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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A internet e seus males



Tema: Benefícios e malefícios da internet na vida do jovem brasileiro
              Natália Bertolini, aluna do 2º ano do DBA, aulas de redação da profª Christina A.Negro Silva        

A internet na vida dos jovens brasileiros está muito presente, mudando drasticamente seu dia-a-dia, ocupando seu tempo, distraindo ou educando.
O tempo gasto com a internet hoje é de uma à cinco  por dia. Isso é muito se comparado às necessidades essenciais em nossas vidas. O uso da internet é bom, mas também é prejudicial. Sua versatilidade e praticidade é útil em nosso cotidiano, pois os sites para pesquisa ajudam todas as pessoas, não só os jovens. Por outro lado, também existem as redes sociais e sites inadequados. Esses ocupam o tempo das pessoas com o nada. Pois o jovem e qualquer outra pessoa não adquire conhecimento só usufruindo das redes sociais.
Na internet é possível ter acesso à redes terroristas, sites de pesquisas, redes sociais, entre outros. Essa gama de possibilidades que a internet possui é de fácil acesso e visualização, fazendo com que mais pessoas sejam bombardeadas com opiniões e informações.
Hoje as redes sociais são as mais acessadas na internet. O saber ficou para trás e o culto ao físico e às ”caras e bocas” está tomando conta do mundo atual;  uma nota 10,0 na escola não vale 300 curtidas em uma foto no facebook ou instagram, o mundo, infelizmente, está dependente dessas futilidades.
Tanto a internet, quanto a mídia são responsáveis por divulgações de opiniões, as quais manipulam as pessoas, fazendo com que o senso crítico de cada um vire senso comum. A proposta ideal para evitar os malefícios e usufruir dos benefícios desse fantástico veículo de divulgação de tudo, deveria ser : utilize  a  internet com moderação, como advertem os especialistas de outras áreas que lidam com o prazer e a dor de certos produtos consumidos por nós.


domingo, 25 de agosto de 2013

Ventos de agosto


Maria de Fatima Rodrigues

... que trouxeram
sementes
de flor,
de fruta,
de amor.

... que levaram,
folhas secas
de mal
de mágoas
de dor.

... deixe ficar
o perfume,
a alegria.

E do beijo,

o sabor.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Poesia ao Vento - Vida e Obra de Erotides de Campos por Silvia Oliveira


EROTIDES DE CAMPOS



Nascido em Cabreúva, interior de São Paulo, em 15 de outubro de 1896 e falecido em 20 de março de 1945. Compositor de marchinhas, sambas, choros, pianista e tocador de vários instrumentos, foi professor de física e química e passou parte da sua vida na cidade de Piracicaba. Em algumas composições, Erotides costumava assinar com o pseudônimo de Jonas Neves o que induziu muitas pessoas acreditarem que esse Jonas seria outro compositor, quando na verdade era o próprio.

No universo da música constam várias peças com o nome Ave-Maria. Muitos célebres são as de Charles Gounoud, de Franz Schubert, Giuseppi Verdi, Bonaventura Somma, Giacomo Puccinni. Tratam-se de melodias que  ultrapassaram as fronteiras dos países de origens e tornaram-se canções do mundo musical.  A França, Itália e Áustria presentearam o mundo através dos seus compositores, com estas canções clássicas.
O Brasil também contribuiu com a sua Ave-Maria, não no campo clássico mas no popular. Falamos da célebre Ave-Maria composta em 1924 e gravada em disco de cera por Pedro Celestino, irmão do cantor e ator Vicente Celestino.






Na época não obteve consagração popular mas em 1939 o cantor Augusto Calheiros (nascido em Maceió em 05 de junho de 1891 e falecido no Rio de Janeiro em 11 de janeiro de 1956) de voz afinadíssima e dono de agudos peculiares gravou esta valsa e tornou-a conhecida nacionalmente. 
Nossos avós e nossos pais cantaram muito esta canção. Depois desta outras Ave-Marias enriqueceram o cancioneiro popular brasileiro, como por exemplo: Ave-Maria no Morro, de Herivelto Martins; Ave-Maria dos Namorados, de Jair Amorim/Evaldo Gouveia e Ave-Maria Sertaneja, de Júlio Ricardo/O. de Oliveira, tão bem interpretada por Luiz Gonzaga.  Aqui, uma oportunidade para você que porventura tenha ouvido seus pais e avós cantarem esta canção ou mesmo tê-la ouvido no tempo do rádio sadio, vale a pena cantá-la. (letra completa no final deste estudo) Realmente, as músicas de Erotides de Campos tem o toque imortal da genialidade.

Foi piracicabano por escolha e vivência. Ainda menino veio morar em Piracicaba em companhia do tio, Luis da Silveira Neves, em 1908. Desde criança sua vocação para a música despertou a atenção de professores e da família. 
Aos pais, músicos e muito pobres, não escapou o talento precoce do filho que aos 8 anos já estudava piano com Francisca Júlia da Silva, poetisa de renome e pianista, ao mesmo tempo em que cursava escola municipal.
Em 1905, um padre salesiano, ouvindo falar dos dons do menino, levou-o a estudar no Liceu Coração de Jesus em São Paulo. O seu virtuosismo na flauta, apesar da tão pouca idade, surpreendeu a todos.  Mas, passando as férias em Cabreúva, em 1907, Erotides foi atacado por tifo e teve que abandonar os estudos em São Paulo.

Chegando a Piracicaba, Erotides integrou a já famosa orquestra piracicabana que se apresentava nos cines Iris e Politeama.





A orquestra entre outros, contava com a participação de Osório de Souza, Melita e Carlos Brasiliense, João Viziolli, Renato Guerrini. Participou também da banda União Operária. Estudou na Escola Normal, atual "Sud Mennucci" onde chamou a atenção do também músico Honorato Faustino que passou a estimulá-lo.
Formou-se em 1918 e foi lecionar na escola da estação de Monjolinho em São Carlos. Conseguiu a segunda nomeação retornando a Piracicaba onde lecionou no Grupo Escolar de Tanquinho e depois no de Dois Córregos. Em 1921 casa-se com Maria Benedita Germano.

Por alguns anos, de 1923 a 1932, ficou em Pirassununga atendendo ao convite do então prefeito e futuro interventor de São Paulo Fernando Costa. Mas volta a Piracicaba em 1932 nomeado como professor de Química do Curso Complementar, anexo à Escola Normal.  Destacou-se não apenas como professor e músico mas também como homem voltado à caridade. Ele com sua mulher Tita foram os criadores do "Culto à Saudade" que criou o costume de os vicentinos, no Dia de Finados, postarem-se à porta do cemitério colhendo donativos.

São mais de 230 as composições de Erotides de Campos, entre peças editadas e não editadas. São berceuses, canções, choros, dobrados, charlestons, elegias, valsas e outras formas musicais.  Suas partituras foram ilustradas por desenhistas famosos como Belmonte, Carnicelli, Valverde e Vantik.  Entre os parceiros de Erotides, quase sempre autores dos versos, estão Benedito Almeida Júnior, Elias de Mello Ayres, Francisco Lagreca, Leandro Guerrini, Newton de Almeida Mello, Silvio Aguiar Sousa entre outros.
Usando pseudônimos Erotides de Campos acabou sendo vítima de um grande equívoco: a sua mais famosa composição, a "Ave Maria", foi composta com o nome de Jonas Neves, na verdade parte de seu nome, Erotides Jonas Neves de Campos. 



Isso lhe custou a retenção, após sua morte, dos direitos autorais  pela SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.    Apenas em 1985 o jornalista Luiz Thomazi conseguiu desfazer o equívoco permitindo à viúva Tita usufruir dos direitos autorais.
Entre as centenas de composições destacam-se além da "Ave Maria", "Murmúrios do Piracicaba", Alvorada de Lírios, Uma Barquinha Azul.
Erotides de Campos morreu repentinamente em 20 de março de 1945 quando elaborava a capa do "Cancioneiro Escolar" com músicas suas. Homem humilde, recatado, mulato, recebeu a homenagem de Piracicaba num enterro em que se revelou a comoção popular.
Seu nome foi dado a uma rua da cidade, ao grupo escolar de Paraisolância e a uma sala de música do I. E. "Sud Mennucci".  No cemitério da Saudade, foi erguido um mausoléu com as primeiras notas musicais da "Ave Maria". (Também recentemente, em 27 de março de 2012, um teatro foi construído nas dependências do antigo Engenho Central às margens do Rio Piracicaba em sua homenagem)
Em Piracicaba foi instituída a Semana Erotides de Campos (conforme lei promulgada em 1996; de 09 a 15 de outubro acontecem apresentações musicais) e que tem sido esforçadamente levada à frente pelo biógrafo de Erotides, o engenheiro agrônomo José Carlos de Moura.
Bibliografia
Memorial de Piracicaba 2002/03, de Cecílio Elias Neto
Alvorada de Lírios Obra musical de Erotides de Campos. Publicação da FEALQ Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiróz 1996 Coordenação José Carlos de Moura

Sugestão de Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música Popular Brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Minha Rua


              
 Leda Coletti

Minha rua é tão bonita!...

Gosto de apreciá-la das alturas.
Do alto do prédio, carros, motos,
 parecem brinquedos eletrônicos sincronizados.
Nela os pedestres apressados
são como soldadinhos de chumbo
acertando passos ritmados.
( 1,2,... esquerdo, direito ).

      Desde a infância eu a quero muito.
Lembro-me do bonde fazendo dlim...dlim,
zigue-zagueando nos paralelepípedos,
subindo até chegar à Estação da Paulista,
fim de rua, chegada, partida dos trens,
passageiros com sorrisos, lágrimas nas despedidas.
(cenário  dos pracinhas da Revolução Constitucionalista)

Minha rua é tão bonita!

Tem início na praça José Bonifácio
onde fica a Catedral de Santo Antonio,
padroeiro da cidade, protetor dos namorados,
em treze de junho comemorado
 com trezena, procissão, bolo, muita festa,
pão bento, quermesse e bucólica seresta.
 (famílias relembram bons momentos)

Próximo à Catedral aparece imponente
o Colégio Piracicabano, com tijolo à vista
enfeitando a frente do quarteirão.
Ladeira acima, o Colégio Assunção
perto do Lar Escola, todos esteios
da boa  instrução e formação.
(berços de grandes intelectuais e artistas)

            Minha rua é tão bonita!

meio-dia de sexta-feira: tem música na praça,
fanfarras, banda nos atos cívicos e dias festivos. 
 Nos dias ensolarados do alto dos prédios
aprecia-se o sol sumindo  além da Ponte do Morato,
deixando rastros luminosos nas águas do Piracicaba.
E ao findar da tarde, os sinos da Catedral repicam festivos.     
 (é hora de encantamento na Noiva da Colina)


Quando é dia, o sol a bronzeia,
de noite, a lua cheia rodeada de estrelas meninas,
apaixonada a contempla no silêncio da madrugada.
Gosto de dizer que ela é minha,
mas bem sei que é de todos, rainha
“cheia de flores, cheia de encantos.”
( é tão bom sabê- la querida e partilhar essa dádiva)
                                                                                                       
Esta rua, referência para a população
 da nossa  Piracicaba, torrão bendito,
é mais um cartão postal bonito
e, embora seu nome fale de morte
ela só transmite vida e muita sorte,
abençoada por Nossa Senhora da Boa Morte.
 (Seu manto azul a cobre com muitas graças)

Minha rua é tão bonita!...



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Conversa com Deus



Daniela Daragoni Alves

Hoje eu tive uma conversa com Deus
Uma conversa decisiva
E entendi finalmente
Que ele está a par de tudo que acontece na minha vida.

Ele sabe das minhas forças
Dos meus limites e das minhas fraquezas
Ele conhece as dores mais profundas
Aquelas que quando apertam, minha alma fraqueja...

Hoje tive uma conversa com Deus
Dessas conversas que a gente não esquece jamais
Por isso decidi não perturbá-lo de novo
E compreendi que Ele sabe o que faz...

Eu olhei para o céu hoje à tarde
E pude sentir tudo o que Ele me dizia
Por isso não vou mais pedir, nem implorar nada
Que seja feita a vontade Dele, não a minha...

E permaneço em silêncio, numa oração que Ele consegue entender
Nada precisa ser dito
Deus sabe as dores e as alegrias de cada um
Deus sabe o que eu preciso.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Lançamento do livro de Edson Rontani Junior

Junto com a premiação dos selecionados no Concurso de Microcontos de Humor acontece o lançamento do livro de Edson Rontani Junior

ESCRAVOS DA MÍDIA



Pedro Israel Novaes de Almeida

A regulação da mídia, no Brasil, parece fadada a figurar no arquivo dos temas eternamente postergados.
            Qualquer cidadão pode editar seu próprio jornal ou revista, impressa ou eletrônica, ou fundar um site de informações ou opiniões. Tais veículos não dependem de autorização oficial, e podem estar dispersos por todas as tendências do pensamento humano.
            O grande problema reside nas emissoras de TV e rádio, concessões públicas que, ao longo da história, acabaram concentradas em mãos de políticos, grupos religiosos ou seletas castas empresariais.  Meros mortais jamais acabam proprietários de tais mídias, ainda que jurem boas intenções e passado ilibado.
            Faz parte da cultura popular o simplista e imbecil ditado, segundo o qual basta desligar a TV ou rádio, para evitar que suas mazelas atinjam o cidadão e sua família. O som e imagem saem do domicílio, mas continuam presentes na desinformação, falta de recato, valores idiotas e outras quinquilharias esparramadas pela sociedade.
            Rádio e TV podem demolir ou construir valores e culturas, orientar eleições, erigir falsos ídolos, prejudicar patrimônios e imagens e tudo aquilo de que a imaginação humana é capaz. Podem, quando querem, beneficiar a sociedade, com boas e instrutivas programações.
            No Brasil, a legislação que trata do assunto mais parece um compêndio de bons enunciados e pouca efetividade. São proibidos os monopólios e oligopólios, e asseguradas as finalidades culturais, educativas, artísticas e informativas das programações, além de lembretes a respeito da adequação etária de horários. Só.
            A omissão dos governos, deixando as baixarias da TV deseducarem a população, custa caro à sociedade, que tende a repetir as asneiras de ídolos fabricados, valorizar exemplos inadequados de consumo e manifestar mais interesse pelas nádegas da famosa que pela miséria do vizinho. Bons exemplos, de seres e grupamentos humanos, acabam, quase sempre ignorados. Para a maioria dos canais de TV, parece que o cidadão normal, sem silicones, incapaz de gestos grotescamente insinuantes, sem corpo sarado ou uma extravagância qualquer, simplesmente não existe.
            A TV forma a consciência e valores coletivos, e, no fundo, acabamos tratados como desprezível massa de manobra e consumo. Estamos consolidando uma geração de idiotizados e desrespeitadores sociais e culturais. A concessão não gera poderes ilimitados e submete-se aos imperativos legais e interesses coletivos.
            Não podemos continuar varrendo o lixo para sob o tapete. O tema deve ser amplamente discutido, e as soluções implementadas, evitando a supremacia de grupelhos ideológicos e a tentação de instrumentar a mídia para manutenção de poder ou silenciar opositores. Cultura, informação isenta, educação e entretenimento, diversificados, é o que importa.
            Políticos com mandato seriam impedidos de conduzir programas, ainda que somente vereadores. Será que somos incapazes de garantir ao menos o fim das baixarias na TV, tipo BBB e Super Pop, sem escorregar para patrulhamentos ideológicos e padronização cultural ?

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Resultado do 8o Prêmio Escriba de Contos/2013

Troféu em bronze, obra de Arayr Ferrari

Já escolhidos os três primeiros colocados, melhor trabalho de Piracicaba, 7 menções honrosas e 10 selecionados, que serão reunidos em uma Antologia a ser editada pela Secretaria Municipal de Ação Cultural

O primeiro colocado recebe $4000 reais mais troféu Escriba
Segundo colocado recebe $3000 reais mais troféu Escriba
Terceiro colocado recebe $2000 reais mais troféu Escriba
Melhor de Piracicaba recebe $1500 reais mais troféu Escriba

Corpo de jurados formado por: Armando Alexandre dos Santos, Ivana Maria França de Negri, Otacílio Monteiro, Henrique Borlina e Elisabete Burque


1º Lugar:
Domino gratias (nº 69)
Zulmar José Lopes de Vasconcellos
Rio de Janeiro – RJ

2º Lugar:
Colecionador de pedras (nº 75)
Elias Araújo
Américo Brasiliense – São Paulo – SP

3º Lugar:
O terno (nº 276)
André Telucazu Kondo
 Jundiaí – SP

- Melhor trabalho de Piracicaba:
Ao Crepúsculo (nº 185)
Sebastião Aparecido Ferreira


- Menções Honrosas:
1 - A cartomante e as probabilidades (nº 62)
Davi Menossi Gonzales
 São Caetano do Sul – SP

 2 - O botão e o sobretudo (nº 88)
Elda Nympha Cobra Silveira
Piracicaba – SP

 3 - Pele (nº 357)
Vera Lúcia Valim Beernhard
 Porto Alegre – RS

4 - Avarina e o Andina (nº 04)
Célia Maria da Conceição Chamiça Pereira
Odivelas – Portugal

5 – A farinha e o sonho (nº 65)
Luis Pimentel
 Rio de Janeiro – RJ

6 - O homem virado música (nº 47)
Marcelo Ribeiro de Souza
 Rio de Janeiro – RJ

7 - Ceias (nº 30)
Vanessa Maranha
Franca – SP

Selecionados:
1 - Vagalumes (nº 74)
Emir Ross
 Porto Alegre – RS

2 - Enfado (nº 07)
Rui Trancoso de Abreu
 Limeira – SP

3 - Como um quadro de Dalí (nº 76)
Didiane Vally Figueiredo Chinalli
 Santos – SP

4 - La vida és sueno (nº 72)
Henrique Pedro Queiros Veludo Gouveia
Rio de Janeiro – RJ

5 - O poço (nº 17)
Alberto Arecchi
 Cidade Pávia - Itália

6 - Castanho café (nº 18)
Valentina Silva Ferreira
 Portugal

7 - Flor de novembro (nº 351)
Leopoldo Kempinski Mezzomo
 Pinhais – PR

8 - A calamidade (nº 64)
Danito Gimo da Graça Avelino
Província de Sofala – Moçambique

9 - O rio (nº 208)
Lygia Roncel de Rodrigues Ferreira
 São Paulo -SP

10 - O barulho da chuva (nº 244)
Wesley de Andrade Ferreira
 Maringá – PR

Estados
QTDE
Acre-AC
1
Alagoas-AL
2
Amazonas-AM
3
Bahia-BA
10
Ceará-CE
8
Distrito Federal-DF
12
Espirito Santo-ES
3
Goiás-GO
4
Mato Grosso do Sul-MS
5
Minas Gerais-MG
28
Paraná-PR
30
Paraíba-PB
2
Pará-PA
3
Pernambuco-PE
9
Piauí-PI
1
Rio de Janeiro-RJ
44
Rio Grande do Sul-RS
27
Rio Grande do Norte-RN
4
Rondônia-RO
1
Santa Catarina-SC
8
Sergipe-SE
1
São Paulo-SP*
145
Tocantins-TO
1
Total de Inscrições
352
*Cidade de Piracicaba 35 Inscrições

Inscrições Internacionais
QTDE
Alemanha
1
Itália
1
Moçambique
1
Portugal
9
Total de Inscrições
12


Total Geral de inscrições: 364
Nº de trabalhos: 1.152

Jornal de Piracicaba

sábado, 10 de agosto de 2013

Por que odiamos rodeios


Extraído do site Diário do Engenho


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Piracicaba vive nestes dias mais uma festa de peão de rodeio. Lamentável. Para quem – como nós do Diário do Engenho – milita na área da cultura, a ocorrência de rodeios em nossa cidade nos cai na cabeça como um balde de água fria. Não por menos. A nosso ver, no vasto universo de eventos e atrações ditas “culturais” oferecidas ao povo, o rodeio pertence ao rol dos mais horrendos e execráveis acontecimentos.
Angariando enorme apoio e mesmo patrocínio de entidades, empresas, imprensa e órgãos distintos, o rodeio (em geral e em qualquer cidade) atrai milhares de jovens que – quase sempre altamente embriagados e idiotamente vestidos de “cowboy” ou “cowgirl” – se acotovelam em imensas arenas nas quais bois, cavalos e outros animais são – também a nosso ver – barbaramente martirizados (uma vez que entendemos que a mera exibição de animais em espetáculos como esses já se constitui, em si, numa enorme violência para com o animal). Realmente lamentável. Ridículo e lamentável!
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Embaladas por “artistas” que são sucesso na mídia brega e nojenta que infecta os ouvidos e destrói o gosto musical dos brasileiros, essas festas adentram pela madrugada oferecendo ao público shows “sertanejos” variados – os quais, em verdade, de sertanejo, mesmo, nada possuem – e que desrespeitam o volume sonoro permitido pelas leis do município – município esse que, curiosamente, ao que consta, não se incomoda com tal transgressão –, perturbando o sono e a tranquilidade daqueles que moram nas imediações desse “grande evento.”
Lembrando o filósofo Theodor Adorno – que dizia que a indústria cultural e a música ruim degeneram o gosto e aniquilam a capacidade do cidadão de apreciar arte de qualidade –, podemos dizer que os rodeios, em geral, consagram a degeneração das artes e da cultura ao arrastarem e condenarem uma imensa e jovem população ao atroz e estimulado contato com a “pseudo-arte” de consumo (pobremente produzida, terrivelmente vazia, altamente massificante e drasticamente alienante).
imagem2Festivais de música erudita, de dança, de teatro e outros tantos eventos gratuitos e de qualidade que anualmente acontecem em Piracicaba – e que recebem o devido apoio da administração pública, cabe ressaltar – muito provavelmente não conseguem, juntos, atrair a atenção de um por cento do público que – pasmem! – paga para frequentar essas festas abjetas. Ducha de água fria em quem luta para levar atrações de alto nível a todos, os rodeios maculam as cidades por onde passam e expõem inevitavelmente a ignorância de seu povo – sumamente interessado em “cervejadas,” em desfile de “modeletes” e em homens de calça justa e chapéu de vaqueiro que zanzam e banzam em cima de animais assustados e feridos.
Perdoem-nos a franqueza. No exercício da tolerância e da democracia – que preza e garante o direito de ir e vir do cidadão e sua liberdade de expressão – podemos apenas lamentar o gosto de quem frequenta tais arenas. Se gosto não se discute – como reza o dito popular – com toda certeza podemos dizer que, ao menos, se lamenta. A liberdade e o direito à escolha é, inegavelmente, de todo o cidadão – e cada um deve saber escolher o que quer “consumir,” sabemos disso.
1441470089_1af25ec603[1]No entanto, de nossa parte, declaramos sem medo de represálias que odiamos rodeio, sim! Mais do que isso, não nos conformamos com a presença deles em nossa cidade – e julgamos que a cidade que os recebe deva também receber o título de cidade inimiga da cultura e inimiga dos animais.
Morramos de inveja de Paraty, de Ouro Preto, de Tiradentes, de Campos do Jordão… reconhecidamente “celeiros” das mais importantes festas da música erudita, da literatura, do cinema, das artes plásticas e de outras artes (de verdade) de nosso país. Morramos de inveja, sim. Mas morramos odiando rodeios!