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quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Leda Coletti - Palestrante no Recanto dos Livros
LEDA COLETTI
PRÓXIMA CONVIDADA DA RETROSPECTIVA DO RECANTO DOS LIVROS
A educadora, documentarista e poetisa Leda Coletti é a próxima convidada do “Recanto dos Livros” para uma rodada de conversa com amigos e convidados no dia 2 de setembro, das 10 às 12 horas.
A convidada tem a sua formação profissional a partir de 1962, tendo se licenciado em pedagogia pela primeira turma da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro; foi Professora Efetiva da Cadeira de Educação. Magistério para formação dos antigos professores primários, nas cidades de Brotas, Piracicaba, Santa Adélia e Araraquara; Coordenadora Pedagógica em Santa Maria da Serra e Piracicaba; Diretora Efetiva em escolas de Francisco Morato, Santa Bárbara D’Oeste e Piracicaba e finalmente, Supervisora de. Ensino, em Americana e Piracicaba, aposentando-se em 1990.
Leda Coletti, nascida em Piracicaba, SP iniciou seus trabalhos literários no ano de 1992. É integrante do Clube dos Escritores, Centro Literário de Piracicaba (CLIP) Grupo Oficina Literária de Piracicaba (GOLP) e Academia Piracicabana de Letras (APL). Foi premiada nas categorias: poesias, trovas, crônicas e contos em concursos estaduais, nacionais e um latino-americano. Participou com trabalhos escritos em mais de 50 coletâneas.
Possui as seguintes obras escritas: Ipeúna de Ontem. Documentário,1995; Canto a Vida. Livrete de Poesias,1995; Aconchego. Livro de Poesia e Prosa, 2001; Ensaiando Trovas e Quadras, 2002;366...Reflexões do dia-a-dia. 2004; A Saga dos Dal Piccolo- 2004; Livrete: É Hora de Trovar,2007; Eu, educadora, 2011; Louvar e Agradecer ao Senhor, Livrete, 2013.
Teve outras participações em eventos culturais na cidade e região, tais como: Organizadora de três Encontros de Escritores na Fazenda São.Judas Tadeu, no município de Ipeúna, de 2003 a 2006; idealizadora e participante da distribuição de poesias no Dia da Poesia, em Piracicaba., desde 2005; idealizadora da comemoração do Dia do Escritor ( 25/07) desde 2010; possui curso de Formação de Contadora de Histórias Junho de 2011, Com a Prof.ª Carmelina de Toledo Piza e Ana Christina Martins,
Piracicaba.2011;idealizadora do Projeto de Mensagens Natalinas, desde 2011;membro da Comissão Organizadora do 1º Prêmio Escriba de Crônicas. Secretaria Municipal da Ação Cultural e da Biblioteca Pública Municipal “ Ricardo F. de Arruda”. Piracicaba. 2012.
Muitas poesias e textos foram publicados em Palavras & Versos (até 02/2007) e em Letras & Rimas no Jornal de Piracicaba. Igualmente em Prosa & Verso, no Jornal A Tribuna e no Informativo do Clube dos Escritores. Tem ainda participação em exposições culturais da cidade em datas especiais, coordenação de oficinas literárias nas escolas e saraus literários, bem como leitura de poesias em clubes da cidade e datas comemorativas de amigos.
Desde março de 2015 é voluntária do Espaço Literário Recanto dos Livros no Lar dos Velhinhos de Piracicaba. Seus livros serão comercializados e autografados ao peço simbólico de R$ 5,00 e a renda será revertida ao “Recanto”.
O evento é aberto ao público, que poderá também na ocasião fazer a doação de livros e aproveitar a oportunidade para conhecer o Recanto dos Livros.
sábado, 19 de agosto de 2017
Capitão Nhô Lica, o colecionador de pedras
Site do Colégio Piracicabano
Autora e ilustradora |
A ilustradora do livro Ana Clara de Negri kantovitz
O lançamento do livro para crianças “Capitão Nhô
Lica, o Colecionador de Pedras” faz parte dos festejos dos 250 anos de
Piracicaba.
Escrevi, faz um tempinho, um texto na Gazeta de Piracicaba: “Somos todos Nhô Lica”, onde
tecia comentários sobre a nossa mania de colecionar coisas, comparando com essa
fixação de coletar pedras do lendário Nhô Lica.
Muita gente comentou, mandou e-mail ou contou pelo facebook alguma
experiência que teve com ele.
E a escolinha das minhas netas gêmeas, para minha
surpresa, fez um trabalho interessante com as crianças, baseado no
meu texto. Fiquei muito feliz!
As crianças coletaram pedregulhos e levaram para a escola. E vieram
contando animadas sobre a história do Nhô Lica.
Então, a minha amiga Carmen me deu a ideia de escrever um livrinho
infantil recontando essa lenda da nossa terra para as novas gerações.
O único livro que narra a saga do Nhô Lica foi escrito pelo escritor
Chico Mello, parente dele.
Adaptei para o linguajar infantil e minha neta de 9 anos fez as ilustrações.
Penso que essas lendas não devem morrer nunca, pois fazem parte da história e
do folclore piracicabano.
A maioria das crianças não conhece esse personagem e poucos professores ainda contam para elas essa história.
E no final do livro, as quadrinhas para Nhô Lica.
Quadrinhas para Nhô
Lica
Nhô Lica era um
sonhador
Que se achava
milionário!
Catava pedras nas
ruas
E as guardava em seu
armário
Pensava serem
brilhantes
Aquelas pedras
feiosas
Por isso suas
histórias
Ficaram muito famosas
O som do
seu violão
Tocava o começo e o
fim
Pois só tinha duas
cordas
Dim, dim, dom dom,
dim ,dim, dim
Dizia ser bandeirante
Que andou pela Patagonia
Por Goiás, por Minas e Andes
Em suas noites de insonia
Passou a ser uma
lenda
A história desse
guerreiro
E a saga do capitão
Vai rodando o mundo
inteiro!
O livrinho encontra-se à venda na Livraria Jota Portes e no Recanto dos Livros
terça-feira, 8 de agosto de 2017
RELEMBRANDO GERAÇÕES PASSADAS
Muitas vezes as
pessoas manifestavam seu afeto não por toques físicos de carinho, mas sim por
gestos e palavras, as quais só num futuro distante (agora presente) pudemos entender
e valorizar. Daí virou passado, mas não importa, a lembrança ficou presente e
passou a ser entendida como dádiva preciosa. Tomo como ponto de referência, meus
avós maternos, para nós os “nonos italianos”. Eles não tinham o costume de
expressar seus sentimentos, beijando ou abraçando os netos, mas o sorriso com
que nos recebiam quando osculando uma de suas mãos pedíamos-lhes a benção, eram
sinais de manifestação que nos amavam muito; também a suculenta sopa ou
macarronada com o macarrão feito em casa como apreciávamos, sempre a nos
brindar nas visitas.
Já o avô paterno
que parecia avesso às nossas peraltices infantis, não chegava sem o pacote de
balas quando nos visitava. Fazia-me sentir importante ao me chamar para uma
“partidinha” de baralho. Geralmente ele ganhava e arrematava o jogo com uma
risada gostosa, dizendo para me arreliar: “você não serve pra jogar estas
cartas: é menina dos livros”. Isso, porque percebia que eu estava sempre a ler
histórias de autores infantis.
Até as
designações: ” como você está bonita e
gordinha ”, ( ainda não usavam o
sinônimo “fofinha”), que as tias e amigas dos familiares usavam eram ditas para
agradar. Bem diferentes das atuais, onde os pais são mais abertos e espontâneos
com filhos e netos. São louváveis esses comportamentos, como também os do
passado, embora estes últimos, sendo tímidos e sem toques físicos. Na ocasião nem
percebíamos serem provas do quanto nos estimavam. Só agora, quando todos já se
foram e no outono da vida quase inverno é que os
reconhecemos como carinhos, amor...
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
SAUDADES
(À
minha mestra Maria Cecília Bonachella)
Amanda
Fleury
Tão
semelhante como reflexo no espelho:
Eu,
literalmente, pequena diante dela
A
soberana poetisa:
Maria Cecília Bonachella.
Maria Cecília Bonachella.
Portas
abertas
Folhas
amarelas
Olhares
aquiescentes
Almas
cúmplices:
A
poesia nascia.
Lugares
se invertiam
na
sabedoria de ensinar
e
no interesse em aprender.
Tudo
tão sereno...
Tudo
tão frágil
como
seu corpo...
Escondia
uma alma profunda
Marcada
por dores
Enganos
Amores...
Momentos
preciosos deixados
Na
lembrança e nos papéis.
Ficaram
as palavras...
Ficaram
as poesias...
Essas
– apenas essas –
são imortais...
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Lembranças do Bicentenário de Piracicaba
Ivana
Maria França de Negri
Finalzinho dos anos dourados, 1967.
Eu, pré-adolescente, com doze primaveras
incompletas. Os festejos do Bicentenário de Piracicaba, nessa época, me
marcaram profundamente.
Nossa Noiva da Colina era ainda uma
cidade interiorana onde quase todos se conheciam. Mas crescia muito depressa
sob o comando do dinâmico prefeito Luciano Guidotti.
Não havia shoppings e os pontos de
encontros da juventude eram na saída da missa da Catedral, em algum barzinho,
como o Karamba´s Lanches, nos cinemas como o Politeama, Palácio e Broadway, na bombonnière do Passarela ou no Jardim da
Cerveja.
Os Beatles eram os ícones, e o iê-iê-iê
e a Bossa Nova encantavam os adolescentes.
O movimento “Paz e Amor” dos hippies, se
alastrava, e aumentavam as comunidades que rejeitavam produtos
industrializados, o consumismo desenfreado, pregando o fim das guerras e
ampliação dos direitos.
Tempo de passar as férias escolares em
Santos, descer a serra de fusca, o que era uma aventura! Nem se falava em cinto
de segurança e a criançada se espremia
no porta-malas que ficava dentro do carro. Uma festa!
As bebidas eram Crush e Cuba-Libre.
Crianças não tomavam Coca-cola, só em ocasiões especiais. Bebiam laranjadas e
limonadas que suas mães e avós preparavam, geralmente com as frutas colhidas
frescas no pé, do quintal das residências.
Nossa casa estava um alvoroço porque
minha irmã mais velha, Maria Graziela,
aos 15 anos, tinha sido convidada para participar do concurso que
elegeria a Miss Bicentenário. O baile de gala seria no Clube Coronel Barbosa, o top da cidade na época. Tempos de
black-tie, smokings e ternos feitos sob medida com coletes, camisas com
barbatanas, abotoaduras e vestidos vaporosos, rendados e bordados. Os convites
para os bailes de gala pediam traje a rigor. E os que não estivessem de acordo
eram barrados nas festas.
Os penteados eram bem elaborados,
coques, cachos, apliques e litros de laquê, que os mantinham firmes, duros, sem
desabar. Os “play boys” usavam cabelos bem compridos, uma afronta aos mais
velhos, adeptos do corte quase zero dos barbeiros. Também havia os que usavam
topetes à La Elvis Presley.
As roupas seguiam o estilo da atriz
Brigitte Bardot, tubinhos e minissaias. Já para os rapazes, quem ditava a moda
eram os Beatles, o famoso quarteto de Liverpool, com blusas de gola role e
terninhos de pernas ajustadas.
Minhas tias, modistas finas – naquela época
não havia muita opção de roupa pronta para comprar – sempre a postos com suas
fitas métricas, tesouras, agulhas e linhas. Confeccionaram um lindo vestido
para minha irmã que foi aclamada pelos jurados como a mais bela, sendo eleita a
Miss Bicentenário de Piracicaba, recebendo o cetro, a capa e a coroa, que
seriam dela por cem anos!
Eu não podia frequentar os bailes por
conta da pouca idade, mas ficava “nos bastidores” participando de tudo. Para
mim foi tudo muito mágico!
O tempo passa célere, mas não apaga as
lembranças que ficam indelevelmente impregnadas em nossa memória. Saudades de
minha mãe, das minhas tias e de um tempo que não volta mais.
E Piracicaba, no auge dos seus duzentos
e cinquenta anos, continua sendo adorada, cheia de flores e de encanto, com seu
famoso rio que “joga água pra fora quando chega a água dos olhos de alguém que
chora de saudade”...