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quinta-feira, 27 de setembro de 2018

REBANHO

Arte por Parte


Lídia Sendin

Passo por onde todo mundo passa,
Em meio à solidão,
Sem sexo, sem cor e sem raça,
Penetro a multidão.

No vai e vem dos corpos,
Olhos perdidos,
Quase se tocam na passagem,
Mas são contidos,
Seguem viagem.

Andando ao largo,
Movem-se em onda arremetida,
Sem direção, mas sem embargo,
Cada um em sua estrada preferida.
Andam sem saber se é o bem ou o mal
Que envolve aquela massa,
Uniforme corrente social.

Apenas andam, ou se movem.
Não esperam nada,
Não se alegram, nem se comovem.
Seguem apenas seu instinto de manada.

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