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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Concurso Literário “Canto e Encantos das Aves de Piracicaba” coordenado pela rede “Birdwatching de Piracicaba”

 

“Canto e Encantos das Aves de Piracicaba” coordenado pela rede “Birdwatching de Piracicaba”

1º lugar   



 

O dia vai... a noite vem...

Leda Coletti

 

As aves são ornamentos

da nossa mãe natureza,

encantam, são acalentos,

no mundo espalham beleza.

 

Anunciando o alvorecer

todas desejam bom dia,

demonstrando bem querer

almejando só alegria.

 

O sanhaço tece o ninho

sabiá canta, gorjeia,

pica-pau rei pica o pinho,

marreca n’água é sereia.

 

Canário está na paineira,

pombo do mato a chorar

por causa da companheira

que partiu sem avisar.

 

Tico-tico mui bondoso

choca os ovos do chupim,

que folgado e preguiçoso

age errado, sempre assim.

 

Pássaro preto habita

o oco dos coqueirais

e, com a brisa se agita

emite sons celestiais,

 

Num galho lá da figueira

João de barro fez morada,

toma conta da parceira

teme que seja roubada.

 

Há perigo na campina

o bem-te-vi anuncia

o gavião belo, o rapina

oculto, lá do alto espia.

 

Tuiuiú, mais colhereiro

são aves do Pantanal,

no Tanquã hospitaleiro

revivem berço natal.

 

Junto ao rio Piracicaba

há garças brancas nas margens

e essa migração só acaba

quando as cheias são miragens.

 

“Noiva da Colina” abriga

verdadeiro relicário,

é refúgio, amparo, amiga

das aves, um santuário.

 

As araras e tucanos

colorem nossos torrões,

estão ficando urbanos

visitando os quarteirões.

 

Barulhentas maritacas,

aves com sons estridentes

parecidos com matracas,

se fazem sempre presentes.

 

À tarde tem revoada

das andorinhas, pardais,

que aos bandos em disparada

pousam em áreas centrais.

 

No canto lá da porteira

a coruja é sentinela

da madrugada altaneira

com luar, que a faz tão bela!

 

No silêncio repousante

a natureza adormece.

Na pausa gratificante

o mundo inteiro emudece.


2º lugar  


 

Coral das aves

Ésio Antonio Pezzato

 

Papa-capím faz seu ninho, no galho da pitangueira.

E a sabiá-laranjeira

Toda cheia de carinho constrói nesse mesmo galho;

E ambos no mesmo trabalho cantam à tardinha inteira.


Na alegria eu me completo a ouvir dueto tão lindo.

Minha alma fica sorrindo

Que até componho um soneto. O canto na tarde imensa

Parece sentida crença de um bem-te-vi indiscreto.


Essas aves tagarelas acordam as outras aves,

E em sinfonias suaves

                                 Com suas vozes tão belas cada canto é sinfonia,                                  

E é ritmo nesta poesia em modulações singelas...


Da terra chega o canário que estala com seu trinado.

Pintassilgo apaixonado

Canta odes de seu hinário. Azulão em paz solfeja,

O avinhado rumoreja num dobrado extraordinário!


Até parece mentira, mas um belo joão-de-barro

Junto à bica busca o barro

E com seu canto de lira numa paixão que me abrasa,

Vai construindo sua casa para o espanto da corruíra!


A saíra de sete cores brinca com um coleirinho

Nesse abraço de carinho

Flamboyant explode em flores! Mas num voo refratário

Beija-flor extraordinário voa arisco em mil amores!


Andorinha veloz voa e enche o espaço de rabiscos...

Salpica com asteriscos

A mansidão da lagoa. Mas logo fico escutando

Bicos-de-lacre num bando, pousados sobre a taboa.


Tanta paixão e alegria sinto por esta Cidade.

E tão lindo amor me invade

Que a inspiração é magia. Por isso meu peito canta.

Tanta beleza me encanta que rimo a minha poesia.


Tantas aves na beleza de cores mil e variadas...

São almas apaixonadas

Que cantam pela devesa. E ouvindo tão lindos cantos,

Minha alma sente os quebrantos no esplendor da natureza!


Uma garça em sua graça passeia pela lagoa.

E um pica-pau esbordoa

Um velho tronco com raça. Mas em balés esquisitos

Um bando de periquitos revoa por sobre a praça.


Mas alegre, saltitante qual belo malabarista,

Tiziu se julga um artista

E pula, e pula, confiante. Mas logo do azul sanhaço

Recebe amoroso abraço nesse dia delirante!


Escuto... e o canto não erro...Esse canto apaixonado

Que vem da paineira ao lado,

É de um belo trinca-ferro. E em meio a imensa alegria,

Louvo a Deus por esse dia, e minhas rimas encerro.

Minha alma na tarde trina, e imita tais passaredos.

E juntos nesses folguedos

O meu coração se inclina e queda-se ajoelhado.

E sente-se apaixonado pela Noiva da Colina.


Mas que o canto não se cale pois minha Piracicaba

Tem o som que não se acaba

E vai da colina ao vale. E em meio a essa imensa festa,

Para reger essa orquestra, que chamem o Ernst Mahle!



Cerimonial de premiação do I Concurso de Poesia, Conto e Crônica "Canto e Encantos das Aves de Piracicaba".
Realização:
Rede Birdwatching
Idealização:
Maria Cristina Arzolla
Apoio :
Academia Piracicabana de Letras/ Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.
Jurados:
Carmen Pilotto
Vitor Pires Vencovsky
Ivana Maria França de Negri
André Bueno Oliveira
Valdiza Capranico

Jurados Ivana Negri, Carmen Pilotto, Valdiza Capranico e Vitor Vencovisky, faltando o jurado Andre Bueno Oliveira que não pôde comparecer
Jurados, premiados e organizadores
Maria Cristina Arzolla, presidente da Rede BirdWatching de Piracicaba e organizadora do evento
Primeira colocada, a escritora e poetisa Leda Coletti recebendo o prêmio das mãos de Carmen Pilotto
Valdiza Capranico proferindo algumas palavras representando o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

Debora Razze, uma das selecionadas

Ivana M. Negri e Pedro Zagato, um dos selecionados

Alessandra Guiarnieri Betti, selecionada

                   Debora Razze e Ivana Negri

 


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