Ano Novo, tempo de faxina na alma
Ivana Maria França de Negri
Ivana Maria França de Negri
Fim de ano é tempo de limpar a alma. Assim como de vez em quando a gente faz uma limpeza geral na casa, arrasta móveis, esvazia gavetas, arruma os armários, retira os tapetes, lava os lustres e janelas, sempre é bom faxinar o espírito. E não existe data melhor para fazê-lo do que no final do ano para recomeçar o próximo com ânimo renovado.
E como não sabemos qual será o último ano de nossa jornada por aqui, então é bom caprichar, como se fosse sempre o último.
Para que guardar mágoas, rancores e antipatias que nada trazem de bom além de enferrujar nosso espírito? E assim como a ferrugem corrói e vai tomando conta de tudo, cultivar maus sentimentos vai corroendo a alma como um câncer que se espalha e fica difícil conter. Desinfetar a alma de sentimentos ruins faz bem para a própria pessoa e para os que a cercam. Lavar e purificar-se por dentro faz parte da higiene. Não só o corpo precisa ser banhado. O espírito carece de limpezas periódicas. Nada deve ficar guardado por muito tempo, pois embolora, cria mofo e acaba nos aprisionando. É preciso se livrar das teias.
Varrer a tristeza é bem difícil, principalmente quando ela está impregnada nas dobras da alma por causa de pessoas queridas que partiram para outra dimensão. Mas podemos transformar a tristeza em uma saudade gostosa, relembrar as conversas e bons momentos vividos.
É preciso jogar fora a preguiça. Fazer exercícios, movimentar-se, aproveitar bem o tempo pois ele se escoa rapidamente.
Quando nos damos conta, as crianças cresceram, os adultos envelheceram, os amigos se distanciaram e muitas pessoas queridas já empreenderam a grande viagem.
É hora de utilizar as boas ideias. De que adianta ter muitas ideias se não as colocamos em prática?
E por último, dar ênfase ao abençoado trabalho. É preciso ocupar as mãos e a mente. Mas também precisamos deixar algumas horas livres para brincar com as crianças, cuidar das plantas e dar atenção aos animais de estimação. Não é ociosidade ficar às vezes balançando numa rede e lendo um bom livro. Isso renova as energias para outros trabalhos.
Nada de mau agouro, maus pensamentos, de pessimismo e pressentimentos ruins.
Deixar sempre o coração limpo e a alma livre para receber novos amores, novas amizades, novas experiências. A natureza nos ensina que é preciso desfolhar para florescer, podar para renascer e morrer para viver a verdadeira Vida. Feliz Vida Nova!
ResponderExcluirSeu texto foi bálsamo para minha alma!!! Foi como uma brisa suave tocando meu rosto, você me fez respirar profundamente, me senti leve, bem. Uma bela e profunda reflexão, um sopro de vida!!!
Bjs