PASSAGENS
Aracy Duarte Ferrari
Jamais conseguirei escrever tudo o que intenciono: lembranças, registros históricos passados e presentes, e mais, projeções, sonhos, que envolvem passagens engraçadas, coloridas, matizadas, coisas intrigantes, temas sobre os amigos, relativos aos amores que tive. Passagens da minha vida, da minha vivência junto a pessoas de idades diferentes, de personalidade vária. Passagens de mim, emotivas, envolventes, tímidas, que podem causar diferentes sentimentos, gestos espontâneos, envolvimentos, sorrisos e sustos. Enfim, pura emoção!
Idealizo também pintar, não uma natureza-morta, uma tela de formas contemporâneas, mas uma paisagem estranha. uma forma humana construída com pontos de interrogação, de exclamação, vírgulas, pontos finais e pontos e vírgulas, tudo em cores vibrantes, amenizadas pelas perguntas e respostas, que farão contraste por causa das tonalidades claras. Corpo estranho, meio humano, meio grotesco, figura inespecífica e inexata, corpo desconhecido que pode representar qualquer ser, qualquer imagem.
Pensei em pintar um auto-retrato! Mas descobri que a minha imagem se encontra no meu relicário e não deve ser exposta assim, sem mais nem menos. Para mim, a imagem de todas as pessoas está bem guardada em seus respectivos relicários, que devem ser abertos com muito cuidado! Quando a imagem é exposta, na certa, o coração pulsará descompassadamente, porque nesse momento ela desnuda os envolvimentos amorosos presentes e passados! Somente o retorno à escuridão, na qual sempre viveu, dará conta de acalmá-lo, tornando-o feliz e ritmado outra vez.
Não desisti do meu intento por causa disso, somente compreendi que tudo deve acontecer no seu tempo exato, como os fenômenos naturais acontecem segundo as regras precisas da física... Para que os fenômenos humanos também ocorram na mesma ordem, devemos ser sensíveis, cumprimentar as pessoas, devemos ser alegres, cantar, e se possível, distribuir gotículas de amor junto com o vento que acaricia o nosso rosto. Devemos ainda enxergar no nosso redor o outro, o próximo, falar com ele palavras coerentes, estimuladoras, porque não existe no mundo quem não precise de um alento, de elogios diretos, ditos olho no olho, e carinho, tudo isso que é capaz de elevar a auto-estima.
Porque na rotina diária da nossa vida nos confrontamos com contratempos, e por isso é importante que cada um tenha a sensibilidade de estender a mão para quem está desarvorado e não consegue distinguir o que positivo do que é negativo nas situações que enfrenta. Tudo são passagens, na verdade, aquela atravessada pelo desarvorado e a outra que mostra como podemos ser mais humanos.
Aracy Duarte Ferrari
Jamais conseguirei escrever tudo o que intenciono: lembranças, registros históricos passados e presentes, e mais, projeções, sonhos, que envolvem passagens engraçadas, coloridas, matizadas, coisas intrigantes, temas sobre os amigos, relativos aos amores que tive. Passagens da minha vida, da minha vivência junto a pessoas de idades diferentes, de personalidade vária. Passagens de mim, emotivas, envolventes, tímidas, que podem causar diferentes sentimentos, gestos espontâneos, envolvimentos, sorrisos e sustos. Enfim, pura emoção!
Idealizo também pintar, não uma natureza-morta, uma tela de formas contemporâneas, mas uma paisagem estranha. uma forma humana construída com pontos de interrogação, de exclamação, vírgulas, pontos finais e pontos e vírgulas, tudo em cores vibrantes, amenizadas pelas perguntas e respostas, que farão contraste por causa das tonalidades claras. Corpo estranho, meio humano, meio grotesco, figura inespecífica e inexata, corpo desconhecido que pode representar qualquer ser, qualquer imagem.
Pensei em pintar um auto-retrato! Mas descobri que a minha imagem se encontra no meu relicário e não deve ser exposta assim, sem mais nem menos. Para mim, a imagem de todas as pessoas está bem guardada em seus respectivos relicários, que devem ser abertos com muito cuidado! Quando a imagem é exposta, na certa, o coração pulsará descompassadamente, porque nesse momento ela desnuda os envolvimentos amorosos presentes e passados! Somente o retorno à escuridão, na qual sempre viveu, dará conta de acalmá-lo, tornando-o feliz e ritmado outra vez.
Não desisti do meu intento por causa disso, somente compreendi que tudo deve acontecer no seu tempo exato, como os fenômenos naturais acontecem segundo as regras precisas da física... Para que os fenômenos humanos também ocorram na mesma ordem, devemos ser sensíveis, cumprimentar as pessoas, devemos ser alegres, cantar, e se possível, distribuir gotículas de amor junto com o vento que acaricia o nosso rosto. Devemos ainda enxergar no nosso redor o outro, o próximo, falar com ele palavras coerentes, estimuladoras, porque não existe no mundo quem não precise de um alento, de elogios diretos, ditos olho no olho, e carinho, tudo isso que é capaz de elevar a auto-estima.
Porque na rotina diária da nossa vida nos confrontamos com contratempos, e por isso é importante que cada um tenha a sensibilidade de estender a mão para quem está desarvorado e não consegue distinguir o que positivo do que é negativo nas situações que enfrenta. Tudo são passagens, na verdade, aquela atravessada pelo desarvorado e a outra que mostra como podemos ser mais humanos.
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