Ana
Marly de Oliveira Jacobino
A vida
corre lá pelas bandas
das
ruas tranquilas do interior,
rifando
prendas na igreja velha...
Bingo
pra arrecadar fundos e,
ajudar
na reforma do altar-mor.
A casa
da benzedeira, sorria
impregnada
pelas suas orações.
Joana
não acredita no Deus,
pedinte
do Padre João! Comerciante?!
Bingo
aos sábados! Jogo! Vícios...
Este mesmo Deus falou pro Moisés,
Lembre do dia do sábado, para o santificar.
Joana
não acredita neste Deus!
As suas
bênçãos e orações, Deus
não
cobra nada. Ela também, não!
Benze
com cinzas do fogão a lenha,
íngua
inflamada, corta a cinza com faca afiada,
pra ela
deixar o corpo do doente, são.
Joana
costura os males, agulha, pano, linha.
Bucho
virado, dor de cabeça, espinhela caída,
mal
jeito, mal olhado, nervo torto,
nó nas
tripas, osso trincado, quebrantos...
E, Deus
vai segurando a sua mão,
enquanto,
ela faz a oração.
Neste
Deus da Joana, eu acredito!
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