Plinio Montagner
Dia do
Professor? Ora, todos os dias são dias do professor. A vida toda. É como dia
das mães. Se você sabe fazer uma listinha de compras, preencher uma nota fiscal,
ler uma placa na rodovia, uma revistinha, um jornal, uma receita, é porque
passou pelas mãos de um professor.
Somos o que somos
graças aos nossos mestres. Pai, mãe, educador, pedagogo, são outros tipos de
mestres. Professor é diferente; este fica dentro de uma sala de aula, ensina e
ajuda o aluno a aprender.
Mas o
salário... Oh! Como dizia o querido comediante Chico Anísio. E mais, mencionando
uma frase do jornalista Alexandre Garcia: “O governo só não paga menos que o mínimo
porque não pode”. Ou seja: porque a lei impede.
O raciocínio
dos políticos funciona assim: se melhores salários equivalem a professores mais
qualificados, se avaliações sérias significam promoção dos melhores, se alunos
bons vão ser cidadãos pensantes, e se cidadãos esclarecidos incomodam o
funcionamento da máquina da corrupção... então: salário de fome.
Os governos
não querem professor ganhando bem nem alunos bons nem escolas boas porque: quanto
mais mediocridades, mais facilidades para enganar os eleitores menos
esclarecidos.
O salário dos
professores da rede pública é tão aviltante que às vezes os mestres ficam
embaraçados ao preencher um formulário e escrever que são professores. Dizem
que são Pedagogos, Orientadores, Educadores...
Apanhar dos
alunos já é um fato normal. Não é um acinte? Mas, e se for o professor que
ameaça (só ameaça) dar um tapa no delinquente que o agride? A reação da
sociedade é diferente. Aparece a Polícia, jornalistas, os pais, a Associação de
Pais e Mestres - até o Datena.
Hoje os
professores entram na sala e os alunos bocejam e zoam. Se não mudam de profissão
é porque são masoquistas e gostam do que fazem ou, talvez, porque não sabem fazer
outra coisa.
Sobre esse
tema a escritora Lya Luft, Revista Veja, edição 2342, manifestou-se: “Caso um
professor seja mais severo e exigente com a classe ou com um aluno, com certeza
será processado pelos pais. Sala de aula é para trabalhar; pátio é para
brincar”.
A nulidade da
ação firme dos pais - educação de berço - é a maior vilã na relação
professor/aluno/aprendizagem. Alunos, filhos de pais instruídos e enérgicos,
são bons, obedientes, pacíficos, cumprem seus deveres e obrigações e respeitam seus
professores.
O sistema de
cotas e outros recursos que garantem assentos nas universidades enfraquecem a
disciplina e a motivação para aprender.
A extensão do
paradoxo assusta. O trabalho dos mestres é o gene principal da formação de
homens; contudo é preterido pelos governos, fatos estes bem relatados por
Maquiavel: “Povo que não pensa facilita a vida dos governantes corruptos e inimigos
da nação”.
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