ÁGUAS DE JANEIRO
Leda Coletti
A tarde está quente, sem qualquer brisa. Pudera, é janeiro, mês das águas!
Não passa um dia sem cair uma pancada de chuva. Os campos estão encharcados e as estradas rurais dos sítios mais parecem pistas de patinação de barro, tanto para os pedestres como para os veículos. Os canaviais com novo viço exibem um verde reluzente; gotículas prateadas balançam em suas folhas.
Os rios estão cheios com águas barrentas que cobrem pedras e invadem as areias das prainhas. Elas carregam galhos de árvores e o lixo plástico, decorrente da cultura contemporânea e da miséria instalada às suas margens. Ali perto elas se avolumam e provocam catástrofes, invadindo e perturbando a vida de pobres e ricos indistintamente.
Nesse verão, água e sol estão disputando o seu espaço. Há momentos que ambos aparecem, como está acontecendo agora. A terra está avermelhada assim como o asfalto das cidades coberto pela lama.
Um tímido arco-íris forma uma ponte colorida tentando aproximar as águas dos riachos com o sol. Estas continuam seu caminho, velozes e alheias à vontade e ao sofrimento humano, em direção ao mar.
O sol se escondeu. O vento chega forte e balança as árvores e canaviais, trazendo presságios de novos estragos aos moradores da cidade. O que antes era dourado, virou escuridão.
Nova pancada forte chegou !
Leda Coletti
A tarde está quente, sem qualquer brisa. Pudera, é janeiro, mês das águas!
Não passa um dia sem cair uma pancada de chuva. Os campos estão encharcados e as estradas rurais dos sítios mais parecem pistas de patinação de barro, tanto para os pedestres como para os veículos. Os canaviais com novo viço exibem um verde reluzente; gotículas prateadas balançam em suas folhas.
Os rios estão cheios com águas barrentas que cobrem pedras e invadem as areias das prainhas. Elas carregam galhos de árvores e o lixo plástico, decorrente da cultura contemporânea e da miséria instalada às suas margens. Ali perto elas se avolumam e provocam catástrofes, invadindo e perturbando a vida de pobres e ricos indistintamente.
Nesse verão, água e sol estão disputando o seu espaço. Há momentos que ambos aparecem, como está acontecendo agora. A terra está avermelhada assim como o asfalto das cidades coberto pela lama.
Um tímido arco-íris forma uma ponte colorida tentando aproximar as águas dos riachos com o sol. Estas continuam seu caminho, velozes e alheias à vontade e ao sofrimento humano, em direção ao mar.
O sol se escondeu. O vento chega forte e balança as árvores e canaviais, trazendo presságios de novos estragos aos moradores da cidade. O que antes era dourado, virou escuridão.
Nova pancada forte chegou !
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