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sábado, 5 de dezembro de 2020

SANTA BÊNÇÃO


Ana Marly de Oliveira Jacobino

A vida corre lá pelas bandas
das ruas tranquilas do interior,
rifando prendas na igreja velha...
Bingo pra arrecadar fundos e,
ajudar na reforma do altar-mor.
A casa da benzedeira, sorria
impregnada pelas suas orações.
Joana não acredita no Deus,
pedinte do Padre João! Comerciante?!
Bingo aos sábados! Jogo! Vícios...
Este mesmo Deus falou pro Moisés,
Lembre do dia do sábado, para o santificar.
Joana não acredita neste Deus!
As suas bênçãos e orações, Deus
não cobra nada. Ela também, não!
Benze com cinzas do fogão a lenha,
íngua inflamada, corta a cinza com faca afiada,
pra ela deixar o corpo do doente, são.
Joana costura os males, agulha, pano, linha.
Bucho virado, dor de cabeça, espinhela caída,
mal jeito, mal olhado, nervo torto,
nó nas tripas, osso trincado, quebrantos...
E, Deus vai segurando a sua mão,
enquanto, ela faz a oração.

Neste Deus da Joana, eu acredito!

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