Cassio Camilo Almeida de Negri
Desde o ciclo do ouro, estou aqui de pé, mãos abertas, braços semi afastados, que todos pensam estar abençoando-os.
Estou coberto de poeira nesta penumbra, cheirando a óleo de peroba rançoso, se é que óleo de peroba rança.
Já fui atacado por cupins que quase destruíram meu corpo de madeira.
Já fui furtado, jogado em um baú por muitos anos, até que voltei para cá, deste altar mor, dominando a igreja. Presenciei centenas de missas e muitas promessas fizeram aos meus pés, talvez o que mais recebi foram promessas.
Milhares de pessoas me prometeram mil trocas, como se eu fosse um negociante, prometeram-me novenas, todo dia nove, dezenove, vinte e nove, e sempre querendo algo em troca. Outras tentavam negociar comigo, prometendo ir daqui até não sei onde a pé, ajoelhados, carregando uma cruz, e mil e uma outras negociatas.
Mal sabem que nunca negocio nada. A pessoa faz por merecer. Não influencio em nada a lei da causa e efeito, pois se eu carregar a cruz de outrem, esse alguém nunca aprenderá as lições da vida.
Ouvi muitos confessarem seus pecados e, na hora de assumir a culpa, punham-na nas costas do diabo, dizendo que ele as tentou, buscando dividir responsabilidades. Ora, faça-me o favor, você tem o livre arbítrio e meu Pai, o Todo Poderoso, nunca iria criar um ser tão mau e quase tão poderoso quanto Ele. Por falar em maldades, estas não existem, no fundo, são apenas oportunidades para o homem aprender lições e se transformar, por isso um dia foi dito “quem tem olhos para ver que veja”.
O que hoje interpretamos como um acontecimento mau, pode amanhã ser um grande aprendizado.
Muitas pessoas já passaram por essas portas e bancos, com os olhos cobertos pelos véus das ilusões e poucos conseguiram retirá-los evitando que a visão ficasse turva.
Tanto trabalho tive, perguntei até à minha mãe:– “Quem é você mulher? Quem é você realmente?” E ela não entendeu na época, demorou muito até entender que não tinha alma e sim que era a alma, coisa muito simples, mas muito sutil.
Não tenho expectativas de ninguém, apenas cumpri e cumpro minha missão. Não espero recompensas, apenas faço meu trabalho.
No fundo do templo, a porta se abre, entra uma noiva lindíssima, olhos cor de anil, com um véu a encobrir-lhe a visão, e sorrindo, cheia de ilusões. Habitando aquele corpo, duas almas, uma como uma luz em sua fronte e outra ocupando a luz de seu útero.
O santo sorri e diz a todos os presentes na linguagem da intuição:
– Espero não ter dado pérolas aos porcos, pois para o santo do pau oco, mais importante é o oco, pois ai é que fica o tesouro.
Estou coberto de poeira nesta penumbra, cheirando a óleo de peroba rançoso, se é que óleo de peroba rança.
Já fui atacado por cupins que quase destruíram meu corpo de madeira.
Já fui furtado, jogado em um baú por muitos anos, até que voltei para cá, deste altar mor, dominando a igreja. Presenciei centenas de missas e muitas promessas fizeram aos meus pés, talvez o que mais recebi foram promessas.
Milhares de pessoas me prometeram mil trocas, como se eu fosse um negociante, prometeram-me novenas, todo dia nove, dezenove, vinte e nove, e sempre querendo algo em troca. Outras tentavam negociar comigo, prometendo ir daqui até não sei onde a pé, ajoelhados, carregando uma cruz, e mil e uma outras negociatas.
Mal sabem que nunca negocio nada. A pessoa faz por merecer. Não influencio em nada a lei da causa e efeito, pois se eu carregar a cruz de outrem, esse alguém nunca aprenderá as lições da vida.
Ouvi muitos confessarem seus pecados e, na hora de assumir a culpa, punham-na nas costas do diabo, dizendo que ele as tentou, buscando dividir responsabilidades. Ora, faça-me o favor, você tem o livre arbítrio e meu Pai, o Todo Poderoso, nunca iria criar um ser tão mau e quase tão poderoso quanto Ele. Por falar em maldades, estas não existem, no fundo, são apenas oportunidades para o homem aprender lições e se transformar, por isso um dia foi dito “quem tem olhos para ver que veja”.
O que hoje interpretamos como um acontecimento mau, pode amanhã ser um grande aprendizado.
Muitas pessoas já passaram por essas portas e bancos, com os olhos cobertos pelos véus das ilusões e poucos conseguiram retirá-los evitando que a visão ficasse turva.
Tanto trabalho tive, perguntei até à minha mãe:– “Quem é você mulher? Quem é você realmente?” E ela não entendeu na época, demorou muito até entender que não tinha alma e sim que era a alma, coisa muito simples, mas muito sutil.
Não tenho expectativas de ninguém, apenas cumpri e cumpro minha missão. Não espero recompensas, apenas faço meu trabalho.
No fundo do templo, a porta se abre, entra uma noiva lindíssima, olhos cor de anil, com um véu a encobrir-lhe a visão, e sorrindo, cheia de ilusões. Habitando aquele corpo, duas almas, uma como uma luz em sua fronte e outra ocupando a luz de seu útero.
O santo sorri e diz a todos os presentes na linguagem da intuição:
– Espero não ter dado pérolas aos porcos, pois para o santo do pau oco, mais importante é o oco, pois ai é que fica o tesouro.
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