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segunda-feira, 30 de abril de 2012

2º CONCURSO de MICROCONTOS de HUMOR de PIRACICABA


Participe do

2o Concurso de Microcontos de Humor


Premiação:
1º lugar R$ 800,00 (oitocentos reais); 2º lugar R$ 500,00 (quinhentos reais) e 3º lugar  R$300,00 (trezentos reais).
As inscrições estarão abertas até dia 21 de Maio de 2012

Informações no site da Biblioteca Municipal:  http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br

sábado, 28 de abril de 2012

EM SILÊNCIO COM A DOR



Raquel Delvaje

Essa dor que me dói todos os dias
Que está nas profundezas de meu ser
Que vem trazendo às bordas, a agonia
E me ensina na lide o que é doer.

Qualquer coisa na vida é o que eu faria
Para essa dor parar de me envolver;
Sonho com o momento que alumia
E toda a luz me tire o escurecer.

Em todo o brilho sinto-me perder
E minha alma mergulha no palor
E a languidez me faz desfalecer.

Oh! Coração magoado e tão contrito
Vou ficando em silêncio com a dor
Até que ela se torne em mim um mito.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O MUNDO DO FAZ DE CONTA



                                                                       Leda Coletti

Vamos viver por instantes o mundo do faz de conta?
Na verdade todos nós tivemos (será que ainda não o temos?) um real e outro da nossa imaginação, ou talvez, o do desejo de não ser apenas espectador, mas sim participante.
Assim, quando crianças, fazíamos de conta que éramos adultos, brincando de enfeitar com cacos de louça nossas casas, (que nessa hora eram casas de verdade) representávamos papéis de mãe, filha, comadre, vizinha etc.
Quantas vezes contrariávamos nossos pais e nossos bons anjos da guarda, subindo em árvores altas balançando em seus galhos, só para ter o gosto de imaginar que éramos como os passarinhos. Nem ligávamos para os arranhões que ganhávamos, nem para as manchas roxas que marcavam partes expostas do corpo, em consequência dos tombos.
Como era gostoso acompanhar a galinha que chocava os ovos no capão do mato! Quando encontrávamos o ninho, parecia-nos ter encontrado um rico tesouro.
Deixando um pouco de lado as saudosas lembranças, falemos um pouco dos nossos sonhos atuais, os quais poderiam ser reais, se não houvesse o faz de conta, que predomina única e exclusivamente, porque grande parcela da humanidade assim o quer.
Seria tão bom se as crianças marginalizadas tivessem um lar harmonioso, onde seus pais lhe dessem amor e o essencial, para terem uma vida decente e digna.  
Seria maravilhoso se as nações não se digladiassem; que os orientais convivessem como irmãos com os ocidentais e vice-versa; que os irmãos de sangue exercitassem a lição do amor e do perdão...
Enfim, se a ganância, a sede pelo poder cedesse o lugar para a concórdia e a paz, como o mundo seria feliz!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

MOMENTO MÁGICO


Stefani e os balões

Maria Cecilia Graner Fessel

Os balões coloridos que sobraram da festa da menina estavam lá pendurados, murchando tristemente nas paredes, onde tantos risos e gritos infantis haviam ecoado há pouco. A tarde que terminava ainda exibia aquela luminosidade quase branca que me ofuscava os olhos, o azul do céu decorado com algumas nuvens da cor de  sorvetes de limão em formato de cavalos, cabeças de cão e de gigantes, ou o que mais a imaginação dissesse que eram.
Então a mãe da garotinha, ainda radiante com o aniversário da filha, juntou os balões em duas longas tiras de barbante e correu para a área aberta entre os prédios, perseguida pelas crianças e pelo pai da aniversariante com sua máquina fotográfica.
Corremos para lá também, pois a cena tinha um quê de mágico e irresistível.
Ficamos a nos divertir com os volteios e corridas dos pequenos , arrastando os cordões de bexigas lilazes, azuis, vermelhas, róseas, que saltavam pelo piso, davam súbitos arrancos para o ar, enrolavam-se nos seus braços e pernas em entusiasmada evolução.
 De repente, uma súbita rajada de vento invadiu o local, quase como se tivesse sido atraída pela pura alegria daquele momento e quisesse dele participar. Num rodamoinho, fez os balões girarem em círculos, rolando-os de lá para cá, erguendo-os do chão e logo trazendo-os de volta para colearem como cobras coloridas no solo, levando as crianças a darem pulinhos para não pisar nas bolas meio flutuantes, num prazer intenso e imprevisto .
Mas a lufada de vento logo foi erguendo egoistamente as leves fieiras, de certo para poder brincar sozinha com elas, e acabou arrebatando-as em volteios cada vez mais altos, mais altos, em direção às nuvens salpicadas no anil.
Ficamos então ali quietos, a olhar longamente os balões se elevando e se afastando de nós, querendo assim guardar para sempre,  não apenas aquela cena na memória, mas especialmente a sensação da alegria perfeita  e da pura harmonia que nos uniu naquele instante.

sábado, 21 de abril de 2012

Lançamento do livro de Luzia Stocco - A Colecionadora de Ovos

Aconteceu no dia 20 de abril de 2012 nas dependências do Lao Bar o lançamento do livro A Colecionadora de Ovos de Luzia Stocco, editado pela Patuá.
Muitas apresentações abrilhantaram a noite: teatro, música, dança e declamação, numa bela confraternização entre as diversas modalidades culturais.
(fotos Ivana Negri)

Lili e seu filho representando o Grupo de Poesia  da CAF ( Casa do Amor Fraterno)
Luzia Stocco autografando para Ivana Negri
Raquel e Mayttê, Ruth Lima Assunção, Elda Nympha Cobra Silveira e Leda Coletti

Escritoras Leda Coletti, Lídia Sendin, Raquel Delvaje, Madalena Tricânico e Ana Marly Jacobino prestando homenagem à amiga
Luzia e Ana Clara
A escritora Carla Ceres e seu marido Leroy

Assistindo ao teatro
Bene Giangrossi e Livia Spada divertindo os presentes

Show Musical do Chapeu
Amigos prestigiando o lançamento
Coral se apresentando na noite festiva





sexta-feira, 20 de abril de 2012

Lançamento do livro de Luzia Stocco - hoje no Bar do Lao

Luzia Stocco


A escritora, poetisa e atriz Luzia Stocco lança hoje seu quarto livro, pela editora Patuá, que reúne 12 contos. Com várias atrações, o evento é aberto a todos.
Loca: Rua do Vergueiro 156, centro.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

É OUTONO...

Outono - Pintura de Anna Kostenko

Maria de Fátima Rodrigues

No Outono da Vida somos como folhas frágeis que não querem cair...
Nem conhecemos o chão!Vivemos sempre no “alto” da mocidade.
Tentamos nos segurar nos galhos do tempo e nos apavoramos com a desconhecida nova estação: do corpo, das limitações...
Não está calor nem frio... e temos tudo para sentir a amena temperatura que deveria ser recebida com calma. Mas, ficamos tão preocupados com a decadência, que nem conseguimos prestar atenção que as transformações são evolutivas, se nos adaptarmos com serenidade.
A fragilidade só continuará se não nos deixarmos cair...
Deixemos os novos brotos verdinhos e fortes se desenvolverem em paz, com liberdade.
No chão das amareladas folhas de outono, estamos todos parecidos... é nosso novo habitat!! Temos boas e más lembranças de quando estivemos lá em cima.
Não está nem quente, nem frio... O vento nos leva aqui e ali.
A sombra que faz as novas folhas nos abriga do sol, das chuvas.
No Outono da Vida... aprendemos a ter certeza que não estamos e nunca estivemos sós!
Aprendemos que a Mãe Natureza também esteve conosco lá no “alto” da mocidade.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Hoje é Dia do Livro Infantil


LITERATURA INFANTIL
Ivana Maria França de Negri

Abre-se a porta encantada
Do mundo da fantasia
Gnomos, duendes e fadas
Convivem em harmonia.

Sereia, Bruxa, Saci
Ogro, Rainha, Sultão
Voa-se em cavalo alado
Ou no lombo de um dragão.

Histórias da Carochinha,
Thales, Lobato, irmãos Grimm
Disney, Andersen e Esopo
Dengoso, Zangado e Atchim.

No País das Maravilhas
Bicho fala como gente
Morar na Terra-do-Nunca
Ser criança eternamente.

Damas dormem por um século
E despertam com um beijo
Ratos costuram casacas
Sonhando luas de queijo.

Princesinhas beijam sapos
Que viram príncipes belos
E são felizes pra sempre
Morando em lindos castelos.
Perdidos na escadaria
Sapatinhos de cristal
Enquanto assopra a casinha
De um porquinho, o Lobo Mau.
E passa depressa a infância
A magia não tem fim
Mas guarde sempre um pouquinho
Do pó de Pir-lim-pim-pim...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Teatro Erotídes de Campos


Piracicaba conta com mais um espaço cultural de grande porte.
Uma casa de espetáculos com equipamentos modernos e de alta tecnologia num prédio histórico que foi cuidadosamente restaurado, mas preservando as características arquitetônicas francesas originais.
Em noite de gala, a cerimônia de inauguração em vídeo de Adriano Perina e Felipe Perim

segunda-feira, 16 de abril de 2012

MICROCONTO

Marcelo Oriani ‏

Comecei a amar poesias a partir do instante em que descobri que era um poema escrito pelas mãos de Deus.

sábado, 14 de abril de 2012

SILÊNCIOS QUE CURAM - Carmen M.S.F.Pilotto


Noite límpida
de lua esplendorosa
acalenta minha mente
sedenta de contemplações

Lá fora, o ruído contemporâneo
ensurdece o homem urbano
que negou a sua própria alma
a possibilidade de sonhar...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

XX CONCURSO DE POESIA E PROSA ACADEMIA DE LETRAS DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA


PATRONO: JOÃO BATISTA SCANNAPIECCO 2012
Poesia - Prêmio Emílio Lansac Toha
Prosa - Prêmio Fábio de Carvalho Noronha
Prêmio Especial – 3ª Idade – Prêmio Otávio Pereira Leite
Podem se inscrever todos os interessados, em ambas as categorias, COM APENAS UM TRABALHO EM CADA CATEGORIA.
ATÉ 12 ANOS.
DE 13 A 18 ANOS.
DE 19 ANOS EM DIANTE
MAIORES DE 60 ANOS
O prazo para a entrega dos trabalhos será de 02 de abril a 15 de junho de 2012.
Os trabalhos deverão ser enviados para: Academia de Letras de São João da Boa Vista, Rua Bruno Balestrin, 79- Perpétuo Socorro- CEP: 13870-549 – São João da Boa Vista – SP, aos cuidados de Ana Lucia Finazzi. Ou via Internet, pelo e-mail – academiadeletras@alsjbv.com.br
As obras classificadas serão publicadas numa ANTOLOGIA.
Leia o EDITAL em anexo.

ACADEMIA DE LETRAS
de São João da Boa Vista/SP
Rua Cap. José Alexandre, 355 - São Benedito
13871-000 - São João da Boa Vista/SP - Brasil
Fone: (19) 3623 4155 - (19) 3633-5101

Acesse nosso site

quarta-feira, 11 de abril de 2012

LEIO, LOGO,ESCREVO




Suzette Brossi e Bruna Cuéllar Oliveira- alunas do 2º ano EM – Colégio Salesiano Assunção – Aulas de Redação – profª Christina A. Negro Silva


Ler não é apenas “passar os olhos” por um texto, tomar conhecimento do conteúdo e não deixar passar detalhes da história ; ler é desenvolver criatividade e imaginação, adquirir conhecimentos e valores. Somos, de fato, aquilo que lemos, quem lê muito pouco não conhece o próprio mundo, não conhece os mundos com os quais pode sonhar.
Quantas vezes não ouvimos aquelas típicas expressões “leia mais”, “crie um hábito de leitura”, “pare de ler porcarias”, mas a vontade é pouca e a preguiça parece aumentar à medida que pegamos mais e mais textos. Contudo há um antídoto para este marasmo : podemos começar escrevendo posts de blogs, atualizações de status, mensagens de texto, mensagens instantâneas e outras semelhantes, que podem nos motivar a ler e a escrever, até que transformemos nosso ato de leitura em uma necessidade. De fato, nem tudo o que se lê vale a pena ou está bem escrito, principalmente na internet – onde os jovens escrevem de maneira coloquial e sem se preocupar com regras ortográficas - basta sabermos filtrar as diferentes informações que recebemos através de uma leitura mais crítica.

Em vista disso, é comum vermos professores de português usarem generalizações como “eles escrevem mal, porque não lêem”, contudo isso não se aplica a todos: há aqueles que confirmam escreverem mal por não levarem a leitura a sério, mas há também exceções alguns dizem que mesmo “lendo bastante” ainda assim a escrita não melhora, poucos, porém são aqueles que lêem muito – com seriedade - mas escrevem mal, a escrita depende da leitura e vice-versa ambas se completam! Isabela Caroni, jornalista e escritora, disse "é importante para os jovens a oportunidade de conhecer os clássicos da literatura, ler ensina a pensar e refletir. Quem lê pode emitir opiniões universais, mas também é fundamental que se conheça os best-sellers da atualidade". Dialogando com a escritora, vale tudo na hora da leitura.

Então, é bom para o leitor tomar contato com novas formas lingüísticas, enriquecendo assim seu vocabulário e descobrindo novos mundos. Ampliar os conhecimentos assim é uma das mais infalíveis formas de nos levar a uma escrita impecável, afinal quem lê, vê mais, sonha mais, decide melhor, governa melhor, escreve melhor; com a leitura é possível melhorar muitos dos atos que valorizamos e praticamos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Academia de Letras de São João da Boa Vista lança antologia dos premiados

A Academia e Letras de São João da Boa Vista lançou a Antologia dos Premiados no Concurso Literário de 2011

Poesia selecionada em 3º lugar pela Academia de Letras de São João da Boa Vista-2011 que consta na Antologia


PÓ DE ESTRELAS
Ivana Maria França de Negri

Fui gerado no universo
nas esferas siderais

Guardo em mim todas as eras
desde as do fogo às glaciais

Trago comigo a sapiência
de remotos ancestrais

Em meu âmago acumulo
energias minerais

Sou um verme rastejante
o menor dos animais

Um mísero grão de pólen
oculto nos vegetais

Luz brilhante e colorida
difundida nos vitrais

Sou gota da branca espuma
na onda a quebrar no cais.

A lava rubra que escorre
de vulcões imemoriais

Sou o princípio divino
que anima os elementais

Sou a alma que alça voo
logo após os funerais

O que resta destes corpos
nos despojos sepulcrais

Sou ínfima poeira cósmica
pó de estrelas, nada mais...



sábado, 7 de abril de 2012

LEITURA, UMA GRANDE ALIADA


Matheus de França Cabrini e Leonardo Maluf    - alunos do 2º ano EM – aulas de Redação da Profª Christina Ap. Negro Silva – Colégio Salesiano “Dom Bosco Assunção” – Piracicaba

A relação entre leitura e escrita é uma questão pertinente há tempos. Muitas pessoas escrevem brilhantemente e negam ler com frequência, enquanto outros lêem diariamente, porém são menos habilidosas ao construir textos. Afinal, ler mais realmente influencia na escrita ou não? Mediante esse raciocínio, sobre algo não restam dúvidas: a leitura pode auxiliar muito.
Quando lemos, é como se estivesse abrindo diante de nós uma outra dimensão, um mundo repleto de ideias das quais muitas podem significar algo novo. Esse elemento “novo” é fundamental, pois representa o contato entre nossa mente com o antes impensado ou desconhecido. Isso pode vir na forma de palavras novas, tornando nosso vocabulário mais rico; pode ser também em cultura nova: por meio do conhecimento geral adquirido; bem como da estruturação textual utilizada pelo autor, pela qual podemos observar os diferentes modos de construção de texto; dentre outros desafios que a leitura nos apresenta.
O conflito das nossas ideias originais e das informações pós-leitura nos leva a sintetizá-las em um conteúdo crítico próprio, que passamos à frente e aplicamos, por exemplo, na escrita. Um bom texto é aquele, cujo autor possui um amplo horizonte de perspectivas, dados e argumentos, sendo estas características fruto da síntese que a leitura proporciona.
Além disso, a leitura também confere habilidades de concentração, interpretação e reflexão, visto que são elementos necessários para o bom entendimento de um texto. Nos tempos atuais, a competitividade exige essas três habilidades totalmente. Em um vestibular, por exemplo, o candidato focado tem enorme vantagem, bem como aquele que consegue interagir com um texto (de coletânea ou não) analisado criticamente, integrando-o à sua redação.
Em suma, é possível ver que a leitura é uma grande aliada na construção de textos e na vida, trazendo-nos novas perspectivas e melhorando nossa comunicação com o mundo. Por isso, nota-se a urgência de estimular a leitura como parte integral na educação do povo, desde a infância. Para muitos, o verbo ler não aceita imperativo, portanto é necessária uma forte campanha contínua nas escolas para que os educandos despertem para a leitura, para que ela desenvolva o gosto ,a curiosidade e o desejo por boas histórias.. Só assim, é possível ter bons escritores no futuro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

PARAÍSO (com fotos de Piracicaba)


José Paulo Paes

Se esta rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóvel matar gente,
mas para criança brincar.


Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?


Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Jogue esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.


Se este mundo fosse meu,
eu fazia tantas mudanças
que ele seria um paraíso
de bichos, plantas e crianças.

(Fotos de Bruno Constantino Leonardi)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

ANIVERSARIANTES DO MÊS DE MARÇO

(fotos do arquivo de Ivana Negri)
Leda,Athayde, Lurdinha, Elda, Raquel, Lidia, Ivana, Maria Helena, Ruth , Madalena e Isadora
Comemoração dos aniversariantes do mês na reunião do Clip, na biblioteca
Lurdinha canta em dueto com a neta Isadora
As três aniversariantes: Leda Coletti. Elda Nympha Silveira e Lurdinha Piedade Sodero Martins e a netinha Isadora

domingo, 1 de abril de 2012

DIA DA MENTIRA PERDEU A GRAÇA - Ludovico da Silva



Houve um tempo em que o dia 1º de abril –– consagrado à mentira –– era motivo de brincadeiras dos mais variados tipos: ingênuas, humorísticas ou carregadas de algum motivo que poderia transformá-las em verídicas por momentos, no decorrer de suas manifestações. Começavam em casa, provocadas por familiares, envolvendo crianças e dali saindo às ruas. Interessante que eram facilmente acreditáveis, porque transmitidas com toda seriedade, até que fossem reveladas ao ouvinte como uma pegadinha sem maiores conseqüências, pois essa era a verdadeira finalidade como comemoração da data.
Há uma justificativa para esse evento. Tantos mentirosos se consagraram através dos tempos e outros que os sucederam são facilmente encontrados pelas ruas da cidade. Deve ser pela persistência desse comportamento que foi instituído o Dia da Mentira. Uma comemoração meio estranha, mas justificável, pois eles merecem. Afinal, em meio a tantos dias comemorativos a acontecimentos os mais diversos, um a mais ou a menos não faz mal a ninguém, não é mesmo?
A gente sabe que muitos causos, ou a maioria deles, são envolvidos em situações nada verdadeiras. Não fosse assim, não teriam graça. Sérios ou ingênuos, são contados para distrair ou provocar risos. Quando alguém está rodeado de curiosos e há manifestações de alegria a todo instante é porque ali a patranha corre solta. E o patranheiro nunca é desmentido. Essa reação não é de bom tom. Por sinal, é aplaudido e solicitado a contar outras histórias do mesmo naipe.
Por outro lado, um cidadão metido a contar vantagens, normalmente, é um deslavado mentiroso. Mas aí é diferente, porque ele quer mesmo é aparecer, sem precisar botar melancia no pescoço. E onde se coloca o pescador? Nesse caso, o pescador fica de fora. Afinal, ele sempre tira fotografia ao lado do maior peixe da história e não pode ser desmentido, mesmo se for pescado no rio Piracicaba dos dias atuais. É a prova irrefutável de seu feito. E quem vai contestá-lo? Bem, por que se condenar os contadores de causos e os pescadores pelas histórias que contam, se tanta gente por aí mente de maneira deslavada, com a maior cara-de-pau, e nada acontece?
Mente-se com toda seriedade possível. E como se mente! Mente-se para encobrir uma verdade, que, às vezes, salta à vista. Não poucas vezes, mente-se para salvar uma situação.
Noutros tempos, o Dia da Mentira era esperado com muita expectativa e os brincalhões preparavam com certa antecedência qualquer situação que embaraçasse um amigo, culminando com muita gargalhada. Hoje, perdeu a graça. Não se fazem mais brincadeiras como antigamente para “pegar” um ou outro incauto. Assim visto, esse dia acabou ficando chato. É bem provável que isso acontece porque a mentira tem perna curta. Mas se o leitor tem saudade de épocas passadas e guarda consigo algo desse tipo, não perca oportunidade e ao primeiro amigo que encontrar na esquina tente uma pegadinha. Ele também vai se divertir, com certeza.
Mas não é novidade para ninguém que a mentira campeia de verdade pelo mundo afora.