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segunda-feira, 11 de julho de 2016

O VELHO AÇUDE


 Marilda de Luccas Sampronha

Quem é que não vai se lembrar
de um pedacinho de chão, um prazeroso lugar...
Eucaliptos altaneiros, um tanque corriqueiro,
brisa agradável e muitos sapos a coaxar?

Foi um dia a passarela de um povo sonhador...
Passavam crianças correndo, adultos que iam trabalhar.
Transitavam carroças, bicicletas, caminhões,
Chão batido, amassado por nossos pés, marcado por emoções.

De um lado, as águas serenas faziam ondas pequenas,
do outro, uma bica, mulheres lavando roupas..
Uma escada, uma cascata, alguns pássaros errantes,
era o açude longo e estreito que recebia qualquer andante.

Anos e anos, o velho açude sentiu a brisa das águas,
 o tanque secou, o açude perdeu o que mais de importante ele tinha...
restou um arvoredo sem brilho, um castelo sem rainha...
O dia era seu grande amigo, a noite lhe parecia um castigo...

Voltando àquele velho açude,
lembrei-me do que ficara esquecido,
sapatos furados, pezinhos feridos, chinelos partidos,
tudo o que ELE viu...

Agora não há mais beleza, um misto de
tristezas e alegrias...
a poeira cobriu o passo, a saudade ganhou espaço,
o açude virou poesia...

                                 

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