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terça-feira, 28 de agosto de 2018

RITO DE PASSAGEM



Lídia Sendin

As trevas se espalham na rua
Abrindo da noite a fronteira.
No céu uma tímida lua,
Vigia a terra inteira.

A vida parece que fica
Nas dobras do tempo parada.
Macia qual doce pelica
Vai entrando a madrugada.

A noite procura seu dia
Buscando do sol uma chama
E o rei entre as nuvens espia
Derramando o orvalho na grama.

Ao calor, a neblina levanta.
A névoa desperta a aragem.
Enfim se descobre a manta
Da eterna e divina passagem.



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