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terça-feira, 31 de outubro de 2017

No meio do caminho


31 de outubro: Dia Nacional da Poesia
Olivaldo Júnior

Quem não conhece o célebre poema "No meio do caminho", do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade? Aparentemente simples, o poeta elege uma grande dificuldade como pretexto para sua eterna recordação. "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra."... Desde o dia 3 de junho de 2015, temos mais um motivo para nos lembrarmos de Drummond e de suas "pedras" no meio do caminho, pois, a partir dessa data, de acordo com a Lei 13.131/2015, comemora-se oficialmente o Dia Nacional da Poesia no dia do aniversário do poeta, ou seja, em 31 de outubro. Halloween?! Dia das Bruxas?! Que nada! Na terra de Vera Cruz, sob a luz do Cruzeiro do Sul, cruamente brilhando, é dia de "ouvir estrelas" e dizer um poema.
Os primeiros poetas "brasileiros", com certeza, não foram brasileiros. Vieram nas caravelas portuguesas, "segurando vela" para esse casamento arranjado que foi o "descobrimento" do Brasil pela terrinha, o “nosso” Portugal. Assim, os primeiros habitantes lusitanos que tivemos foram, em sua maioria, degredados. E o que eram, são e serão os poetas senão os indesejados, os que não têm mais jeito e, de dentro do peito, acendem a chama do verso e versificam outro mundo em si mesmos? No céu da boca de um poeta há mais constelações que no cosmos. Acredite! Um poeta tem galáxias na manga e delas lança mão quando é preciso. Isso obriga o pobre a viver na lua, com os olhos para além, meio alheios, aluados, aludindo ao que, via de regra, não vale muito no tal mercado literário universal.
A poesia. O que seria o homem sem a faculdade da abstração, ou seja, de ver algo a mais no que ele enxerga? Porque a poesia é isso, quase um duplo do mundo, um "pó de pirlimpimpim" que tudo recobre, visível apenas por quem traz a "chave", a senha, o espírito para enxergar o que os poetas veem. Vem de onde a poesia? De um livro antigo, de uma velha lenda homérica, uma odisseia, escrita sabe-se lá por quantas mãos de quantos poetas? Ou dos versos em redondilhas que um caboclo, um caipira, aprendeu não lembra mais com quem e o ajudou a compor muitas modas de viola lá na roça? Não sei, mas a poesia está no ar. Num caderno de colégio, num bilhete apaixonado, numa lápide invulgar, numa velha camiseta, num eterno coração que, como todo coração, só é eterno enquanto dura. Olha, Vinicius!...
"Eu canto porque o instante existe / e a minha vida está completa. / Não sou alegre nem sou triste: / sou poeta.", assim nos disse a "poeta" Cecília, a Meireles. Sim, a poesia também está no jornal, como tão bem lembrava Bandeira em seu "Poema tirado de uma notícia de jornal". Conhece-o? Se não, vale a pena conhecê-lo. A poesia é uma forma de ser e de estar no mundo, esse mesmo mundo, tão infenso, tão adverso, tão inimigo à poesia. Se a rosa é do povo, a poesia é também. No diário de Anne Frank, nos livros da menina que os roubava, a poesia, sempre à espera de um pouco de ar, soluça (em silêncio) sua música.
Na cidade em que moro, Mogi Guaçu, São Paulo, há pessoas que escrevem poesia. Umas são mais conhecidas, outras menos, mas escrevem. Existe a Academia Guaçuana de Letras, a Casa do Escritor de Mogi Guaçu e a UBT (União Brasileira de Trovadores). Já estive muito junto das três. Senti de perto o que sentem. Hoje, na cidade em que nasci, Aguaí, São Paulo, está nascendo a Academia Aguaiana de Letras. Machado de Assis anda por lá, fiscalizando tudo, vendo o que está certo e o que pode ser melhorado, afinal, Machado é para isso. Eu, por minha vez, nos canteiros da vida, vivo um pouco por vez. Às vezes me canso e me volto para mim. Sou eu, na aquarela que crio, num trenzinho da infância, em poesia.
No Dia Nacional da Poesia, que Drummond desça à Terra e aterrisse na sala em que tantos não leem, não querem mais ler, sequer conversar. Poesia não é estática, muito pelo contrário, é cinética, em transe, e transita por todas as artes, cada uma das muitas musas.

No meio do caminho não tinha uma pedra. No meio do caminho tinha um poema.

domingo, 29 de outubro de 2017

Bate-papo sobre a vida e a obra de Machado de Assis

Palestra que integra a programação da 2a edição da FLIPIRA - Festa Literária de Piracicaba
Palestrantes Irineu Volpato e Armando Alexandre dos Santos sendo apresentados por João Athayde

Irineu Volpato

Armando Alexandre dos Santos


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sábado, 28 de outubro de 2017