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domingo, 12 de junho de 2011

Sobre o Amor e a Paixão


Ivana Maria França de Negri

Há quem diga que o amor é aquilo que resta depois que a paixão termina.
Enquanto a paixão é devastadora como um temporal de verão e deixa em seu rastro marcas e cicatrizes doloridas, o amor é sublime, sensato, altruísta.
Nos tribunais existe até uma atenuante para crimes cometidos durante o apogeu de uma paixão. O ato passional - do francês, passion - abranda a pena porque a pessoa que está sob o domínio desse sentimento arrasador fica fora de si, torna-se irracional, age comandada por instintos, como um bicho. Se um crime é cometido no auge de um estado desses, a pessoa pode ter sua liberdade assegurada pois se diz que agiu por impulso num momento de insanidade temporária.
A paixão sufoca, oprime, é egoísta. O amor dá liberdade, compreende, perdoa.
Paixão é algo visceral, da carne. Amor é algo sublime, da alma.
Paixão é doença e o corpo padece. Amor é remédio e cura todos os males.
Paixão é um trunfo da natureza para a perpetuação da espécie. Os corpos se atraem como ímãs, se unem freneticamente para procriarem. Passageira, efêmera, a paixão enlouquece por um período, cega por completo a razão e apaga o discernimento. Eterno, o amor transcende o tempo, ignora barreiras e distâncias e alarga a visão.
Existem pessoas que sentem enorme prazer em viver em estado permanente de paixão. Mudam constantemente o objeto de sua adoração para se sentirem sempre apaixonadas. Conforme uma paixão esfria, substituem por outra e assim ficam em constante estado de arrebatamento. Essas, não amam ninguém, amam apenas o fato de estarem apaixonadas, querem a euforia que a serotonina traz, a falsa sensação de felicidade. São eternos insatisfeitos e nada ou ninguém irá preencher seu vazio existencial.
Neste dia dos namorados, desejo que cada um viva intensamente e em plenitude o seu amor, mas com uma pitadinha de paixão...

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