Ivana Maria França de Negri
Ao pé das colinas, num vale florido e
silencioso, avista-se a cidadezinha de Assis, com suas casas antigas de paredes
de pedras e ruelas de pedregulhos polidos pelos tantos pisares através dos
séculos.
A cidade, toda construída em estilo
medieval, com torres, castelos, igrejas, nos reporta a imaginar cenas do
cotidiano da Idade Média, damas com longos e rodados vestidos e cavaleiros com
suas armaduras em seus fogosos corcéis.
As lojas, com lampiões acesos à noite,
reforçam mais ainda esse ar medieval.
Sinos badalam a todo momento, em
diversos timbres, dos campanários de igrejas, capelas e conventos e bandos de
andorinhas esvoaçam, lembrando os sermões de Francisco, que a elas pregava também.
O passado vive em seus becos e ruelas, um convite à contemplação, ao silêncio e
à meditação.
Segundo consta em escritos remotos,
Assis, região da Umbria, província de Perugia, teve suas primeiras edificações erguidas
no século VI a.C. No ano 89 a.C, tornou-se município romano e foi quando
surgiram os monumentos, muralhas, arcos, templos e obras de arte. Depois da
queda do Império Romano, seguiram-se tumultuados períodos e lá pelos idos de 1182,
nascia Giovanni di Pietro Bernardone, que anos mais tarde adotou o nome de Francisco.
A cidade respira espiritualidade, tanto
nas paisagens, igrejas, capelas, conventos, tudo muito bem preservado, cuidado
e florido, encantando os olhos e o coração. Afrescos precisam ser admirados sem
pressa, em cada detalhe.
Visitei essa cidade mágica com meu
marido, filho, nora, e as três netas mais velhas, Mariana, Talita e Ana Clara.
Uma experiência diferente, pois crianças são ávidas por descobrir coisas, fazer
perguntas e curtem cada momento, cada descoberta.
No convento de São Damião, onde Santa
Clara viveu e morreu, minha neta Ana Clara foi convidada a assinar o livro das
Claras e Franciscos - Chiaras e Francescos – do mundo todo que visitam o local.
Emocionada, ela fez um desenho e deixou registrado seu nome, idade, cidade e
país.
Na Basílica de São Francisco, repousam
os restos mortais do santo num nicho de mármore rosado. Na cripta, uma lâmpada
votiva tremula, e todo dia 4 de outubro é abastecida com novo óleo para que queime
por mais um ano.
As pinturas da parede e do teto são de
um discípulo de Giotto. E todas essas maravilhas, fazem os corações pulsarem
intensamente, pois o local é impregnado de energias boas e sentimos essa forte
vibração dentro de nós.
Pena que ficamos pouco na cidade, o
local precisaria de vários dias para ser apreciado em toda a sua beleza e riqueza
de detalhes. Presépios com a sagrada família em representações diversas, estão
em todos os lugares, pois foi o santinho de Assis que montou o primeiro
presépio em argila, instituindo essa tradição natalina.
A Porciúncula, capelinha que foi
construída no século IV e depois restaurada por São Francisco, é carregada de
boas energias, geradas pelas emoções conjuntas de peregrinos de todas as partes
do mundo que por ali passam, oram e pedem graças. Ao seu redor, foi construída a
Basílica de Santa Maria dos Anjos. A capela permanece intacta, preservada
dentro do templo maior. É o lugar mais sagrado da Ordem Franciscana porque ali
morreu Francisco, por isso é um lugar de grande peregrinação.
E os pezinhos vão palmilhando também campos santos e renovando suas almas. Linda crônica Ivana.
ResponderExcluirCarmen