Uma coleção de 500 contos de fadas do século XIX foi descoberta na Alemanha. Os escritos são do historiador Franz Xaver Von Schönwerth e estavam "perdidos" num arquivo da cidade de Regensburg, na Baviera, há cerca de 150 anos. Alguns foram publicados no ano passado, mas muitos ainda se mantêm inéditos.
Todo um novo mundo de príncipes corajosos, donzelas em apuros, animais mágicos e bruxas más veio agora à luz do dia com a descoberta de uma coleção de mitos, lendas e histórias compiladas por Franz Xaver Von Schönwerth, entre 1810 e 1886, por volta da mesma época em os irmãos Grimm colecionavam contos de fadas que ainda fazem as delícias de pequenos e graúdos.
Quando se pensava que nada haveria a acrescentar aos tradicionais contos infantis, como Cinderela ou o Gato das Botas, eis que a fantasia surpreende. Von Schönwerth terá passado várias décadas a questionar as populações rurais sobre os seus hábitos, tradições, costumes e histórias, registando em papel o que até então fazia apenas parte da cultura oral.
O historiador alemão reuniu o que apurou na sua pesquisa num livro intitulado "Aus der Oberpfalz - Sitten und Sagen" ("Da região de Oberpfalz - Costumes e Lendas", tradução livre). A obra chegou a ser publicada na época, mas nunca alcançou qualquer tipo de notoriedade, caindo no esquecimento.
Agora, a fundadora da sociedade Franz Xaver Von Schönwerth, Erika Eichenseer, decidiu publicar o trabalho do historiador e trazer a público muitas histórias nunca antes contadas. Entre as histórias, está o conto da donzela que consegue escapar da malvada bruxa ao transformar-se num lago. Então a bruxa bebe toda a água do lago, engolindo a donzela, que usa uma faca para conseguir sair de dentro da bruxa.
De acordo com a investigadora alemã, Von Schönwerth distingue-se dos irmãos Grimm pelo fato de ter mantido as histórias bastante fiéis às versões que ouviu.
"Não há romanticismo ou uma tentativa por parte de Schönwerth em interpretar aquilo que ouviu e em desenvolver um estilo próprio", explica Erika Eichenseer ao jornal britânico "The Guardian".
Em 2011, Eichenseer publicou, em língua alemã, parte dos contos do historiador, num livro intitulado "Prinz Roßzwifl", uma expressão local alemã para designar besouro. A investigadora está agora ansiosa para que a obra seja traduzida para inglês e os contos sejam reconhecidos internacionalmente.
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