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sábado, 29 de abril de 2017

O RIO QUE EU AMO


Tiago Cerqueira Lazier


O rio não é de Piracicaba, a Piracicaba que eu amo é do rio;
Que seria de mim sem o rio para amá-lo com meus passos e giros?
Nos milhares conto os quilômetros​ pelos quais ele me acompanhou;
Fluo com o rio e ele me banha, me refresca, me descarrega;

Fluindo nas águas que interrompem as ruas da cidade;
Fluindo na cidade das pessoas, das árvores, das casas;
Fluindo no ar livre de céu variado, das brisas de calor e frescor;
Sou feliz, sou eterno e imortal, enquanto fluir o rio com o espírito que roubou de mim.

Quem conseguirá me ouvir no rio, ouvir o barulho dos remos das canoas?
Quem conseguirá ouvir o riso de crianças morenas com cabelo tijelinha?
Quem conseguirá ouvir o sangue derramado pela paixão, pelo desentendimento, pela ganância?
Quem conseguirá ouvir amigos conversando, ouvir o choro e o consolo?

Quem conseguirá fluir com rio? Quem conseguirá amá-lo e por ele ser amado?



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