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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Cacos e Sonhos


Raquel Delvaje


De vez em quando sonhamos tanto que 
Esquecemos de viver...
Outras vezes ficamos sem sonhos.

Mas os sonhos são que nem passarinhos,
Vira e mexe se vê um ou outro resistindo na
Selva de pedra.

Meus sonhos são de passarinhos de vidro,
Do tipo que pode se quebrar a qualquer som
De uma nota mais aguda.

Então eu fico assim...
Segurando com todo cuidado
E não fazendo barulho.

Esses dias, um caiu ao chão,
Quebrou-se todo
E havia gotas de lágrimas espalhadas
Entre os cacos...
Não entendi o porquê de tanta tristeza.
Eram só vidros quebrados...

Mas aí olhei para o lado
E vi o que realmente houve...
Tudo se quebrou...
A louça fina virou cacos.

Fiquei lá, a tarde inteira...
Depois mais outra manhã e tarde, e outra...
E outra...


E assim foi...Fiquei juntando os cacos...
Dos meus sonhos,
Enquanto isso, a tarde ardia de quente
E só as lágrimas tentavam refrescar tudo,
Fingindo chuva de tempo nublado.

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