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Reunião na Biblioteca

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A saga do diamante


Cassio Camilo Almeida de Negri

                O diamante nascera do fogo, ungido em meio às lavas rubras e quentes, gerado no magma do útero da mãe terra e ejaculadas pelo vulcão em erupção.
Após esfriar, tornara-se apenas uma rocha sem brilho, cheia de arestas irregulares, incrustada na encosta da íngreme montanha.
 Com o passar dos séculos, fustigado pelos ventos gelados e solapado pelas chuvas torrenciais, foi ficando cada vez mais escurecido pelo cascão de sujeira que incorporava.
 Alcançou o rio e, no seu leito, foi durante milênios rolando, rolando, em direção ao oceano.
Nunca o alcançou, mas rolou muito pelos riachos, afluentes e rios.
Quanto rolou, quanto perdeu as arestas, até que se tornou igual a tantos outros bilhões de pedregulhos a rolar, sem saber para onde ia, somente sabia rolar, como todos, sem saber o porquê, de onde vinha, nem para onde ia.
Um dia, porém, resolveu parar e ficou preso à beira do rio.
Muitos anos se passaram, e ele ali, estático, embalado pela água fria, algumas vezes suja, algumas vezes limpa, até que um dia foi içado do lodo e sentiu-se rodando num torvelinho estonteante na bateia de um garimpeiro.
Fora achado, escolhido para terrível e bela missão .
Quanto sofrimento passou. Sentiu tirarem lascas de seu corpo, e a cada lasca que perdia, após uma dor lancinante, percebia que uma luz brilhante o penetrava.
Após o calvário da lapidação, toda sua casca suja, adquirida nos milênios de contacto com a terra, fora retirada.
                Polido, pelas mãos do ourives, podia agora apreciar seu próprio brilho, refletindo a luz solar.
Tornara-se um diamante lapidado, um belo brilhante de muitos quilates.

Assim também é nossa alma, que vinda do Todo se turva na experiência terrestre para, lapidada pelas mãos do Criador, poder refletir a Luz Divina.

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