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domingo, 31 de março de 2013

LENDA URBANA



Lídia Sendin

Nos bons tempos de outrora, nas tardes tépidas e tranquilas, quando nossas avós colocavam suas cadeiras nas calçadas e ficavam jogando conversa fora enquanto olhavam as crianças brincarem na sossegada rua do bairro, o assunto predileto sempre rondava o inusitado e o impossível.

Parecia que a todos agradava supervalorizar boatos que jamais eram provados e nunca se tornavam fatos. O certo é que essas rodas vespertinas foram responsáveis por muitas lendas urbanas que ora compõem o imaginário popular.

Hoje, não temos mais esses encontros, cada um zela por sua privacidade e sossego, porém não ficamos menos boateiros que nossas avós. Se não temos rodinhas na calçada, temos a internet, que é responsável por muitas lendas urbanas que vão ganhando adeptos, adendos e nuances diferentes a cada e-mail repassado. E dos benefícios da água oxigenada aos perigos do uso do cartão de crédito em postos de gasolina, tudo se multiplica aos milhares e ganha facilmente do prosaico boca a boca de outrora.

Do inofensivo “quem conta um conto aumenta um ponto”, que virava folclore e era usado para ameaçar crianças desobedientes, ganhamos hoje, junto com as lendas que entopem nossos e-mails, a real possibilidade de um perigoso vírus virtual.

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