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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O MUNDO DO FAZ DE CONTA



                                                                       Leda Coletti

Vamos viver por instantes o mundo do faz de conta?
Na verdade todos nós tivemos (será que ainda não o temos?) um real e outro da nossa imaginação, ou talvez, o do desejo de não ser apenas espectador, mas sim participante.
Assim, quando crianças, fazíamos de conta que éramos adultos, brincando de enfeitar com cacos de louça nossas casas, (que nessa hora eram casas de verdade) representávamos papéis de mãe, filha, comadre, vizinha etc.
Quantas vezes contrariávamos nossos pais e nossos bons anjos da guarda, subindo em árvores altas balançando em seus galhos, só para ter o gosto de imaginar que éramos como os passarinhos. Nem ligávamos para os arranhões que ganhávamos, nem para as manchas roxas que marcavam partes expostas do corpo, em consequência dos tombos.
Como era gostoso acompanhar a galinha que chocava os ovos no capão do mato! Quando encontrávamos o ninho, parecia-nos ter encontrado um rico tesouro.
Deixando um pouco de lado as saudosas lembranças, falemos um pouco dos nossos sonhos atuais, os quais poderiam ser reais, se não houvesse o faz de conta, que predomina única e exclusivamente, porque grande parcela da humanidade assim o quer.
Seria tão bom se as crianças marginalizadas tivessem um lar harmonioso, onde seus pais lhe dessem amor e o essencial, para terem uma vida decente e digna.  
Seria maravilhoso se as nações não se digladiassem; que os orientais convivessem como irmãos com os ocidentais e vice-versa; que os irmãos de sangue exercitassem a lição do amor e do perdão...
Enfim, se a ganância, a sede pelo poder cedesse o lugar para a concórdia e a paz, como o mundo seria feliz!

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