Lídia Sendin
Não sei o nome dessa minha
vizinha. Tão quieta e prestativa, providencia sombra para os carros e ao mesmo
tempo dá um toque charmoso ao quarteirão.
Ela é bem alta, suas flores
pequenas e amarelas tecem um tapete pra calçada e juntamente com suas folhinhas
espalhadas pelo chão perturbam a faxineira, que não se cansa de empurrá-las rua
abaixo, mesmo que para isso tenha que consumir metade do reservatório de água
do prédio, numa luta diária e inglória.
O que mais gosto nela são suas
vagens secas caídas na calçada, são tortas e quando pisadas fazem um barulhinho
assim como craque, creque, craque...
Procuro por elas sempre que
passo, para pisá-las e ouvir o tal som. Isso me diverte, pode parecer
brincadeira de criança, talvez incompatível com a minha idade, mas acredito que
lá de cima, em seus últimos galhos, apontados para o céu, a velha e generosa
árvore também esteja se divertindo com essa molecagem que não estava nos planos
da natureza...
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