
mais sozinho naquela pobre manjedoura, eu estava com Ele!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
Guiandas ou bolachas
(imagem do Google)
Madalena
Tricanico
Deixe
o espirito do Natal
Envolver
todo o ambiente...
Deixe
voltar aquela criança
Escondida,
mas latente...
Não
importa se nos reunimos para
Fazer
guandas de tradição dos italianos
Ou
bolachas de gengibre motivados
Por
tantos filmes americanos.
Montar
a árvore no primeiro domingo
Do
Advento e batizá-la com um lindo
Presépio
de muitas peças coloridas,
Faltando
só o Jesus Menino que
Chegará
na abençoada Noite Feliz,
Mas
vive todos os dias nos nossos
Corações...então
é Natal!
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
Projeto: Mensagens Natalinas
Leda
Coletti
As
entidades literárias piracicabanas ( Clip e Golp) comemorariam o décimo projeto de mensagens
natalinas literárias presenciais, nesse 2020, se não tivesse ocorrido a pandemia.
Para
nós, escritores e amigos, tais confraternizações anuais com moradores de
instituições locais, são sempre preparadas com muito carinho. Começamos este
projeto no Terminal Central de Integração do município, ofertando aos usuários,
cartões confeccionados pelos participantes e voluntários dos referidos grupos literários. Muitas das pessoas presenteadas optaram em completar
pessoalmente as mensagens; já outras aceitaram nossos préstimos para sermos
intermediários na escrita, (inclusive cartas),principalmente
os que tinham parentes distantes e não tinham facilidade para escrever.
A
partir de 2014 tornamos nosso projeto
itinerante, passando a enfatizar as obras assistenciais. Passamos então a
contar histórias natalinas, cantar, além de distribuir os cartões e pequenas
lembranças.
Tivemos
oportunidade de festejar com diferentes faixas etárias, desde as crianças,
adultos e idosos. Foram momentos prazerosos, para eles, mas sobretudo para nós,
partilhados com muita ternura, fraternidade e sentido natalino.
Ficamos
tristes por não podermos nesse final de ano realizar presencialmente esta
confraternização, pois infelizmente a pandemia que havia retrocedido, retornou
com muita intensidade, impossibilitando tais encontros. Embora, não estando
juntos fisicamente, estamos em sintonia positiva, pois para nós, Natal é “ Renascer
a cada dia com muito amor e paz no coração”. Este Renovar é o que mais
almejamos a todos os seres humanos, com esperança em dias melhores, para nossas
famílias, amigos brasileiros e para os habitantes do mundo inteiro.
História de uma noite de Natal
Leda Coletti
Na noite quente, aquela cidadezinha do interior
paulista, está quase na sua totalidade acordada. As casas com as janelas
abertas, iluminadas. Ë quase meia-noite. Um burburinho gostoso deixa escapar o
som das músicas natalinas. O dia de Natal está prestes a raiar.
Os adultos, jovens e crianças da família Ducchi
capricham nas vestimentas, calçados e cabelos, resultando visuais de lindos
rostos e olhares cintilantes.
Ao chegarem à velha casa, agora só ocupada por avô
Chico e avó Marieta, procuram esconder os embrulhos dos presentes, colocando-os
rápido ao pé do imponente pinheiro que tremula com pequenas lâmpadas
fluorescentes, dando vida às bolas coloridas, mensagens, penduradas nos seus
verdes galhos.
Uma grande mesa coberta por toalha
de renda imaculadamente branca, está repleta de quitutes saborosos: panetones,
bolo de nozes, tortas de frutas, salgadinhos, patês, bombons, queijos. Isso sem
contar o que virá após os cumprimentos, quando ribombarem as doze badaladas do
antigo relógio da casa: o peru, pernil, arroz com farofa, frango assado,
maionese, diferentes tipos de massas etc. Para a maioria gulosa e disposta a
esquecer possíveis regimes de emagrecimento, a festa estará completa.
Nem é preciso anunciar que a meia-noite chegou, pois
as sirenes das fábricas tocam, os sinos da matriz batem festivos, rojões
explodem, carros passam buzinando. Todos se abraçam. A cada estouro de
champanhes abertas, se cumprimentam: -“Feliz Natal !” Logo em seguida se
dirigem à mesa para a tradicional ceia. Esta transcorreu num ambiente de
harmonia familiar.
Ao término da mesma, foi anunciada a revelação dos
amigos secretos. Pela tradição, quem a inicia é o avô Chico, anfitrião dos
filhos, genros, noras, netos, sobrinhos e agora do primeiro bisneto.
Dizendo da satisfação de mais uma vez se congraçarem,
insinua uma surpresa e sem se fazer esperado, mostra uma caixa forrada de papel
vermelho lustroso amarrada com fita dourada. Pede para o filho mais velho
abri-la. Suspense entre os presentes! Imaginam ser um par de calçados ou uma
bolsa de couro. No entanto, o que surgiu foi outra caixa de tamanho médio,
cheia de papéis picados. A curiosidade foi aumentando, ainda mais que do seu
interior, o filho do meio retirou uma minúscula bandeja inoxidável. A
expectativa chegou ao auge, quando a filha caçula encontrou uma terceira
caixinha, muito bem enfeitada como as demais. Os homens vislumbram nela
polpudos cheques dobrados; as mulheres, um deslumbrante colar ou pulseira; as
crianças, brinquedos eletrônicos em miniaturas. Um Oh! misto surpresa-decepção
se seguiu à exposição do conteúdo da caixa. Tratava-se simplesmente de duas
nozes: uma inteira e outra partida ao meio.
Antes que alguém deixasse passar o incidente como mera
“quebra-gelo” à brincadeira do amigo
secreto, o avô de bigode e cabelos grisalhos, falou :
-Meus queridos, quis usar esse estratagema, para cada
um de nós refletir alguns minutos sobre o significado dessa maravilhosa noite
de Natal !
Pegando
a fruta nas mãos continuou:
-A
noz inteira, representa a nossa vida- o que somos e o que possuímos desde o nascimento até à
idade adulta, através de bens herdados e adquiridos pelo nosso esforço e
trabalhos pessoais. Já esses dois pedaços, ( apontava para as nozes partidas ),
continuam parcelas importantes de nossa pessoa, mas não são únicas: doamos
parte de nós próprios e nos tornamos co-participantes. Essa doação envolve
pequenos serviços, renúncias materiais e imateriais, que espontaneamente
oferecemos aos membros da família, bem como aos demais irmãos próximos ou
distantes, independentes do sangue, raça, credo, posição social. Há uma
partilha recíproca, porque na medida que damos algo, recebemos muito em troca,
em bençãos e alegrias. Isso nos aproxima
do DEUS MENINO que hoje homenageamos. Seu ato de amor se despojando e
solidarizando-se a nós, culminou na sua morte num madeiro em forma de cruz.
Com um gesto carinhoso abraçou ternamente vó Marieta e ambos de mãos dadas, foram
beijar a imagem do Menino Jesus no presépio, próximo ao pinheiro.
Nesse instante, como para dar culminância e
assentimento às palavras do vô Chico, uma das bolas maiores que ornamentavam a
árvore caiu, dividindo-se em duas sobre o tapete.
Um dos netos menores observando tal cena, irrompeu o
silêncio que se seguiu e falou com espontaneidade infantil:
- Vejam a bola estava muito só. Quis doar-se e
partilhar conosco sua alegria nessa Noite de Natal !