Ivana Maria França de
Negri
Joelho
ralado, choro sentido... Um beijo de mãe, e pronto, sarou o machucado!
Medo do
escuro, de bicho-papão. Lobos, bruxas, duendes, monstros arrepiantes. A mão da
mãe na mãozinha da criança, um abraço apertado, a lágrima seca e a paz retorna.
Relâmpagos,
trovões, um temporal anunciando-se. As palavras da mãe acalmam – “filho, a
chuva é bem-vinda, as plantinhas precisam dela para viver”. O medo vai embora e
o sorriso volta na face rosada.
Febre, tosse,
nariz entupido, chiado no peito. O corpinho todo dói. A mãe passa a noite em
claro debruçada sobre o leito do filho, aconchegando-se a ele e desejando
ardentemente que, por osmose, a febre passe para ela e livre seu pequenino
daquele sofrimento.
Primeiro dia
na escola. Apreensão, tudo novo e diferente. O adejar de asas necessário ao aprendizado.
A presença materna acalma, aquieta, traz
conforto, e o pequenino aceita a nova realidade que fará parte de sua vida.
Tanta maldade
no mundo, violência, competição. No regaço materno, o amparo, a segurança, a
proteção. Mãe é a âncora, o leme, o porto seguro dos filhos.
Ser mãe é
dividir segredos, alegrias, angústias, protagonizar aventuras, acompanhar a lição
de casa. Fazer a comida gostosa, o bolo cheiroso, o suco refrescante.
Mãe só é feliz
quando vê que o ser que trouxe ao mundo, está feliz. Chora com ele e o ampara
nas derrotas e vibra com suas vitórias. Nos jogos de futebol, de basquete, nas
apresentações de balé, a mãe é a primeira da fila a incentivar. Mãe é fã de carteirinha
dos filhos, a torcedora número um, a tiete da cria.
Mãe é doçura,
maciez, colo quente e aconchegante. Mãe é ternura, carinho e amor. Talvez a
forma de amor mais próxima do amor divino, aquele que não cobra nada em troca.
Sou filha, sou
mãe, e também avó. Minha filha se preocupa com a filhinha. Eu me preocupo com
ela e com a filha dela. Minha mãe se preocupava comigo, com a neta e com a
bisneta. Sina de mulher! Não ter sossego...
Mãe é
confidente, compreensiva, reza o tempo todo para os anjos e aos espíritos bondosos para que vigiem seus filhos e os
livrem de todo o mal.
Estavam certas
minha mãe, minha avó e a mãe de minha avó quando diziam: “quem tem mãe tem
tudo!”. Só quem já não a tem sabe o que perdeu...
Ave mulheres,
cheias de graça, benditos os frutos de vossos ventres, carnes de vossa carne,
sangue de vosso sangue, vidas de vossa vida. Santas mulheres, de filhos gerados
na carne ou no coração. Em vós habita a centelha divina, todo o mistério da
vida e o segredo do amor.
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