Ivana Maria França de Negri
Hoje não vou falar sobre a privação da
liberdade dos pássaros em gaiolas, nem dos animais de circo e de zoos,
confinados em diminutas jaulas. Abomino tudo isso, pois entendo que todo ser
vivo tem direito a ser livre.
Quero falar sobre as prisões e algemas
que os próprios homens se impõem,
amarras invisíveis, mas não menos fortes do que as prisões reais.
Existem mães que não deixam seus filhos
seguirem seus rumos, os querem sempre junto delas e dependentes do seu amor.
Fazem chantagem emocional para que se sintam culpados se saírem da barra da sua
saia para seguirem em busca de seus sonhos.
O egoísmo é um cárcere cruel.
Maridos existem, que não deixam suas
esposas crescerem como pessoas, não as deixam realizarem-se profissionalmente.
As expõem como troféus e elas deixam-se enclausurar em troca do conforto
material e da segurança.
E esposas há também, que por sentirem
ciúmes possessivos, perseguem os maridos, rastreiam seus celulares, não os
deixam livres por medo de perdê-los e acabam perdendo-os por isso mesmo.
Muitos são escravos do dinheiro, vivem
só para ganhá-lo, estão sempre descontentes reclamando de tudo, e por mais que
ganhem, nunca é o suficiente.
Há mulheres que são escravas da beleza.
Fazem de tudo para esticar a juventude, e evitar a velhice, gastam muito
dinheiro em plásticas e outras práticas. Mas chega um momento em que não é mais
possível impedir que as rugas e a flacidez se apoderem de seu corpo e elas entram
em depressão, ao invés de aproveitar uma fase da vida que é mais amena, fase de
curtir os netos, a aposentadoria, há mais tempo para viajar, participar de
ações voluntárias e fazer novos amigos.
Outros ainda, vivem sob os grilhões do
trabalho. Para eles a vida é só trabalho. Arranjam vários empregos em
diferentes turnos, fazem hora extra, não tiram férias, não viajam, trazem mais
trabalho para fazer em casa. E enquanto isso, a vida acontece, com todos os
seus encantos e maravilhas.
Existem os escravos do relógio, os
escravos da moda, os escravos das convenções, os que se preocupam demais com o
que os outros vão pensar, e os que querem agradar a todo mundo – sendo que isso
é impossível!
Só quem tem a alma livre pode usufruir e
enxergar as belezas da vida.
A infância é cada vez mais curta e logo
chegam os compromissos, as obrigações, e a vida passa a ser uma prisão. As
portas encantadas se fecham e a pessoas se sentem aprisionadas em grilhões que
elas mesmas criaram.
Um dia, todos serão alforriados, quando
a alma se libertar das algemas da carne. Mas enquanto isso não acontece, por
que não ser livre e curtir a vida como as crianças?
Talvez liberdade não seja bem tudo isso..
ResponderExcluirÈ claro cada qual vive sua vida. As escolhas diferem e as conclusões também.
Anexo um exemplo simples:quando criança,nos bancos escolares, imaginava que os escravos queriam ser livres para voltar às terras de origem e eles continuam aqui atè hoje...
DIRCE RAMOS DE LIMA