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terça-feira, 30 de setembro de 2014

POLÍTICOS


Daniela Daragoni Alves

Políticos não vão mudar o mundo
Eles não tem esse poder
Mas eles podem mudar alguns fatores que influenciam sua vida
Isso depende de você saber escolher
Existem políticos bons
Que dão o máximo de si,defendem boas causas
Outros falam de meio ambiente, de preservação
Mas sujam a cidade toda com santinhos, inclusive o abrigo de nossas casas.
Outros falam da causa animal
Fazem de tudo para demonstrar sua devoção
Mas a eleição passa e eles não enxergam mais os cães abandonados pelas ruas
Não oferecem a eles água, carinho, ração...
Uns falam de seriedade, honestidade
Mas fazem baixaria em pleno horário político
Alguns dizem que vão governar para os mais pobres
Sabendo que o Brasil é feito também de ricos.
Bons governantes governam pra todos
Sabem que nem tudo pode ser feito, mas não desistem de tentar
Bons governantes vêem as crianças como o futuro
E a importância de educar.
Um bom presidente não é um herói
É uma pessoa que fez o que precisava ser feito pelo seu país.
Um bom presidente não precisa dizer que é uma pessoa do povo

Tem que fazer o possível pra ver seu povo feliz.

domingo, 28 de setembro de 2014

Onde ? (poeminha à margem)




Clarice Villac




Ia escrever um verso,
sumiu...
Ia enviar um recado,
evaporou...
Ia fotografar o pássaro,
voou...
Pensamento em alhos,
manifestaram-se bugalhos...

Era tempo de silêncio

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

TEMPORAL


Leda Coletti

Morna quietude no ar.
De leve o arame farpado
emoldurando a paisagem
das águas quase paradas,
balança um pouco de vida
na tarde quente, abafada
com nuvens muito fechadas
ávidas pra despencar.

Escuto trovões bem perto.
No céu o azul é escuro,
o vento atravessa os campos,
canaviais tombam gemendo,
espocam fortes relâmpagos.
 Da janela onde me encontro
espio a chuva grossa que chega

    rápida, brava, roncando.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

BODAS


Carmen Pilotto

Se teus olhos me apreciam ternos
Após tanto tempo de convívio
Certamente absorveram de meu íntimo
Tudo o que consensualmente desfrutamos

E cada lado alimentado do sonho alheio
Desenvolveu um terceiro corpo comum
Que se transforma no refúgio particular
Para onde vamos em nossas fugas eventuais

Lá, no lado anexo de nossas vidas
Está a harmonia de seu temperamento

Sentado ao lado de meu espírito aventureiro!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Políticas públicas para as letras piracicabanas



Rosangela Camolese


Semana passada, inserimos aqui os fatos que trouxeram um grande presente aos amantes das letras: o belo e moderno prédio que abriga definitivamente a Biblioteca Pública Municipal Ricardo Ferraz de Arruda Pinto. 

Mas muito ficou por dizer. Assim, voltamos ao tema. 

Desde 2005, graças ao envolvimento da administração Barjas Negri, do seu comprometimento pessoal para que tivéssemos instalações vindas de um projeto arrojado, comandado pelo então presidente do Ipplap, arquiteto João Chaddad, o município se preocupou em dar continuidade às ações que davam bons resultados, além de abrir novas iniciativas que ampliassem o trabalho.

Naturalmente, todas elas são merecedoras da atenção e do cuidado do prefeito Gabriel Ferrato, que como educador que é, além de ex-secretário de Educação, prima em contribuir com o desenvolvimento, o fomento e o incentivo à leitura. 

Muitas destas ações acontecem na própria Biblioteca, como é o caso das contadoras de história na biblioteca infantil, atendendo em torno de mil crianças ao mês, formando novos leitores.

Lá também acontecem as reuniões e atividades de dois importantes grupos: o Clip - Centro Literário de Piracicaba, e o Golp - Grupo Oficina Literária de Piracicaba. Seus integrantes fazem do espaço seu ponto de encontro, têm visto suas obras premiadas em diferentes concursos nacionais e internacionais e seus textos publicados em livros, jornais e revistas. 

Há, ainda, e com a colaboração deles, os já tradicionais Saraus Literários, com a apresentação dos próprios escritores em declamação, narração, contação de histórias e música, reverenciando escritores nacionais e locais. 

Hoje, os Saraus têm sido realizados no Museu Prudente de Moraes, mas, em breve, voltarão a ocupar o auditório da Biblioteca. 

Em atividades externas, cabe destaque o serviço prestado pela Biblioteca Volante, que, atualmente, vai ao Parque da Rua do Porto, em veículo dotado de um acervo básico de livros, jornais e revistas disponíveis para todos. Um projeto importante, que oferece acesso à leitura para um número maior de pessoas, incentivando o hábito.

A Biblioteca Municipal mantém as unidades do Parque Orlanda e da Vila Industrial, além da entrega de volumes nos postos de saúde e em escolas públicas. 

Um outro cuidado que a Secretaria da Ação Cultural tem com o mundo literário está na impressão de obras. Até 2005, era impresso um número muito restrito de livros, motivo de queixa dos autores. 

Hoje, conseguimos, por meio de subvenção e dos recursos do Fundo de Apoio à Cultura, melhorar o número e a qualidade deles.

Nesse sentido, duas vertentes precisam ser mencionadas. A primeira é a subvenção oferecida ao IHGP - Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, que propicia flexibilidade no aumento das impressões e a outra foi a adesão ao Projexb - Projeto de Expansão de Bibliotecas, uma parceria entre Poder Público e iniciativa privada, que possibilita às empresas investirem em cultura e educação, com a aquisição de obras para posterior doação às bibliotecas.

Detalhe importante é que as doações são deduzidas do Imposto de Renda como despesas operacionais dos doadores. Facilitando essa corrente, um técnico verifica o que falta nas estantes e vai às empresas fazendo indicações que vão desde os volumes mais populares até os científicos.

Fazendo sucesso nas ondas da rádio Educativa FM, o programa Educativa nas Letras tem apoio da Biblioteca Municipal, levando literatura, informação e conhecimento para dentro dos lares piracicabanos, todo sábado, pela manhã. 

Outra iniciativa de reconhecimento e incentivo ao fazer literário está no projeto Legado das Letras, que, a cada ano, homenageia um autor de representatividade local, com a exposição de sua obra. 

O evento acontece sempre no mês de outubro, na Semana Erotídes de Campos, numa pareceria com a Sociedade de Cultura Artística e Fealq - Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz. 

Também, anualmente, temos a realização do Prêmio Escriba, um concurso literário nas modalidades poesia, conto e crônica, alternadamente, e o concurso Microcontos de Humor, feito em parceria com o Salão Internacional de Humor.

Sabemos que ainda há muito por fazer, mas também temos muito mais a contar. Mas vamos deixar para outra oportunidade.

Tenha um bom domingo, busque um livro e se entretenha com uma boa leitura!

Rosângela Camolese é secretária da Ação Cultural
Texto: Rosângela Camolese ( Jornal de Piracicaba 14/09/2014)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Em 2014, o rio chora...

Rio Piracicaba em 2012 cheio e exuberante
A mesma paisagem já com a seca rondando
Neste mês de setembro, a árvore guerreira vai lutando para sobreviver entre as pedras no leito seco 

  (Fotos Ivana Negri)


  Poema de Leda Coletti

Paisagem insalubre, triste
a do rio Piracicaba , agora tão seco.
Ao invés de águas, pedras,
no lugar das garças brancas,
cardumes  mortos  nas barrancas.

Ele antes, rio caudaloso e piscoso
está sem peixes  no tempo da piracema,
com o leito coberto de espuma.
A “noiva” sem bruma perdeu o véu
e a vida fluvial deixou de ser um  céu.

Chuva bendita não demore a chegar.
Santos padroeiros intercedam ao Senhor,
que ela  venha  logo,  abundante,
e que as aves e peixes retornem
para a  natureza e povo se alegrarem!

Rio Piracicaba, deixe de chorar,
pois suas águas irão voltar...


BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Antes e após o Êxodo Rural


                                                                       Leda Coletti

Começo do século XX do nosso país, no então chamado Brasil-colônia. Época em que predominavam os imigrantes europeus nas nossas lavouras, que chegaram após à abolição dos escravos, principalmente no estado de São Paulo. Fugindo de situações difíceis em que viviam na Europa, sobretudo da guerra, vinham para a “América”, sonhando com dias melhores, pois tinham notícia, que neste “torrão tudo se transformava em ouro”.
De início a maioria ia trabalhar nas grandes propriedades de cultivo do café e dependiam economicamente dos patrões, que os exploravam e não ofereciam condições de vida digna para suas famílias.
Os campos se vestiam de verde esmeralda dos cafezais, exibindo grãos vermelhos como rubis; mais tarde, os canaviais também verdes da cor do mar, se sobressaiam  nas paisagens campestres.
Embora no final do século XIX houvesse ocorrido por lei a libertação dos escravos, estes continuaram nos campos, na sua maioria dependentes economicamente dos fazendeiros.
A vida campesina começava muito cedo, quando os colonos em trajes próprios para se protegerem do sol, iam pelos carreadores, com as enxadas aos ombros e na época da colheita,(no caso, a cana), com seus facões bem afiados. As mulheres e crianças se movimentavam prontas para o trabalho e a escola. As primeiras cuidavam dos afazeres da casa, além de levar o almoço às nove horas para os que trabalhavam na roça, lavar roupa no riacho próximo, buscar água no poço para provisão diária. Já as crianças para irem à escola, caminhavam alguns quilômetros, geralmente descalços, levando os parcos cadernos na sacola de pano.
As brincadeiras  da garotada tinham o mesmo sabor das frutas doces, colhidas nos quintais sem muros. Essas cirandas infantís eram imitadas pelos adultos, que nos finais de semana se divertiam com os bailes nas tulhas, ou em palizados improvisados com taquaras ou bambus.
Não havia muito consumo de bens materiais, pois a população campesina se bastava, alimentando-se com os cereais, verduras e legumes colhidos nas hortas que eles próprios plantavam e cuidavam, bem como da carne e ovos das galinhas e patos; era comum criarem porcos que lhes forneciam além da carne, a banha utilizada no preparo dos alimentos. Também peixes, pescados nos rios ou ribeirões que abasteciam as fazendas. Poucas roupas e calçados consumiam. Geralmente as mulheres costuravam as roupas de todos os familiares e os calçados eram passados dos mais velhos para os mais novos
Nessa primeira metade do século passado chegaram outros imigrantes, como japoneses, sírios, que se fixaram mais nas pequenas cidades que despontavam.
Destacando mais os imigrantes europeus (de quem descendemos), muitos deles com famílias numerosas conseguiram com muito sacrifício se desvencilhar do poder patronal , comprando pequenos pedaços de terra, onde procuravam  se manter. Devagar despontaram no cenário nacional.
Decorrente inicialmente da queda dos cafezais, devido às fortes geadas, aconteceu a primeira leva do êxodo rural. Partiam os rurícolas para tentar nova vida como trabalhadores das pequenas indústrias que surgiam nas cidades maiores..
A grande arrancada para as cidades se deu mais acentuadamente na segunda metade do século XX, com o advento cada vez maior das indústrias e criação de usinas de açúcar. Estas passaram a transportar da cidade para o campo os cortadores de cana diariamente, dando origem à terminologia “bóia fria”, desde que levavam a marmita e comiam nas roças, a comida sem esquentar.
A paisagem campestre sofreu mudanças totais. As colônias com casas simples, dispostas lado a lado, foram demolidas e no lugar surgiram os canaviais. Não existem mais as escolas rurais e as chácaras hoje existentes perto das rodovias, são na maioria casas de veraneio.
Onde havia um vozerio alegre, silêncio e desolação restaram. Ao homem que se mudou para a metrópole impelido pelas circunstâncias expostas, só restou relembrar a vida difícil, mas prazerosa que lá vivenciou. Geralmente são os idosos atuais. Quando interrogados, dizem o que alguém poeticamente escreveu um dia: “Eu era feliz e nem sabia.”

Este texto foi escrito, após vermos a exposição Naif no Sesc Piracicaba e apreciar uma bela tela intitulada “ Antes do Êxodo Rural” de Miguel S.S.S. de Marília e que nos fez reviver um pouco da história dos nossos antepassados e um pouco da nossa trajetória pessoal. 

domingo, 7 de setembro de 2014

Crônica tecnológica




Marisa Bueloni


     A crônica pede passagem. Concedo-lhe. Ah, a sequência dos dias, a solidez das coisas feitas e findas! Estas coisas, muito mais que lindas, ficarão, disse o poeta.
     Amar o perdido também deixa confundido o meu pobre coração. As coisas tangíveis, disse também o poeta, tornam-se insensíveis à palma da mão.
     O livro do Eclesiastes, da Bíblia, vem em nosso socorro: “Tudo é vaidade e vento que passa”! Ó, a vaidade das mulheres bíblicas, Clarice Lispector já a notara, ornadas e belas.
     E a vaidade do homem enredado na internet? Cheguei onde queria. O computador, os aipedes da vida e tudo o que nos conecta com o mundo todo, num piscar de olhos.
     Houve um tempo em que abominei tudo isso e jurei, beijando os indicadores em cruz, que jamais sucumbiria ao frio apelo da moderna tecnologia.
     Sempre achei que máquinas e eu somos de uma incompatibilidade mortal. Até para tirar dinheiro em caixa eletrônico eu me atrapalho toda e demoro tanto para digitar minha própria senha, que a operação é cancelada.
     Maravilha era ter uma Olivetti Lettera 32 cor-de-rosa, a postos sobre a mesa, podendo prescindir de um cérebro eletrônico, julgando que um texto saído da máquina de escrever tinha mais alma.
     Por um tempo, achei abominável a visão da tela acoplada a um teclado e pensava nos nossos avós, bisavós, nos nossos pais que não tiveram computadores em suas casas e viveram tão bem. Oras, conheço pessoas que ainda sobrevivem sem celular.
Enfim, as exigências da vida moderna me obrigaram a capitular e a sucumbir.  Cérebros eletrônicos constituem uma concepção destinada a quê? A melhorar a vida das pessoas, certamente. A comunicação de hoje é algo fantástico, embora se questione se esta tecnologia não teria eliminado algo importante em nossa vida: a emoção. Quem sabe, a emoção de receber uma carta pelo correio.
Mas um e-mail de amor, ou de amizade, vem recheado de beijos, corações e flores. Rendo toda a minha mais profunda admiração ao beijo virtual, à nova linguagem, às cifras e formas de expressão, às mensagens e sua arroba indefectível.
     Sim, enterramos a máquina de escrever, a caneta-tinteiro, o bonde, o leiteiro das manhãs; o dinheiro virou um cartão de plástico, cuja senha é preciso decorar e o que mais temos na vida hoje é isso: senhas para decorar. Haja memória!
     Compreendo os rumos da modernidade, vejo multidões digitando uma maquininha, as expressões absortas, perdidas, distantes. O mundo pode acabar e eles estarão ali, sérios ou rindo, mas concentrados, digitando sem parar. Passando com o dedo indicador sobre a tela, arrastando imagem após imagem, num gestual que tomou conta do mundo, dos mais pequeninos até os mais idosos. A humanidade se encantou com esse brinquedinho.
     A crônica ainda se espreme. Passou por um processador de texto e chegou até aqui. Não parece exausta, tampouco perplexa. Apenas viu como flui rápido um texto no teclado ágil e necessário.
     O que é necessário, meus caros? Que não se perca a emoção. Que ainda reste um pouco do romantismo e do lirismo de outros tempos, embora embalados na tecnologia do assombro.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

25 anos do Jornal Literário Linguagem Viva


Leia mais neste link


Linguagem Viva, literário mensal, completará 25 anos de circulação ininterrupta. 
O evento comemorativo será realizado no dia 29 de setembro, segunda, das 19h30
 às 22 horas, no auditório Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas Profissionais
no Estado de São Paulo, Rua Rego Freitas, 530, sobreloja, em São Paulo. Contará 
com apoio do Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Escritores de São Paulo, 
Sindicato dos Bibliotecários de São Paulo, da Associação Brasileira de Imprensa e Vinícola Aurora.

Linguagem Viva

Jornal literário, mensal, tabloide, 8 páginas, com edições impressa em offset e online, 
fundado em setembro de 1989 por Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal. 
É o único do país que circulou por 25 anos sem interromper a periodicidade.
Colunas de lançamentos, livros, notícias e concursos literários.
O logo e os selos do jornal foram criados pelo artista plástico, caricaturista e chargista Xavier.
Conta com uma equipe de colaboradores composta de importantes escritores e com 
o apoio de anunciantes expressivos do mercado livreiro e da iniciativa privada.
É encartado em A Tribuna Piracicabana e distribuído para assinantes, bibliotecas, 
livrarias, editoras, bibliotecas do Mackenzie, da Sociologia e Política, USP, UNICAMP, 
entre outros espaços culturais.
www.linguagemviva.com.br