Ivana Maria França de Negri
Muita gente que torcia o nariz para as
redes sociais, e jurava que jamais iria aderir, de mansinho vai entrando, se
entrosando, e em pouco tempo, já está postando fotos e comentários, opinando em
debates e curtindo postagens dos amigos. Pronto, já virou um internauta. E sempre
dá um jeito de dar uma espiadinha para ver quem postou, quem curtiu e o que
comentaram.
Psicólogos, educadores e críticos dizem que é preciso cautela. Facebook, assim
como cigarro, refrigerante e álcool, vicia. Estamos no auge da era da
informática e não há como fugir dela. As redes sociais são uma espécie de
diário coletivo, um fenômeno que se espalha pelo mundo e arregimenta cada vez
mais pessoas de todas as classes. Cada um posta o que bem entende, desde um bom
dia, convites para eventos, poemas, o que comeu no almoço, o novo corte de cabelo
ou o sapato que comprou. Donos de lojas aproveitam para fazer propaganda
gratuita.
Existe o internauta que posta todos os
dias mensagens positivas e belas imagens. Outros, mais mórbidos, postam
tragédias e coisas ruins. Uns postam política e outros religião. Alguns são tão
transparentes que abrem as portas da sua vida publicamente.
Já outros, reservados, nada postam. Até
sua foto do perfil é um avatar. Como verdadeiros voyeurs, entram nos perfis dos
amigos e inimigos, veem tudo mas não curtem nada e nem deixam comentários. São
os espiões da vida alheia.
“Curtir” também é uma ferramenta
estranha. Às vezes achamos um post horrível, e ao clicar no botão “curtir” dá a
impressão de que gostamos daquilo.
Não é preciso ser psicólogo ou estudioso
do comportamento humano para adivinhar a personalidade de cada um segundo o que
postam.
Condenar as redes sociais é não
compactuar com as mudanças e ficar parado no tempo. São essas as novas maneiras
de se comunicar. Tudo tem seu lado bom e o ruim.
Tem muita coisa boa nas redes sociais. Animais
perdidos são encontrados com mais facilidade. Notícias são expostas com fotos
no momento exato em que estão acontecendo. Sempre tem alguém com celular na mão
para fotografar e postar imediatamente. Os jornais só darão a notícia
requentada no dia seguinte e as revistas, se forem semanais, só na semana seguinte
ou no próximo mês.
Antigamente a gente precisava escrever
uma carta, selar e levar ao correio. Hoje, a um simples toque, a mensagem segue
na hora e podemos conversar em tempo real, quer a pessoa more no mesmo
quarteirão ou em outro continente!E isso, ao vivo e em cores, vendo a imagem e
o que ela está fazendo. Para quem tem parentes em outros países é uma bênção
poder matar as saudades dessa maneira rápida, fácil e sem custos.
As redes possibilitam que divulguemos nossas
ideias e ideais, e também que tenhamos conhecimento de outras formas de
pensamentos, diferentes dos nossos.
É uma alegria reencontrar amigos que o
tempo e a distância separou.
Pelas redes sociais podemos ver quem
está viajando, ficamos sabendo quem morreu, nasceu, casou, separou, quem está
doente, cortou os cabelos ou lançou um livro. Sabemos quem ganhou prêmios, o que
comeu, em que praia passou as férias, e muito mais. E os bebês, assim que
nascem, já tem sua carinha estampada para todos os amigos e amigos dos amigos curtirem.
Isso tudo é muito mágico! Há algumas
décadas ninguém poderia imaginar que essas coisas pudessem acontecer. Fico
pensando o que mais pode ser inventado nas próximas décadas. Com certeza,
coisas que nem passam pela nossa imaginação agora, mas que serão corriqueiras
para nossos netos e bisnetos.
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