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domingo, 1 de janeiro de 2012

COMO É BOM LER


Elda Nympha Cobra Silveira

Nos tempos de adolescente gostava muito de ler... Ia e vinha com um livro da biblioteca, que na época era situada na parte assobradada do Teatro Santo Estevão. Como os livros só podiam ser retirados pelos sócios, assim, sem gastar nada tinha acesso aos assuntos que me fascinavam, pois se fosse comprar todos os livros que li, teria que montar prateleiras recheadas de livros nas paredes da minha sala.
Naquela época, além dos clássicos da literatura portuguesa, brasileira e mundial, entre os livros estavam os de MM. Delly, da “Biblioteca das Moças”, uma coleção de romances ao gosto das adolescentes daquela época.
Os livros da trilogia “O Tempo e o Vento” de Érico Veríssimo ficaram imortalizados na televisão e no cinema, com Tarcisio Meira como o capitão Rodrigo e Glória Pires como Ana Terra. Quando li me apaixonei pelo capitão Rodrigo. O filme “Independência ou Morte” também divulgou a história sobre nossa independência. Penso que todos os livros de escritores famosos deveriam ser aproveitados pela televisão ou melhor ainda, no cinema, porque estriam divulgando coisas de nossa terra e o sentimento de brasilidade, como é o caso da adaptação dos livros de Jorge Amado para a televisão e para a telona...
Tenho certeza que muitos leram esses livros porque tiveram a curiosidade despertada pelas versões dos mesmos para o teatro, cinema e televisão. Desde quando a saga “Crepúsculo” da escritora Stephenie Meyer foi lançada nos cinemas e na televisão a juventude, e não só ela, esta devorando os livros de sua autoria. Na verdade, esses livros grossos são o assunto do momento, bem ao gosto da juventude. A escritora britânica J.K.Rowling lançou a saga de Harry Potter e ler seus livros se tornou uma febre inquestionável. O mesmo aconteceu com os livros “O Caçador de Pipas” e a “A Cidade do Sol” de Kaled Hosseini que venderam milhares de exemplares, depois de sua versão para o cinema.
É preciso despertar cada vez mais o gosto de leitura na juventude para que se tenhamos futuros leitores assíduos, que possam definir por si mesmos a qualidade da literatura. Não podemos indicar os antigos clássicos para os nossos jovens, porque poderá ser uma perda de tempo, pois talvez eles não consigam se identificar com os assuntos densos e escritos em linguagem muito rebuscada. Na verdade, a realidade requer assuntos mais afeitos com a juventude que está em outra e gosta de agilidade, mistério, seres espaciais e outros assuntos mais modernos em sua leitura. Eles não querem voltar no tempo, pois como Júlio Verne em sua época, eles estão interessados e anseiam pelo novo, pelo futuro.
Ao escrever um livro infantil temos que manter um diálogo que faça com que a criança entenda a realidade e a história a ser contada, sem pieguice e sem subestimar a inteligência dos pequenos leitores, que nos dias de hoje, estão muito bem informadas sobre a realidade do mundo atual. Monteiro Lobato percebeu isso, e é um dos autores brasileiros mais lido por crianças de todas as idades. O gosto pela leitura só começa quando o assunto do livro prende o leitor. Por isso, os livros têm que ter vida, precisam caminhar de mão em mão. Muitos livros não deveriam ser vendidos, mas sim doados nos Terminais de Ônibus, entre amigos, colegas de trabalho, funcionários, Casas de Idosos. Os sebos, que perderam com o tempo, sua finalidade de oferecerem bons títulos para quem não pode comprar bons livros, deveriam voltar a ser lojas que oferecem livros a um preço mais acessível, com desconto, e que oferece a oportunidade de se trocar títulos sem qualquer embaraço. Acreditem! Quem não lê está perdendo um grande prazer e quem lê não sente solidão, porque está rodeado de personagens que enriquecem a mente e o coração.

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