Carmen
Pilotto
A
semiótica da urbanidade
Escorre
de prédios cinza
Em
concreto e ferragens expostas
Como
espectro de carcaças arquitetônicas
Carne
e sangue não cabem nas ruas
Exilaram-se
em pequenos flats
Onde
vozes forçosamente aquietadas
Esquecem
de produzir os seus vocábulos
Olhos
vítreos da dislexia contemporânea
Fitam
quinas dos quadrados empilhados
Pasmos
em outras tecnologias variadas
Consomem
qualquer idealismo ou sonho
Andróides
de um padrão linear previsível
Compõem-se
em conglomerados estereotipados
Dos
que não se desviam da atividade fim
Que
direciona o humano a sua cova rasa!
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