Elias Salum é
membro da Academia Piracicabana de Letras
Sou brasileiro,
cristão e descendente do Oriente Médio, da cidade de Mãshta Síria – onde
nasceram meus pais, região onde convivem grande parte de cristãos ortodoxos e
mulçumanos. Tais fatos, entre outros, motivaram meu interesse em saber como se
dava r se dá, hoje, a vida Muçulmana.
Quis
conhecer o convívio e a história desse povo, quando passei a ler a obra do
autor Aly Mazahéri, intitulada “A VIDA COTIDIANA DOS MUÇULMANOS NA IDADE MÉDIA”
(Século X e XIII), com 351 páginas.
A
obra se destina a dar ao leitor uma imagem tão fiel quanto possível, da vida
cotidiana dos muçulmanos da Idade Média.
Descreve-se,
minuciosamente, de uma forma positiva os fatos e atos quotidianos dos
muçulmanos desta época: sua maneira de se alimentar, de vestir, trabalhar,
orar, de se distrair, de celebrar festas religiosas e folclóricas ou marcar
grandes acontecimentos da vida.
A
religião ocupava um l ugar importante na vida dos muçulmanos e preenchia grande
parte do dia. Celebravam na Mesquita 5 ofícios diários: o 1º. Antes do nascer
do sol; o 2º. Entre meio-dia e as 2 horas; o 3º. ao fim da tarde, no momento em
que o sol declinava; o 4º. Depois do por do sol e o 5º. à noite, após a ceia.
A
essas horas, o Muesin chama os fiéis à oração do alto do minarete (a palavra
minarete significa o farol).
O
ano compõe-se de 12 luminações, e na 9ª. começa o Ramadan (mês do jejum).
O
califa ou sultão marcava em que jejum deveria começar, mas os crentes preferiam
ver com os próprios olhos o crescente da lua, antes do começar a jejuar.
A
obra destaca que esse ritual muito religioso consistia em não comer, nem beber,
nem tomar banho desde o nascer do sol até a noite, quando se comia se faziam
reuniões e se passeava nas ruas iluminadas. Durava, assim, todo mês até o
primeiro dia da décima luminação.
Em
Damasco (Síria) e arredores havia, igualmente, um grande número de lugares
santos, onde se conserva, num mausoléu, a cabeça de Yahja, João Batista, onde
eu, Elias Salum e família, visitamos em 1990 e 1998.
Damasco
sempre pretendeu ter mais riquezas do que qualquer outra cidade. A propósito,
há uma cidade síria em que ainda se fala o aramaico, língua utilizada por
Jesus.
O
pedido de casamento, o noivado e a cerimônia nupcial processavam-se de maneira
diferente consoante as religiões.
Na
leitura do referido livro, observei que algumas pessoas fazem, por sua vez, uma
ideia errada dos Haréns – a palavra Harém significa literalmente Santuário ou
lugar escondido. Servia para designar parte da casa habitada pela família, isto
é, pelas mulheres e pelas crianças, rigorosamente fechadas aos homens
estranhos, que podiam entrar no resto da morada.
Eis
alguns pontos da referida obra que fala sobre a vida dos muçulmanos da Idade
Média.
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