José Gonçalves Pereira Neto |
( poema baseado em versos de Irineu Volpato)
Amo as almas crianças desses corgos
que perseguem virgemente seus caminhos
riozinhos despenteados, murmurantes,
desesperada e velozmente seguindo
sem nem saber onde vão indo...
Igual a eles, quero conformar-me à realidade
Torná-la pouco mais do que imperfeita
Nesse pouco que estivermos por aqui.
Preocupar-nos por que prá onde vamos
Se quando a vida nos largar já nem mais somos?!
Às vezes, como riachos que congelam,
a vida nos devolve ao nosso dentro
E então já não sobram mais vaidades
Da gente tentar se acontecer.
Aliás, esses regatos,
de tão perdidos rumos,
Só se percebem e viram panorama
Quando se partem em mil gotas brilhantes
E se despencam alegremente pelo abismo.
Quem não almeja, quando a vida despencar-se,
Multiplicar-se em luminares pelo céu
E assim também tornar-se panorama?
Depois da longa jornada, ter o prêmio merecido de tornar-se imortal na transmutação em outras realidades.
ResponderExcluirUm abraço, Maria Cecilia