Lídia Sendin
A morte cerca a vida,
Ciranda de canto macabro,
Morre-se nesta corrida,
Morre-se também parado.
Morre-se de amor perdido,
Morre-se de saudade,
Morre-se por ter sabido
E não crer na realidade.
A morte corre em volta,
Círculo eterno e fatal.
Morre-se de revolta
E de pena capital.
Morre-se tendo demais,
Morre-se sendo carente
E a morte, nunca, jamais,
Vai esquecer-se da gente.
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