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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Facebook


Ivana Maria França de Negri

Muita gente que torcia o nariz para as redes sociais, e jurava que jamais iria aderir, de mansinho vai entrando, se entrosando, e em pouco tempo, já está postando fotos e comentários, opinando em debates e curtindo postagens dos amigos. Pronto, já virou um internauta. E sempre dá um jeito de dar uma espiadinha para ver quem postou, quem curtiu e o que comentaram.
Psicólogos, educadores e críticos  dizem que é preciso cautela. Facebook, assim como cigarro, refrigerante e álcool, vicia. Estamos no auge da era da informática e não há como fugir dela. As redes sociais são uma espécie de diário coletivo, um fenômeno que se espalha pelo mundo e arregimenta cada vez mais pessoas de todas as classes. Cada um posta o que bem entende, desde um bom dia, convites para eventos, poemas, o que comeu no almoço, o novo corte de cabelo ou o sapato que comprou. Donos de lojas aproveitam para fazer propaganda gratuita.
Existe o internauta que posta todos os dias mensagens positivas e belas imagens. Outros, mais mórbidos, postam tragédias e coisas ruins. Uns postam política e outros religião. Alguns são tão transparentes que abrem as portas da sua vida publicamente.
Já outros, reservados, nada postam. Até sua foto do perfil é um avatar. Como verdadeiros voyeurs, entram nos perfis dos amigos e inimigos, veem tudo mas não curtem nada e nem deixam comentários. São os espiões da vida alheia.
“Curtir” também é uma ferramenta estranha. Às vezes achamos um post horrível, e ao clicar no botão “curtir” dá a impressão de que gostamos daquilo.
Não é preciso ser psicólogo ou estudioso do comportamento humano para adivinhar a personalidade de cada um segundo o que postam.
Condenar as redes sociais é não compactuar com as mudanças e ficar parado no tempo. São essas as novas maneiras de se comunicar. Tudo tem seu lado bom e o ruim.
Tem muita coisa boa nas redes sociais. Animais perdidos são encontrados com mais facilidade. Notícias são expostas com fotos no momento exato em que estão acontecendo. Sempre tem alguém com celular na mão para fotografar e postar imediatamente. Os jornais só darão a notícia requentada no dia seguinte e as revistas, se forem semanais, só na semana seguinte ou no próximo mês.
Antigamente a gente precisava escrever uma carta, selar e levar ao correio. Hoje, a um simples toque, a mensagem segue na hora e podemos conversar em tempo real, quer a pessoa more no mesmo quarteirão ou em outro continente!E isso, ao vivo e em cores, vendo a imagem e o que ela está fazendo. Para quem tem parentes em outros países é uma bênção poder matar as saudades dessa maneira rápida, fácil e sem custos.
As redes possibilitam que divulguemos nossas ideias e ideais, e também que tenhamos conhecimento de outras formas de pensamentos, diferentes dos nossos.
É uma alegria reencontrar amigos que o tempo e a distância separou.
Pelas redes sociais podemos ver quem está viajando, ficamos sabendo quem morreu, nasceu, casou, separou, quem está doente, cortou os cabelos ou lançou um livro. Sabemos quem ganhou prêmios, o que comeu, em que praia passou as férias, e muito mais. E os bebês, assim que nascem, já tem sua carinha estampada para todos os amigos e amigos dos amigos curtirem.

Isso tudo é muito mágico! Há algumas décadas ninguém poderia imaginar que essas coisas pudessem acontecer. Fico pensando o que mais pode ser inventado nas próximas décadas. Com certeza, coisas que nem passam pela nossa imaginação agora, mas que serão corriqueiras para nossos netos e bisnetos.

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