Aracy Duarte Ferrari
Fazia já algum tempo que aquela senhora deixara para trás o casarão estilo neoclássico, no qual se encontrava uma valiosa biblioteca. Foi lá, numa tarde de inverno, ambiente aconchegante, saboreando o chá estilo britânico, que decidiu retirar alguns livros de autores consagrados. Tudo para dar um toque especial, cultural naquele exato momento.
Dos vários autores selecionados – José de Alencar, Joaquim Manoel de Macedo, Castro Alves, José Marti, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Paulo Coelho, Sérgio Faraco, Caio Porfírio de Andrade, Olavo Bilac, Adélia Prado, Machado de Assis, Augusto dos Anjos, Mario de Andrade, Fernando Pessoa e outros, tomou a decisão: — propôs com critério classificá-los para leituras futuras, enquanto que, para o dia, começou com o livro de Fernando Pessoa. Abriu-o aleatoriamente, saboreando um poema como a abelha faz ao sugar o néctar. Destinou maior tempo e reflexão para a estrofe:
“… E que é inútil apressar o outro, a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar”.
Saborear obras é como sentir a brisa bater em seu rosto na orla da praia, sentir o impressionante reflexo das luzes acesas a enfocar os cristais. É lindíssimo…
O poema floresce, são as palavras que fluem, brotam livres e soltas, despertam emoções adormecidas. Tudo acontece livremente sem coerção, sem aparato das arestas e nem ventos contrários que perturbem a pureza das sensações humanas.
Terminada a leitura da estrofe citada, analisou verso por verso, releu a biografia do autor, situou-se no contexto poético, às vezes mágico, e divagou a mil por hora. Bateu forte em seu ego e assimilou realmente a diferença entre “Eu” e o “Outro”, o limite da individualidade, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão, respeito mútuo, sentimento de religiosidade, a existência de caminhos diversos e as diferenças de aptidões.
O importante também é saber que, o ontem aconteceu, é passado. O passado já não existe, o hoje é hoje, mas também findou-se; o futuro será o amanhã calmo, tranquilo ou turbulento, cinzento ou azul anil mesclado com fatos pitorescos ou carregado de situações traumatizantes, desgastantes!
Mas por que tantos questionamentos?
O ser humano é capaz de lançar seus pensamentos, ultra¬passar fronteiras bem além do horizonte. Saberá também discernir boas ocasiões, selecionar e eliminar barreiras que provocam distúrbios.
Não é necessário anexar ao viver limites e lapidações com qualquer tipo de instrumento para que o indivíduo tenha uma adequada formação. Para isso a condição “sine qua non” é ser livre em suas opções.
Assemelhar-se aos pássaros que voam alegremente, sol¬tos, livres, adentrando e explorando o espaço do reino vegetal. Todos os animais obedecem e interagem com o ecossistema numa relação harmoniosa, procurando fazer o que querem sem a ação impositiva inibindo-os ou acionando-os. Não precisam de reforços materiais externos e leis rígidas, obedecem a natureza!
A água do reino mineral (o rio), também livremente, assume a própria natureza corre em seu leito, umedece as terras que o margeiam, abriga os peixes, mata a sede dos animais, segue sua trajetória e continua descer rio abaixo abrindo seus afluentes. Obedece com rigor somente as leis da natureza, rejeita ações coercitivas impostas a ele.
Esse trinômio: o ser humano, pássaro e rio tem cada qual sua finalidade terrena e ações inerentes para exercê-las. Por exemplo, para assumir sua trajetória, o homem, ser pensante, afronta-se com as mais divergentes ações, porém, estando ele preparado e assumindo sua escala de valores, está com os parâmetros bem definidos para o bem viver. No entanto, é preciso entender muito destas afirmações: não julgar para não ser julgado, quando necessário erguer a cabeça, construir sólidos caminhos, distinguir anos de apeguismo barato, aceitar derrotas e saborear vitórias.
Não esquecer que amigo é sempre amigo, que Deus é onipotente, onisciente e onipresente, e a importância da família. Mas, cuidado com sentimentos interiorizados como respeitar a opinião pública, sem anular a sua, ter critério para julgar e resolver conflitos, que o dinheiro é a mola propulsora em economia, mas não na relação dual pessoa-pessoa. Aceitar suas limitações, lutar para o bem e não para atingir a perfeição, evitar erros gritantes, ter equilíbrio das emoções, distinguir as verdades lógicas e ontológicas.
Percebe-se muitas vezes as realizações interrompidas por imposições e apressamentos. Para tanto, não permitir a presença de ações ásperas que venham contestar a formação integral, humanista exigida neste século XXI.
É necessário constantemente estar atento, se preciso for, fechar as aberturas das interferências como imposições, lapidações, opressões que batem em desencontro com seu ideal e filosofia de vida. Lembrar-se constantemente da liberdade que age como um farol na postura humana. O farol, além de indicar a direção de algo, ilumina o cérebro.
Dos vários autores selecionados – José de Alencar, Joaquim Manoel de Macedo, Castro Alves, José Marti, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Paulo Coelho, Sérgio Faraco, Caio Porfírio de Andrade, Olavo Bilac, Adélia Prado, Machado de Assis, Augusto dos Anjos, Mario de Andrade, Fernando Pessoa e outros, tomou a decisão: — propôs com critério classificá-los para leituras futuras, enquanto que, para o dia, começou com o livro de Fernando Pessoa. Abriu-o aleatoriamente, saboreando um poema como a abelha faz ao sugar o néctar. Destinou maior tempo e reflexão para a estrofe:
“… E que é inútil apressar o outro, a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar”.
Saborear obras é como sentir a brisa bater em seu rosto na orla da praia, sentir o impressionante reflexo das luzes acesas a enfocar os cristais. É lindíssimo…
O poema floresce, são as palavras que fluem, brotam livres e soltas, despertam emoções adormecidas. Tudo acontece livremente sem coerção, sem aparato das arestas e nem ventos contrários que perturbem a pureza das sensações humanas.
Terminada a leitura da estrofe citada, analisou verso por verso, releu a biografia do autor, situou-se no contexto poético, às vezes mágico, e divagou a mil por hora. Bateu forte em seu ego e assimilou realmente a diferença entre “Eu” e o “Outro”, o limite da individualidade, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão, respeito mútuo, sentimento de religiosidade, a existência de caminhos diversos e as diferenças de aptidões.
O importante também é saber que, o ontem aconteceu, é passado. O passado já não existe, o hoje é hoje, mas também findou-se; o futuro será o amanhã calmo, tranquilo ou turbulento, cinzento ou azul anil mesclado com fatos pitorescos ou carregado de situações traumatizantes, desgastantes!
Mas por que tantos questionamentos?
O ser humano é capaz de lançar seus pensamentos, ultra¬passar fronteiras bem além do horizonte. Saberá também discernir boas ocasiões, selecionar e eliminar barreiras que provocam distúrbios.
Não é necessário anexar ao viver limites e lapidações com qualquer tipo de instrumento para que o indivíduo tenha uma adequada formação. Para isso a condição “sine qua non” é ser livre em suas opções.
Assemelhar-se aos pássaros que voam alegremente, sol¬tos, livres, adentrando e explorando o espaço do reino vegetal. Todos os animais obedecem e interagem com o ecossistema numa relação harmoniosa, procurando fazer o que querem sem a ação impositiva inibindo-os ou acionando-os. Não precisam de reforços materiais externos e leis rígidas, obedecem a natureza!
A água do reino mineral (o rio), também livremente, assume a própria natureza corre em seu leito, umedece as terras que o margeiam, abriga os peixes, mata a sede dos animais, segue sua trajetória e continua descer rio abaixo abrindo seus afluentes. Obedece com rigor somente as leis da natureza, rejeita ações coercitivas impostas a ele.
Esse trinômio: o ser humano, pássaro e rio tem cada qual sua finalidade terrena e ações inerentes para exercê-las. Por exemplo, para assumir sua trajetória, o homem, ser pensante, afronta-se com as mais divergentes ações, porém, estando ele preparado e assumindo sua escala de valores, está com os parâmetros bem definidos para o bem viver. No entanto, é preciso entender muito destas afirmações: não julgar para não ser julgado, quando necessário erguer a cabeça, construir sólidos caminhos, distinguir anos de apeguismo barato, aceitar derrotas e saborear vitórias.
Não esquecer que amigo é sempre amigo, que Deus é onipotente, onisciente e onipresente, e a importância da família. Mas, cuidado com sentimentos interiorizados como respeitar a opinião pública, sem anular a sua, ter critério para julgar e resolver conflitos, que o dinheiro é a mola propulsora em economia, mas não na relação dual pessoa-pessoa. Aceitar suas limitações, lutar para o bem e não para atingir a perfeição, evitar erros gritantes, ter equilíbrio das emoções, distinguir as verdades lógicas e ontológicas.
Percebe-se muitas vezes as realizações interrompidas por imposições e apressamentos. Para tanto, não permitir a presença de ações ásperas que venham contestar a formação integral, humanista exigida neste século XXI.
É necessário constantemente estar atento, se preciso for, fechar as aberturas das interferências como imposições, lapidações, opressões que batem em desencontro com seu ideal e filosofia de vida. Lembrar-se constantemente da liberdade que age como um farol na postura humana. O farol, além de indicar a direção de algo, ilumina o cérebro.
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