Ludovico
da Silva
Dias passados este o JP publicou matéria
a respeito do aumento considerável da frota de veículos que passaram a circular
na cidade. Uma notícia que revelou a situação econômica por demais auspiciosa
da população piracicabana, que passou a investir em um projeto que vem
facilitar a vida dos cidadãos, pois nos dias atuais o automóvel deixou de ser uma
manifestação de riqueza e sim de utilidade para aqueles que precisam se dirigir
às empresas onde trabalham ou mesmo quando necessário a viagens curtas ou
longas, com o objetivo de ganhar tempo e resolver problemas particulares ou, vá
lá, em passeios com a família. Até aí tudo bem, porque é um direito que têm
para facilitar a vida.
Entretanto, há um pormenor a se considerar
em relação ao problema que se transformou o trânsito na cidade. Será que todos
os cidadãos que pegam o volante e saem a dirigir estão devidamente preparados à
tarefa que os levou a portar a carteira de habilitação? Não parece pelo que se
vê no que acontece pelas ruas da cidade, pois uma simples observação pode
reunir uma série de irregularidades que compromete melhor fluxo de veículos e
denota irresponsabilidade de condutores.
Uma pequena listagem: paradas em faixas
proibidas não são novidades, não bastassem aquelas que ocorrem para a descida
de passageiros ou mesmo para uma chegada rápida a um estabelecimento de
crédito; veículos estacionados sobre calçadas, que prejudicam a vida de
pedestres, obrigados a se deslocar até mesmo para o espaço carroçável, correndo
o risco de sofrer acidentes; avanços nas sinalizações dos semáforos, não poucas
vezes provocando choques de veículos com danos materiais e físicos;
ultrapassagens perigosas, sem qualquer respeito àqueles que vão à frente,
obrigando estes a manobras arriscadas em defesa de sua integridade física e
danos materiais; desconsideração ao direito de terceiros, que dirigem com
responsabilidade e cautela e que acabam mesmo ouvindo palavrões e gestos
irônicos; desrespeito às sinalizações aéreas e de solo, como se elas não
existissem para suas intenções superiores ou maléficas; é inadmissível a
ocorrência praticada por não raros motoristas nas esquinas, com as “cortadas” à
frente para quem toma o mesmo sentido ou aqueles que seguem em direção reta,
obrigando estes a manobras rápidas e arriscadas, com freadas bruscas. E os que
abrem a porta dos veículos completamente alheios à movimentação intensa do seu
lado? Não se admite que motoristas com um mínimo de competência e
responsabilidade cometa tais abusos no trânsito.
Pera aí. Há uma enorme carga de
obrigações direcionadas, também, aos pedestres, que deixam de cumprir as mais
comezinhas obediências no respeito às leis do trânsito. Não são poucos aqueles
que deixam de atravessar nas faixas que lhes são determinadas, preferindo
fazê-lo no meio das ruas, da mesma maneira quando os semáforos lhes estão
fechados, sem qualquer atenção à aproximação de um veículo. Ainda mais, ofendem
motoristas com palavras de baixo calão ou lhes olham ironicamente como se
estivessem cobertos de razão. Se todos dividissem as responsabilidades muitos
acidentes seriam evitados, físicos, materiais e até vidas.
Por isso e por muito mais o trânsito
piracicabano se torna cada vez mais complicado. Já não se trata apenas de
fiscalização rigorosa, mas sim da conscientização de todos ao respeito das
leis, com direitos, mas, sobretudo, deveres.
*Crônica publicada no Jornal de Piracicaba de 03/06/2012
*Publicada no jornal A Tribuna Piracicabana em 07/06/2012
*Publicada no jornal A Tribuna Piracicabana em 07/06/2012
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