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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

LUTO - ESCRITOR ANTONIO HENRIQUE COCENZA MORRE AOS 73 ANOS



O professor, escritor e advogado Antonio Henrique Cocenza morreu ontem, aos 73 anos de problemas cardíacos. Cocenza era casado com Iaracilda de Andrade Cocenza e deixou os filhos Paulo Henrique, Isabel e a neta Luisa. Foi colaborador do JP e era membro da Academia Piracicabana de Letras, entidade que presidiu. Armando Alexandre dos Santos, vice-presidente da Academia Piracicabana de Letras, lamentou a morte do amigo “Ele tinha uma cultura extremamente diversificada e ampla. Conversar com ele era um prazer, uma aula, sobretudo porque ele tinha muito bom humor” conta.

Prova de seu senso de humor foi a criação de uma associação informal, a Vesp (Velhos Esclerosados Sentados na Praça), que tinha sua “sede” em um banco na Praça José Bonifácio.

Santos também destaca o amor de Cocenza pela sua cidade natal, a pequena Cristina, em Minas Gerais. “Ele veio para cá (Piracicaba) quando era moço. Se aclimatou aqui, mas nunca esqueceu Cristina”, revela. Outra paixão de Cocenza era a música brasileira antiga. Ele gabava-se de nunca ter perdido uma edição da Noite de Seresta. Seu corpo foi velado até as 22h de ontem, no velório do Cemitério da Saudade, Piracicaba, e seguiu para a Cidade de Cristina, onde será sepultado hoje, às 15 h.



Fonte : Eleni Destro – JP de 31/12/2010 pg A8

sábado, 25 de dezembro de 2010

1o Lugar V Concurso de Poesia e Prosa da SPPA (Prosa)

EU, O MENINO E O CÃO
Fátima Soares Rodrigues

Ele seguia pela calçada, segurando o cãozinho no colo. Segurando não era bem o termo, e, sim, abraçando. Um abraço de aconchego, de “não entrego”, de “ele é meu”. Porém, sua missão era entregar o cãozinho a alguém e partir de volta para casa. Na última das hipóteses, se não achasse um dono para o cão, abandoná-lo à sorte e isso seria a morte para o menino.
O cão ele encontrara na rua, sem eira nem beira. Afeiçoara-se imediatamente a ele. Aquele amor à primeira vista em que os cinco minutos de encontro já representavam uma vida inteira.
O cãozinho, por sua vez, abandonado ou perdido – quem há de saber? – também identificou o menino como seu dono. Dono não, parceiro de brincadeiras, de trocas de afetos, de cumplicidades. Porém, a mãe fora enfática: “já temos um cão e aqui não cabe dois. Você tem meia hora para se ver livre dele”.
Imediatamente, o garoto fixa o seu olhar no cãozinho e é capaz de apostar que o pobrezinho entendeu direitinho a frase da mãe: não teria guarita naquela casa. O menino suplica com as lágrimas e aquele olhar pidão dos desesperados à espera de um milagre, pequeno que fosse.
A mãe, talvez para não se abalar, continua seus afazeres, de costas para a cena, sob a insistente palavra negativa, jogando por terra a esperança do garoto.
Então, ele busca a coleira novinha, que certa vez comprara para os passeios com o outro cão e ainda não a usara, e circula sobre o pescoço do cãozinho, talvez, para que ele se sinta mais protegido e acredite que, com ela, selava-se a conquista de um novo lar. Silenciosamente, o garoto coloca o cãozinho no colo e ganha as ruas do bairro, enquanto a corda da coleira vai roçando o chão, no embalo da caminhada, na identificação que nem existiu, na exigência de entregar o que era tão seu...
E, então, nos cruzamos na calçada. Quase que escondendo o cão no seu ombro, olha para mim e oferece-o. Não convencida da oferta contra o enorme carinho dedicado ao cachorro, pergunto-lhe o que dissera. E ele, no embate do olhar doloroso da entrega e ao mesmo tempo suplicante para que eu o aceite, me oferece o cão enquanto o aperta em seus braços. Para o seu desespero e alívio, eu recuso a oferta. Estou hospedada aqui perto e não moro nesta cidade.
O cão volta a cabeça para mim ao ouvir a minha voz e parecendo sorrir com a língua de fora e o olhar agradecido por não lhe oferecer o meu colo, segue firme no colo do garoto que parece apertá-lo mais ainda contra o peito.
Olho ainda uma vez para trás e vejo o garoto seguindo a rua à procura de alguém que abrigue o cãozinho.
Meia hora depois retorno à rua do encontro e vejo-os do outro lado. Vou seguindo ao encontro deles, ao mesmo tempo em que ele para a minha frente, e, com os olhos embaçados e a voz entrecortada me diz que não encontrou ninguém para ficar com o cãozinho. E é neste momento que me conta a história do encontro com o cão, da recusa da mãe, da coleira, da necessidade da entrega, de ter de romper o laço...
Olho a coleira vermelha em volta do pescoço do cãozinho. Um nó na garganta ao mirar o cachorro e o menino. De quem sinto mais pena? Do sofrimento do garoto por de ter de perder o seu amiguinho ou do olhar suplicante do cãozinho, pedindo para ficar? Sem uma boa solução, sugiro ao menino que bata nas casas que têm cachorro. Quem sabe?
O sol já começava a se pôr, aumentando a agonia do garoto. Teria de voltar sem o cachorrinho, e, se entregá-lo já o corroia por dentro, abandoná-lo, então, seria mais que um martírio.
Indefesa e engasgada, não consegui desejar-lhe “boa-sorte”, dando-lhe as costas, enquanto ele seguia a rua com o cãozinho no ombro e a corda da coleira vermelha se arrastando, num constante pedido de socorro...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A mais bela história de todos os tempos!

A mais bela história de todos os tempos!
Ivana Maria França de Negri

Um menino nasceu em meio a palhas e animais numa tosca estrebaria. Filho de um carpinteiro e de uma tímida jovem, escolhida especialmente para esta missão, ainda muito jovem saiu a pregar o amor, contando lindas e comoventes histórias em forma de parábolas. Era tão doce ouvi-lo, seguir seus passos, sentir sua forte energia e acreditar nos milagres que operava.
Alguns se enterneceram, creram em suas palavras e se curaram das chagas, das doenças e até voltaram à vida pelo poder da fé. Outros duvidaram de sua divindade e, temendo que viesse atrapalhar suas ambições desmedidas, quiseram acabar com ele, apagar sua luz, e condenaram o inocente à morte. Torturaram-no, cingiram-lhe a fronte com uma coroa de espinhos e o pregaram numa cruz. Mas esse martírio, ao invés de apagá-lo da memória do povo, só fez aumentar a fé e a crença das pessoas em tudo o que pregou.
Isso já faz mais de dois mil anos, mas essa história não se perde na espiral do tempo, ao contrario, cada vez mais se fortalece e dissemina-se pelo mundo inteiro. O seu exemplo deixado como herança, ajuda cada um que sofre a suportar a própria cruz.
Esse homem plantou o amor, a humildade, o perdão, e espalhou a esperança de que poderíamos construir um mundo de paz, sem guerras fratricidas, já que somos todos irmãos.
Dizia que as pessoas deviam seguir o exemplo das aves do céu, que não plantam, não colhem e nem armazenam, mas sabem que seu alimento virá. Pregava que se deve perdoar não uma única vez e sim setenta vezes sete, e que se deve oferecer a outra face, receber o filho pródigo com alegria e amar sempre, mesmo os inimigos.
E ano após ano, festejamos seu nascimento por ocasião das festas natalinas e choramos sua morte na semana santa. E a sua história se torna cada dia mais viva e mais eloqüente. Tantas outras histórias, tantos mártires, profetas, exemplos a serem seguidos nos milênios que se sucederam, mas a saga de Jesus encanta e enternece os corações, fortalece nas dores, nos piores momentos de nossas vidas e segue sendo contada para as novas gerações. Suas sábias palavras ecoam através dos séculos.
E sua eterna luz continua a irradiar-se pelo mundo, os raios cada vez mais brilhantes e intensos, penetrando nos corações e iluminando as almas.
Nesta época do ano, como por encanto, afloram sentimentos esquecidos. As pessoas ficam mais solidárias e se emocionam com mais facilidade. Pelo menos uma vez por ano, através da magia do Natal, revive-se a mais bela história de todos os tempos. Feliz Natal!

Cartão de Boas Festas - Biblioteca Pública Municipal

O Golp retribui os votos de Boas Festas recebidos da Secretaria Municipal de Ação Cultural e Biblioteca Municipal "Ricardo Ferraz de Arruda Pinto"

Que em 2011 a parceria Biblioteca/SEMAC/Grupo Oficina Literária produza bons frutos!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Fotos da Confraternização de Natal (Golp e Cafezinho Literário) 2010

Parte dos participantes da confraternização
Ivana (representando o Golp) e doutor William ( Cafezinho Literário)
Preté interpretando músicas natalinas
Ana Paterniani executando na flauta um pouporri de Natal
Cassio e Elda
Elda e Lurdinha
Ivana Negri e Lurdinha
Doutor William e Leda
Doutor William e Carmen Ruth, Carmen e doutor Wiliam ao fundo
Esther e Aracy
Maria Lucia e Eunice
Eunice e Felisbino
Cassio e Felisbino
Cornélio e Rosaly
Cornélio e Ivana Altafin
Ivana Altafin e Beth
Preté e Rosaly trocando presentes

As fotos foram tiradas pelas Ivanas: Ivana Negri e Ivana Altafin

Natal caipira

Natal Caipira
Ana Marly de Oliveira Jacobino

O cheiro dos ramos do cipreste explora as mãos e as narinas. Vovô Adão leva os netos para um dos parques da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz para colher os ramos dos ciprestes. E na nossa meninice a alegria contagia. O Natal corre pelos ares, tais quais as renas do Noel. A mesa está armada no canto da sala. Faltam os últimos retoques. Os caminhos de areia assombreado pelos galhos dos ciprestes levam a algum lugar ou a lugar nenhum. O lago feito de espelho camuflado pelos montes de areia e grama feita de serragem colorida. As pedras feitas de papel. O monjolo de peroba movido a água encanada fica no canto da mesa socando o milho. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec!
Na caixa dos guardados vamos desembrulhando peça por peça! Boi, burro, carneiros, camelos, galo, galinhas, pato, patas, sapos, rãs. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec! Vamos pegando com muito cuidado: anjo, pastores, reis Magos, José, Maria. Cada um, já tem o seu lugar determinado. O burro, a vaca no interior da gruta, logo atrás da manjedoura para que possam esquentar com a respiração a criança. José e Maria ajoelhados em frente ao menino. Pam!Pam! Rec! Pam! Pam!Rec!
Uma grande estrela rompe os céus segura por linha de naylon. Vovô nos deixa livres para espalhar as personagens de cerâmica pelos caminhos, morros, lago. Tudo vai ganhando forma, movimento e beleza. Enquanto isso, vovô alegra os nossos ouvidos com a sua voz de barítono. Os cantos natalinos podem ser ouvidos por todos.

“Brilha, brilha, lá no céu,
A estrelinha que nasceu.
Logo outra surge ao lado
Fica o céu iluminado.

Ao entoar “Noite Feliz”, vovô entra na sala de braço dado com a vovó. As suas mãos em concha carregam Jesus Cristinho. Vovô ampara as mãos da vovó e leva o menino até a manjedoura. Lágrimas correm pelo rosto de vovó Irene, que por ser cega não pode visualizar a beleza do presépio.


Resgatando a presença de Jesus

RESGATANDO A PRESENÇA DE JESUS
Hilda Mattos Stratico Jardim

Muitos hoje já se preparam para comemorar o Natal, mas suas primeiras preocupações com certeza estão focadas em presentes, amigo secreto, ceia, roupa nova, enfim... E no aniversariante, alguém já pensou? Vemos ruas e lojas infestadas de bolas coloridas, árvores enfeitadas, pisca-pisca emoldurando até mesmo casas e árvores, papai Noel subindo e descendo escadas, chegando em carros alegóricos, aterrissando de helicópteros... E Jesus, onde está? Será que o perdemos no meio do caminho? Quem de nós está preparando o seu coração para comemorar o natal de Jesus?
A palavra de Deus nos fala que aos 12 anos Jesus fora com seus pais à festa da Páscoa e, ao voltar para casa após um dia de viagem, Maria e José deram pela sua falta. Que atitude tomaram? A única que devemos tomar cada vez que isso acontecer também em nossas vidas: voltaram para encontrar Jesus. Ao chegar em Jerusalém, o encontraram no templo, ouvindo e interrogando os doutores da lei, que admiravam sua inteligência e suas respostas.
Amados, muitos, algum dia, deixaram Jesus para trás, no seu passado, mas não voltaram para buscá-lo. Em suas vidas muitas coisas ocupam o lugar de Jesus, festas, comemorações, vícios, desonestidade, vida fácil.
Precisamos saber que nada neste mundo vai preencher o vazio que há em nós a não ser Jesus. Você que um dia deixou Jesus pra trás, ou você que ainda não O encontrou, saiba que irá encontrá-lo na casa do Pai, falando através da Palavra, que é o próprio Jesus, mostrando a cada um de nós o Único e Verdadeiro Caminho que nos leva a Deus.
Sigamos o exemplo de Maria e José que, ao notarem a Sua ausência, ao ver que Ele ficou para trás, voltaram e o procuraram até encontrá-lo. Não perca Jesus de vista, deixe-o fazer morada em seu coração, tenha uma vida de comunhão com Ele; Ele é a nossa força, a nossa luz, a nossa certeza de um dia ter a vida eterna com Deus. Dê a Ele a direção de sua vida. Sabemos que a Sua presença em nós não vai impedir que as tempestades nos alcancem, mas com certeza nos dará forças para superar a todas elas.
Vamos adorar a Jesus que ressuscitou. Ensinemos ao mundo que devemos antes de tudo preparar o nosso coração para que o Natal de Jesus traga um renovo para nossas vidas. Assim como disse João Batista, que veio para preparar o caminho do Senhor, “arrependei-vos porque está próximo o reino de Deus”.
Vamos sim comemorar o Natal, reunir nossa família, nossos amigos, mas principalmente pôr ordem em nossos corações para receber Aquele que veio um dia para nos trazer a salvação.E não nos esqueçamos do que nos diz I Coríntios 20:23: “todas as coisas são lícitas, mas nem todas nos convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam”.Ao nosso Único e Verdadeiro Deus, Jesus, toda honra, toda glória e todo poder!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Confraternização de Natal do Golp e Cafezinho Literário

A nossa confraternização será neste sábado, às 14 horas, na Casa do Médico, em conjunto com o Cafezinho Literário. Como de praxe, as mulheres levam salgados e doces e os homens, as bebidas.

Cada um leve um poema ou texto ( curto) para ser lido e o presentinho para o sorteio do amigo secreto.

FELIZ NATAL a todos deseja o grupo Oficina Literária de Piracicaba



Natal: 4

eCafezinho Literário

Lembranças Natalinas

LEMBRANÇAS NATALINAS
Adenize Maria Costa

Tenho verdadeira aversão a essa coisa de “Papai Noel”, de bom velhinho, desde a minha infância. Nunca ganhei presente do Papai Noel, nem Ovos do “Coelhinho da Páscoa”. Nossa pobreza sequer permitia que acreditássemos nessas coisas. Quando tinha de sete para oito anos, tinha uma amiga que era “rica” ela era filha do Engenheiro responsável pela Estação Experimental onde morávamos. Estudávamos na mesma sala, pegava carona com ela quase todos os dias. Estudávamos juntas, brincávamos juntas, nunca tive o menor receio ou constrangimento em levá-la na minha casa, mesmo sendo uma casa simples e pobre, era casa de colônia. Lembro-me tão bem que, alguns meses antes do Natal, ela me disse que o Papai Noel traria para ela uma boneca Susi e uma bicicleta eu fiquei intrigada com aquilo, por que o Papai Noel traria dois presentes pra ela e nenhum pra mim? Perguntei a minha amiga como ela sabia disso e ela me ensinou direitinho como fazer pra ganhar um presente do Papai Noel ... Fiquei com aquilo guardado na cabeça e no coração, torcendo para que chegasse logo a véspera do dia de Natal... Desse em dia em diante, logo pela manhã, perguntava para a minha avó e para a minha tia quanto tempo faltava pra o Natal. Até que acabou o ano letivo e em seguida os “rumores natalinos” ficaram mais evidentes... Então me preparei, escrevi minha cartinha ao Papai Noel pedindo presentes pra mim e para minhas irmãs que moravam lá em São Paulo com meus pais, pedi presentes pra os meus primos já adolescentes, lembro-me que para o Ziquinho pedi uma bicicleta nova com farolete para que ele pudesse voltar pra casa a noite sem correr o risco de cair da bicicleta, acreditava que o motivo de suas quedas constantes era por causa da escuridão, não imaginava que “as cachaças “ que tomava na venda do Sr. Laurindo, ou do Sr. João Pavan eram a causa de tantos tombos e arranhões.
Minha carta ficou pronta com certeza todos ficariam contentes porque pedi presentes a todos até para os meus amigos vizinhos. Quando anoiteceu coloquei minha cartinha dentro do único sapato que tinha, que, aliás, ganhei do meu tio, irmão caçula da minha mãe e quando o ganhei, calçava o sapato pra dormir, tinha dó de usá-lo e sujá-lo.
Demorei muito a dormir naquela noite ao menor barulho da Lili ou do Ringo no quintal corria espiar pela fresta da janela, queria ver se conseguia flagrar o Papai Noel deixando nossos presentes. Lá pelas tantas o sono falou mais alto...
Na manhã seguinte acordei, dei um salto da cama e fui correndo na janela pra ver... Minha decepção ficou estampada na minha cara, no meu andar, na minha voz... Quando entrei na cozinha, minha tia olhou–me com o mesmo olhar carinhoso de todos os dias .. Pedi a sua benção e ela me perguntou: “ O que foi fia? Por que acordou cedo? “ Contei a ela o que estava acontecendo segurando a máximo o choro e tentando esconder as lágrimas que insistiam em se formar nos meus olhos... E ela me disse então, cheia de alegria e de amor, que eram características marcantes dessa minha tia-mãe: “Fia, não fica triste... Papai Noel não existe... Isso é coisa de gente que não tem o que ‘fazê’. Hoje é o aniversário do Menino Jesus, esse sim, não se esquece de ninguém... Ele era filho de Deus mais nasceu pobrezinho, mais pobre do que ‘nóis ‘... Ele sofreu , Fia, sofreu aquilo que nenhum homem no mundo agüentava sofrê... E a Nossa Senhora? Que tristeza... não teve nem um lugar decente pro ‘fiinho’ dela ‘nascê’... Num fica triste ‘minha fia’ porque senão ‘ocê’ vai ‘fazê’ o Menino Jesus ‘ficá’ triste “.
A partir desse ano a história do Menino Jesus era contada com detalhes pela minha tia, às vezes ela contava com tanta tristeza que eu até chorava... Mas depois da história, vinha o abraço apertado e o beijo “estralado” daquela boca sem dentes que me falavam palavras de Sabedoria, palavras que consolavam meu coração de criança pobre e esquecida pelo Papai Noel.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cartão de Boas Festas

CENTRO CULTURAL MARTHA WATTS
Rua Boa Morte, 1257 - Centro
Piracicaba - SP - CEP: 13.400-140
Tel. (19) 3124-1889
VISITE WEBSITE: http://www.unimep.br/ccmw

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Resultado do 5o Concurso de Poesia e Prosa da Sociedade Piracicabana de Proteção aos Animais



CATEGORIA PROSA

1º Eu, o menino e o cão - Fátima Soares Rodrigues - Belo Horizonte - MG

2º O Burrinho Nicomedes o Novo Milênio - Pedro Diniz de Araujo Franco – Rio de Janeiro-RJ

3º A Garota Má e o Lobo Vermelho - Denise Constantino da Fonseca - Angra dos Reis-RJ


MENÇÕES HONROSAS CATEGORIA PROSA

O menino visionário - Condorcet Aranha - Joinvile - SC

Vida de Gato - Leda Coletti – Piracicaba – SP

Vizinhos – Maria Apparecida Sanches Coquemala - Itararé-SP


CATEGORIA POESIAS

1º Vida de Cachorro - Otávio Egydio Roggiero Neto - Araras - SP

2 º Aracuri - Juraci da Silva Martins - São Cipó -RS

3º Focinhos Vira-Latas - Claudia Zippin Ferri - Paraná


MENÇÕES HONROSAS CATEGORIA POESIA

Nossos Momentos - Sarah de Oliveira Passarella - Campinas - SP

Emoções do dia a dia - André B. Oliveira - Piracicaba SP

Eco Lógico - Evelise Hey - Curitiba-Paraná
O júri foi composto pelos professores Daniel Ribeiro, Fernanda Sander e Pedro Luis Cardoso, pela escritora Ivana Maria França de Negri, pela veterinária e bióloga Paula Bergamin Arthur e pela bióloga e vice-presidente da SPPA Cristiane Naval Filletti

domingo, 12 de dezembro de 2010

Missiva


MISSIVA
Ludovico da Silva

Querido Papai Noel
Você deve ter recebido muitas cartinhas, como esta, mas estou lhe mandando porque meus amiguinhos é que me incentivaram a fazê-lo. Sei que deveria ter feito isto antes. Acontece que não vou à escola e ainda não sei escrever, porque preciso trabalhar para ajudar minha mãe.
Minha casa não tem chaminé. Não tem, também, fogão. Não tem campainha, nem portão à entrada. A porta está permanentemente aberta. Chegando, pode entrar. Encostada na parede, de restos de madeira e papelão, tem uma caixa. Pode sentar-se e descansar um pouco. Afinal, você deve estar exausto, por andar tanto e entregar presentes aos meninos e meninas da cidade. Se você estiver com a sacola vazia, se não sobrou nenhum brinquedo para mim, não faz mal, espere um pouco que chegarei da rua, pois quero lhe fazer alguns pedidos.
Sei que já é quase madrugada, mas não pude voltar antes. Se não tiver paciência de esperar, paciência, Papai Noel. Pode voltar para sua casa e festejar o Natal com seus familiares. Afinal, você é bom demais.
Ah, como este Natal está alegre. O sol brilhante, o céu azul. Tive um sonho bonito, Papai Noel. Meus amiguinhos me trouxeram um presente.
Até o ano que vem, Papai Noel!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Cada ser humano carrega em si o Universo


http://www.youtube.com/watch?v=yo-qUjnRrQ4&feature=email

Cada ser humano carrega em si o Universo
Luiza Gosuen

Ao nascermos temos o privilégio de adentrar os portões de um paraíso que nos recebe de braços abertos, oferecendo tudo de exuberante que existe nesse Universo e que, gratuitamente, nos é disponibilizado como um "presente".
Vem-me à mente as palavras do filósofo brasileiro, Arcângelo Buzzi, que diz: “A palavra Natureza vem do verbo latino "Nasci", que significa “brotar", "nascer".
Portanto, de forma conjunta, iremos fazer parte da Natureza que acopla em nós uma cópia de si mesma, e que é tecida magistralmente pelas mãos do Criador.
Sinta o ar entrando em seus pulmões: é como o embrenhar por um bosque fechado, com trilhas estreitas; uma cópia exata da magnitude que é o inalar e exalar desse precioso componente que irá dar vida a todo o Planeta: o oxigênio.
Tente agora vislumbrar uma correnteza, ouça o barulho, atente para o leva e traz dos nutrientes
nesse fluir contínuo.
Agora, ouça o borbulhar do sangue em suas veias, no trajeto perfeito de conduzir a cada parte o
vermelho da vida em forma líquida.
Nossa voz se assemelha aos ventos, é o que nos difere de todo ser e nos iguala ao Supremo que,
em sendo Verbo, se fez carne, habitou entre nós para expressar seu amor.
A voz é um som que tanto pode espalhar a brisa e a mansidão, quanto trazer a tormenta num grito de guerra e de destruição ; da nossa boca, a voz pode sair em forma de carinho ou de um sopro que apaga uma chama, ou rugir em forma de furação e, junto com a Língua - que serve não só para depurar as delícias - mas também para maldizer, destruir e matar.
Outro órgão de importância vital, nosso rim, que filtra tudo que foi absorvido pelo corpo trazendo o equilíbrio para que os outros órgãos possam se manter saudáveis.
Assim é a camada de ozônio que barra todas as radiações nocivas, impedindo que sejamos maltratados por impurezas vindas de todo o Cosmo.
Mas o homem não cuida do que lhe foi oferecido e, constantemente, assistimos atônitos a desmatamentos com corte de árvores centenárias.
E florestas inteiras sendo disseminadas pelo fogo criminoso, que muitas vezes também alcança
nossos mares.
A água , elemento de onde fomos formados, que desde o útero nos acolhe e nos nutre,
Hoje está escassa, imprópria para consumo.
Rios poluídos, geleiras ameaçadas, mares contaminados empresários insanos, pessoas descuidadas, contaminando e devastando o habitat natural dos animais aquáticos.
Huberto Rohden,outro filósofo brasileiro, entende esses efeitos como graus de conhecimento no homem.
A "subconsciência inferior" traduzida nas suas "manifestações egóicas" ou intelectual, quando o homem se julga superior a tudo e a todos, e a "cosmoconsciência da razão“ , quando o homem
compreende, por fim, que ele também é parte desse todo harmônico.
E nossos ossos: são como a dureza dos minerais entranhados no solo, dando forma e existência duradoura à superfície.
Na natureza, as escavações deformam a terra pela ganância corruptível e pela busca desordenada do valor do mineral, assim como fazem para extrair ossos e chifres dos
animais, matando-os sem ao menos se importarem com o martírio de outros seres viventes.
Nossos membros se assemelham ao corpo do Planeta, onde os movimentos integram as partes trazendo mobilidade sinérgica entre todos os povos.
E quando nasce mais um dia tão claro : é como a beleza da visão, com suas cores que irradiam alegria, junto com o calor do sol que brilha pujante e onipotente,envolvendo toda a Terra.
Então, de mansinho chega a noite, que vem, assim como o sono, aos pouquinhos, e vai nos acomodando, tranquilizando-nos com seu véu escuro e cobrindo-nos com a paz e o descanso.
E essa calma encontramos nos versos de Fernando Pessoa "Agora amo a Natureza como um monge calmo ama a Virgem Maria, religiosamente e, a meu modo como dantes(...) trouxeste-me a Natureza para o pé de mim".
Por que o ser humano sente essa necessidade ilógica e incontrolável de destruir a Natureza?
“É preciso habitar a Terra, no sentido, no decoro, na dignidade e na disciplina de suas dádivas".
(Arcângelo Buzzi)
Será que, inconscientemente, achamos que o que Deus criou não foi bom?
“É sabedoria agir de acordo com a Natureza, ouvindo a sua voz".
(Heráclito, filósofo grego pré-socrático).
“O mundo da simplicidade, da natureza, da fonte de água limpa e do canto dos pássaros é um pedaço do céu e a voz de Deus, que muitos não conseguem ouvir”. “ Quando se despreza a natureza, se despreza também seu criador."
“Nosso planeta adoeceu ,mas não vamos deixa-lo morrer : seremos seus guardiões em retribuição à benevolência que nos acolhe.
Está em nossas mãos! O futuro das novas gerações.

Texto – Luiza Gosuen
(Embaixadora do Conselho Mundial de Cidadania Planetária)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Luzes

LUZES
Adenize Maria Costa

É interessante observar como ficamos perdidos quando somos surpreendidos à noite, pela falta de energia elétrica. Mesmo se estamos em deslocamento de um lugar pra outro, dentro de nossa própria casa, ainda assim, ficamos por alguns segundos desorientados, fazemos um grande esforço pra nos recordarmos da disposição dos móveis, e principalmente, onde estão os fósforos ou o pacote de velas. Minha mãe tem o hábito de deixar sempre no mesmo lugar, para um socorro imediato nesses casos. Isso é mesmo coisa mãe!
Acredito que todo o mundo já passou por situação semelhante.
Analisando essa realidade sob ponto de vista pessoal, espiritual, quantas vezes vivemos "um apagão" na nossa vida. Quantas vezes a vida nos colocou em situações em que ficamos totalmente no escuro, sem saída, sem conseguir mover um passo por não saber qual direção, qual rumo tomar? Quantas vezes nessas situações apareceram pessoas que nos ludibriaram com uma pequena fagulha de luz e tudo o que provocaram foram mais trevas na nossa vida e mergulhamos ainda mais no abandono, na escuridão?
Por outro lado, é interessante pensar nas vezes em que, a partir de um simples palito de fósforos, conseguimos acender uma vela, e ao repartir essa pequena chama com as outras pessoas, pudemos sair da escuridão...
De vez em quando experimento um pouco dessa realidade na minha vida... Deus tem sido generoso comigo... Em meus “apagões”, em meus “blackouts” sempre encontro pessoas que, com sua luz, ajudam a iluminar minha vida, me orientam com sabedoria para encontrar as soluções, as saídas que necessito naquele momento.
Tenho convicção que Deus não retira os nossos problemas, mas nos orienta para a Sabedoria, para que possamos tomar as decisões corretas, fazermos as escolhas certas... Muitas vezes Ele age em nossa vida através das pessoas. Não necessariamente aquelas que convivem conosco, ou aquelas que nos querem bem. Mas são pessoas portadoras de Luz ( ou de um simples palito de fósforos) que vez ou outra vem para nos iluminar o caminho.
Perdi a conta de quantas vezes fui beneficiada por esses portadores de luzes, mas agradeço a Deus por cada uma dessas pessoas... E espero ter fé e Sabedoria suficiente para também ser luz na vida de alguém.
Obrigada a cada uma de vocês, pelas luzes que portam e também pelos "apagões" que enfrentamos porque foram ocasiões em pudemos repartir as nossas chamas e iluminar nossos caminhos para juntos encontrarmos a saída.
Deus abençoe!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dirce Ramos de Lima


Chegou-me às mãos o livro de Dirce Ramos de Lima, "HERANÇA", lançado em 17 de abril de 1982.
O exemplar é um primor. Prefaciado pela escritora Marisa Filleti Bueloni, tem poesias de várias fases. Do amor... da angústia... dela... dos outros... dos velhos... das crianças... da vida... do mundo...

Um dos poemas inserido no livro:


CANÇÃO DO AMOR PERDIDO
Dirce Ramos de Lima

Quem deixa pra amanhã
deixa pra nunca
Eu disse que te amava, agora!

O amor é uma nuvem lá no espaço
e enquanto tu sonhas,
ele vai embora!

Não quis tua vida, tua alma
somente o teu amor por um instante
Felicidade é o momento que passa
passei por ti,
agora estou distante.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Natal da minha Infância

NATAL DA MINHA INFÂNCIA
Elda Nympha Cobra Silveira

Lembro-me de uma sala improvisada dividida por um biombo, onde estava montado um pequeno presépio feito com toda singeleza pela minha irmã mais velha, mas que para mim e minhas amigas era uma beleza! Patinhos nadando num pedaço de espelho rodeado de areia e serragem colorida de verde, para parecer grama, naturalmente. Uma manjedoura com Jesus Menino, ao lado seus pais, José e Maria, os animais da estrebaria e uma estrela de papel brilhante pendurada por uma linha de carretel usada para fazer pipas, encimada na frente da gruta.
Jesus pareceu-me tão sozinho, mesmo com seus pais ao lado, tão pequeno e disseram para mim que Ele veio para salvar o mundo. Mas como poderia ser, se ele era tão pequenino? Então pensei:
-- Se Ele pode, talvez eu e todos os outros pudessem também! Mas como? Disseram-me que Ele morreu por nós ! Ah! Eu não teria essa coragem não! Mas não haveria outra maneira de agradá-Lo? Perguntei a minha mãe.
Ela disse-me que quando eu fosse fazer o catecismo iria aprender.
-- Mas diga-me agora mamãe, não quero esperar tanto assim!
-- Está bem! Siga os dez mandamentos que você vai aprender com a catequista, mas por enquanto lembre-se deste: “Amar aos outros como a ti mesmo!”
Naquele momento compreendi o que Jesus Menino queria de mim! Ganhara vários brinquedos e um deles com certeza não iria me fazer falta e que alegria teria ao dá-lo para uma amiguinha que não iria receber nada naquele Natal! Esse foi o Natal mais perfeito e construtivo da minha vida e até achei que o Menino Jesus sorriu para mim... Ele não estava mais sozinho naquela pobre manjedoura, eu estava com Ele!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passagens


PASSAGENS
Aracy Duarte Ferrari

Jamais conseguirei escrever tudo o que intenciono: lembranças, registros históricos passados e presentes, e mais, projeções, sonhos, que envolvem passagens engraçadas, coloridas, matizadas, coisas intrigantes, temas sobre os amigos, relativos aos amores que tive. Passagens da minha vida, da minha vivência junto a pessoas de idades diferentes, de personalidade vária. Passagens de mim, emotivas, envolventes, tímidas, que podem causar diferentes sentimentos, gestos espontâneos, envolvimentos, sorrisos e sustos. Enfim, pura emoção!
Idealizo também pintar, não uma natureza-morta, uma tela de formas contemporâneas, mas uma paisagem estranha. uma forma humana construída com pontos de interrogação, de exclamação, vírgulas, pontos finais e pontos e vírgulas, tudo em cores vibrantes, amenizadas pelas perguntas e respostas, que farão contraste por causa das tonalidades claras. Corpo estranho, meio humano, meio grotesco, figura inespecífica e inexata, corpo desconhecido que pode representar qualquer ser, qualquer imagem.
Pensei em pintar um auto-retrato! Mas descobri que a minha imagem se encontra no meu relicário e não deve ser exposta assim, sem mais nem menos. Para mim, a imagem de todas as pessoas está bem guardada em seus respectivos relicários, que devem ser abertos com muito cuidado! Quando a imagem é exposta, na certa, o coração pulsará descompassadamente, porque nesse momento ela desnuda os envolvimentos amorosos presentes e passados! Somente o retorno à escuridão, na qual sempre viveu, dará conta de acalmá-lo, tornando-o feliz e ritmado outra vez.
Não desisti do meu intento por causa disso, somente compreendi que tudo deve acontecer no seu tempo exato, como os fenômenos naturais acontecem segundo as regras precisas da física... Para que os fenômenos humanos também ocorram na mesma ordem, devemos ser sensíveis, cumprimentar as pessoas, devemos ser alegres, cantar, e se possível, distribuir gotículas de amor junto com o vento que acaricia o nosso rosto. Devemos ainda enxergar no nosso redor o outro, o próximo, falar com ele palavras coerentes, estimuladoras, porque não existe no mundo quem não precise de um alento, de elogios diretos, ditos olho no olho, e carinho, tudo isso que é capaz de elevar a auto-estima.
Porque na rotina diária da nossa vida nos confrontamos com contratempos, e por isso é importante que cada um tenha a sensibilidade de estender a mão para quem está desarvorado e não consegue distinguir o que positivo do que é negativo nas situações que enfrenta. Tudo são passagens, na verdade, aquela atravessada pelo desarvorado e a outra que mostra como podemos ser mais humanos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O segredo da Vida

O segredo da vida
Cassio Camilo Almeida de Negri
(texto lido no Programa 2010 - Educativa FM)

Fim de ano ...
Finalmente chegou a época de férias e de ir à mesma praia e passar uma semana à beira mar.
Fui o primeiro ocupante dessa casa vinte e cinco anos atrás. Engraçado, que quando chego, parece que o cronômetro do tempo pára e quando saio, ele novamente continua a correr, e corre tão rápido no dia-a-dia da vida, que a primeira vez que lá estive meus filhos eram pequenos e parece que foi ontem.
Hoje já casados, com filhos, e eu e minha esposa resolvemos levar conosco nossas três netinhas de seis, cinco e três anos, pois assim, achamos que iríamos descansar muito mais, pois o tempo novamente iria parar.
De fato parou.
Como foi bom brincarmos de fazer castelos na areia, pular ondas, tomar chuva fria dentro da água morna do mar, chupar sorvetes à vontade sem nos preocuparmos com gripes, pingos pelo chão, nem pelas roupas, pois estávamos sem elas. Sem horário para levantar ou dormir, sem horário para almoçar, sem telefone celular, nem computador.
De vez em sempre, um pernilongo à noite, ou um borrachudo de dia nos faziam lembrar que não estávamos no paraíso.
Nesses dias, cheguei perto, bem próximo mesmo de descobrir o Jardim do Éden e o meu verdadeiro eu.
Senti-me o sol doando sua energia que penetrava em mim mesmo, dourando e fazendo arder a pele. Senti-me as ondas que me refrescavam do calor solar. Senti-me a areia fofa que esculpia minhas pegadas na areia. Senti-me a chuva de verão que me molhava. Senti-me as nuvens desenhando chumaços de algodão no céu azul. Senti-me o buscador de Deus e Ele ali, à minha frente o tempo todo, no sol, nas ondas, na chuva, nas nuvens, na minha esposa, nas minhas três netinhas, em mim... éramos um só Ser e Ele, através do sussurro do vento, disse-me baixinho ao ouvido:
- O segredo da vida, consiste em chegarmos a ser o que somos!