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quinta-feira, 12 de maio de 2016

A LONGA ESPERA

Maria Cecilia Gouvêa Waechter
(Para Rodolfo e Gustavo)

Na longa espera, acaricio-me
Acaricio minha criança
E a longa espera torna-me forte,
(Tornei-me fértil!), torna-me terna.

Fabriquei, assim, meu filho nas trevas
E depois embebi-o de vida e poesia.
Meu óvulo expulso: surgiu-me um anjo
Que abre as asas prontas ao voo.

Meu ventre explodido, chora, meu filho
O mel que ofereço neste seu dia
E inaugure a vida liberta, simples e nua
Pois a vida é uma verdade sem descanso.

Sonhei-me e sonho nos verdes sonhos
De minhas crianças tornadas homens.
Estanquei meu sangue, estanquei meu tempo:
E a longa espera? Se perpetua!

Assim, injetei meus filhos na Terra.

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