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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DIA CINZENTO



Maria Cecilia Graner Fessel

Um manto de cinzenta apatia
um desejo de silêncio e sombra
de fechar cortinas e fugir do dia...
Será quebranto isso que me assombra?

Nenhum anseio me ilumina a mente,
nada sacode esta mortal modorra,
o que ficou lá atrás ou inda vem lá frente
ganhar algemas ou ser negra forra...

É como estar à deriva na corrente
num barco folha de vitória régia
à dor e ao gozo alheia e indiferente
sem nenhum sonho ou lúcida estratégia.

Quão mal tremula em mim a luz da vida
que com tantos reparti a minha mesa!
Melhor seria, em meio a tanta lida,
já se apagar, que lutar por vê-la acesa...

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