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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Era da Insensatez


A era da insensatez
Ivana Maria França de Negri

Consumo, logo existo. Vivemos a era da insensatez. Somos controlados e manipulados de todas as formas. Pensamos que somos livres, mas seguimos fielmente as regras, sem contestar, como boizinhos passivos, subindo a rampa do matadouro.
Somos escravos dos modismos, do marketing comercial que vende de tudo.
Vidas cada vez mais vazias, mentes ocas, somos clientes, consumidores, telespectadores, apáticos, acéfalos, massa humana que não pensa por si e navega na onda. Não aprendemos a nadar contra as marés, a opinar, a discordar das ditaduras,
Usamos as marcas que nos são sugeridas, seguimos dietas para sermos magros como as garotas das capas das revistas. Assistimos filmes e peças de teatro que a mídia escolhe e impõe para nós. Nem achamos interessante, mas se a maioria elegeu como sendo o melhor, somos obrigados a assistir e a gostar.
Revistas ditam a moda e todos seguem incontestes. Barriga de fora, cintura alta, cabelo liso, cabelo crespo, bolsa grande, bolsa pequena, e vamos gastando dinheiro em supérfluos. Nada é feito para durar.
E as mentes se ocupam com futilidades, com consumismos e excessos. Tudo é descartável e as modas passam cada vez mais rapidamente. Antigamente as roupas e sapatos eram usados “até acabar”, ou até que não servissem mais e eram passados para os irmãos menores. Não existia essa fixação por marcas. As roupas só precisavam ser de boa qualidade para durar bastante. Agora, muitas são fabricadas na China e compradas a preço de bananas e as grandes grifes só se encarregam de colocar suas etiquetas famosas nas peças. E os consumidores pagam caríssimo por peças de gosto duvidoso que não vão durar nada.
Para ter seu lugar na sociedade tem que ter o carro do ano, as roupas da moda, o sorriso estampado com frequência nas colunas sociais.
Consumimos com voracidade e depredamos a natureza. Ler livros, pra quê? Programa preferido? Big Brother, reality show, que de real não têm nada, tudo um grande circo armado para o tolo telespectador.
Somos um bando de consumidores ávidos que se esqueceu do princípio básico da vida que é: simplesmente VIVER!

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