Pedro
Israel Novaes de Almeida
Diariamente,
são produzidos novos conhecimentos científicos, e novas aplicações para antigas
descobertas.
Produtos
são criados e rapidamente aperfeiçoados. Aparelhos e mecanismos são, a cada
dia, menores e mais eficientes. Em questão de meses, novidades viram velharias.
A
medicina já diagnostica e opera com sofisticada aparelhagem, pouco invasiva,
enquanto as oficinas mecânicas aposentam marretas e jeitinhos. A internet
informa na velocidade do fato, desafiando censuras e demolindo limites
geográficos e políticos.
Bandidos
explodem caixas eletrônicos, e especialistas inventam mecanismo para manchar as
cédulas subtraídas. Bancos lançam cartões com senhas sigilosas, e bandidos
aprendem a cloná-los. A segurança pública tornou-se, como nunca, uma questão de
inteligência e tecnologia.
Não
é fácil conviver com tantas e tão velozes transformações. Sentimo-nos
dinossauros, com dificuldades em operar um simples rádio portátil, enquanto
crianças manejam, programam e consertam computadores.
A
verdadeira corrida entre os povos ocorre na área educacional, incumbida de
preparar as novas gerações para o convívio em ambiente de extrema
competitividade, onde a criatividade humana não tem limites.
Os
ciclos básico e médio de nossas escolas parecem curtos, perante tantos
conteúdos a serem lecionados, nas áreas humanas e exatas. Não será fácil
fornecer, aos alunos, o suporte mínimo para entender e assimilar rudimentos de
matemática, física, química, biologia, geografia e história, além do português
e uma língua estrangeira.
Sem
alunos minimamente escolarizados, estaremos fadados a meros consumidores da
inventividade e empreendedorismo de outros povos, eternos exportadores de
matérias primas ou hospedeiros de capitais e interesses alienígenas.
Apesar
da urgência na distribuição de conhecimento, a maioria de nossas escolas ainda
não conseguiu sequer implantar a civilidade e segurança em seu meio, até pelo
fato de espelhar a situação da sociedade que as frequenta e da política que as
gere.
Não
bastasse o pouco tempo para tanto conhecimento, surgem palpites os mais
diversos, sugerindo novas disciplinas, como Esperanto, Educação Sexual, Xadrez,
Música, Cultura Africana e outras. Compete, aos especialistas, rebater tais
sugestões, sem negar-lhes o mérito.
Enquanto
outros povos cuidam de educar e ensinar, seguimos caçando ladrões de merenda,
lamentando a escalada do crack, reparando prédios sucateados, construídos a
preço de ouro, e desestimulando professores.
Estamos
em fase de crescimento, e esbarramos na falta de mão-de-obra capacitada. São
muitos os diplomas e certificados, mas poucos os realmente formados.
Como
dito desde 1.500, ainda seremos, no futuro, o país do futuro.
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