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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

MEU SÁBADO


Carmelina de Toledo Piza

Amanheceu
Fui para o ensaio
Toquei pandeiro
Mas no do tocando em frente
A emoção. O choro. As lembranças.
A vida passada a limpo.
De um lugar para outro
Lugar encantado
Encontrei. Homens. Mulheres. Crianças. Bichos.
Queria ir embora
Os livros me tolhiam
Ficava, olhava e desejava mais e mais livros
O lugar encantado
Onde homens. Mulheres e
Crianças se encontram para organizarem
Livros e Revistas
CDs. Discos e Vídeos
Esse é o canto
Do encanto
Que essas pessoas se encontram
Todos os sábados
E viajam com as histórias dos livros e mais livros
No recanto dos livros
Do Lar dos Velhinhos
É esse o lugar encantado.

                                                                                       

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Vivência de projetos escolares (2018)


                                   

                                                                    Leda Coletti

            Felizmente no decorrer de nossa existência vivemos momentos bons que nos incentivam a  continuar sonhando com um futuro feliz para o Brasil.
            Nós integrantes de entidades literárias -Centro Literário de Piracicaba-( Clip)  e Grupo Oficina Literária de Piracicaba- (Golp), temos tido oportunidades de constatar algumas vivências produtivas e felizes do cotidiano de escolas estaduais  piracicabanas de ensino fundamental, que atualmente funcionam em período integral, através dos projetos escolares que desenvolvem semestralmente.  Neste ano, em três delas, pelo que testemunhamos no desempenho dos alunos, concluímos o quanto é importante, maior tempo de dedicação aos alunos, por parte de profissionais competentes. Uma delas se localiza na área central- EE Dr. Prudente, e as outras duas em bairros periféricos:  EE  Dom Aniger  F. Melillo e EE Prof. Manassés E. Pereira.
            Ao lado das atividades desenvolvidas nos saraus literários, onde as manifestações artísticas dos alunos se evidenciaram (poesia, contação de histórias, músicas, danças), aprendemos muito  com eles (não é maravilhoso?), através da exposição de outros projetos desenvolvidos e  para nós demonstrados,  nas diferentes áreas de conhecimento. Assim os relacionados com plantas medicinais, diferenças ambientais e climáticas, tecnologias atuais como robótica etc.
            Numa dessas instituições educacionais  visitamos a horta comunitária  onde plantam verduras, legumes, grãos,  motivo de integração com a comunidade, pois há o dia especial da colheita e tudo que foi produzido é distribuído para pais e alunos.  Também  possuem o jornal escolar e mural compostos por trabalhos escritos pela equipe administrativa , docente e discente, os quais enfatizam as atividades escolares realizadas no ano letivo. Ambos,  ricos em conteúdo e ilustrações. Uma nota num deles chamou a atenção: “Acolhedores 2016,17 e 18”, ou seja, os próprios alunos escrevendo sobre esta experiência realizada nestes anos citados, em que recepcionaram os alunos que chegaram para cursar o quinto ano. Manifestaram-se  orgulhosos  por acompanharem os calouros na nova etapa  escolar.
              Em anos anteriores, nossa equipe literária realizando algumas oficinas literárias  constatou outras experiências valiosas, em escolas que funcionam em tempo parcial; estas só acontecem graças ao desvelo e esforço contínuo da equipe escolar. Somos de uma geração que prioriza o trabalho escolar desenvolvido pela boa escola, isto porque sabemos que, graças a ela teremos um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes. O Brasil tem condições de ser o maior celeiro do mundo, não só pelo que a natureza pródiga pode produzir, mas por seu povo, se este receber educação aprimorada nas escolas. Elas, ao lado das famílias bem constituídas podem desenvolver e promover o ser humano, tornando-o realizado como pessoa e profissional. Isso pode se concretizar se nossos líderes políticos e sociais assumirem a responsabilidade de procurarem servir à comunidade, com  muito zelo e sobretudo honestidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Hashtag Lua


Carmen Pilotto

E nas cheias
caminhamos noites
incansavelmente

Passos em minguantes
solitários

Tribos em redes sociais
desatrelaram-se dos astros
atores brilhantes sem plateia

A luz fria do quarto
lâmpada eclíptica no teto caiado
ausência de sonhos, estrelas e luar....


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

DIA DAS DONAS DE CASA OU DAS BRUXAS?




Maria Madalena Tricânico de C. Siqueira


                            Família  numerosa,  muitos afazeres em uma época em que tudo era feito em casa, do pão ao sabão. Não é porque não queríamos comprar! Não tinha tanta facilidade como agora que encontramos tudo pronto agradando nosso paladar e facilitando muito nossas tarefas.
                            Diante dos fatos toda família precisava de auxiliares: cozinheira, copeira, lavadeira que engomasse e passasse muito bem porquê as roupas eram de algodão ou linho.
                            Dona Gloria quando precisava contratar uma auxiliar deixava uma vassoura caída na soleira da porta da cozinha e mandava a pretendente entrar. Se ela pulasse  a vassoura em vez de ergue-la, ela ia logo dizendo: - Desculpe, mas a vaga já foi preenchida!
                            Um dia recebeu uma pretendente para o cargo de doméstica e Dona Gloria começou a entrevista falando sobre os trabalhos que deveriam ser executado e logo foi interrompida pela candidata
                            - Olha! A senhora me desculpe mais eu faço a limpeza na casa, mas não tiro nada do lugar. Roupas finas eu não lavo porquê tenho medo de estragar, Passar roupa minha religião não permite...cozinhar também não cozinho...a comida de vocês é muito complicada e eu sei “malema” mexer as panelas...
                            - Tudo bem, tudo bem...e o que mais você pode fazer?
                            - Chi! Mas agora a senhora me apertou!
                            _ Vamos ver, disse dona Gloria. Nós gostamos de cantar na hora da refeição. É uma verdadeira festa todos os dias. Se você souber tocar piano durante as refeições o emprego é seu!
                            - Tocar o quê?

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Walking Dead – de um novo conceito nas cidades



Carmen Pilotto

A semiótica da urbanidade
Escorre de prédios cinza
Em concreto e ferragens expostas
Como espectro de carcaças arquitetônicas

Carne e sangue não cabem nas ruas
Exilaram-se em pequenos flats
Onde vozes forçosamente aquietadas
Esquecem de produzir os seus vocábulos

Olhos vítreos da dislexia contemporânea
Fitam quinas dos quadrados empilhados
Pasmos em outras tecnologias variadas
Consomem qualquer idealismo ou sonho

Andróides de um padrão linear previsível
Compõem-se em conglomerados estereotipados
Dos que não se desviam da atividade fim

Que direciona o humano a sua cova rasa!