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Reunião na Biblioteca

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eu e a Poesia



 Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos



        Meus primeiros versos, escritos a medo, pois o seminário religioso não admitia alunos poetas porque a poesia de nada servia para a vida sacerdotal, foram de cunho religioso e dedicados a Nossa Senhora. Não os guardei, mas lembro perfeitamente que agradaram a um clérigo poeta vindo de outra congregação de religiosos para a dos Padres Estigmatinos, e que vaticinou-me: o senhor vai ser um poeta de verdade.
Profecia cumprida. Há mais de 60 anos assumi o grato dever de poetar, publicando meus sonetos e poemas nos jornais, revistas e semanários da terra piracicabana, cuja conseqüência foi a edição de 7 livros de poesia e contos, distribuídos aos milheiros ao povo de Piracicaba e, ao que sei, aprovados por ele, tanto que a Academia Piracicabana de Letras me honrou com o significativo título de “Príncipe dos Poetas Piracicabanos”. Guardo-o com carinho, com alegria, como troféu e prêmio maravilhoso aos meus longos e felizes anos dedicados à arte escrita e rimada dos Bilacs, dos Raimundos Correia, dos Guilhermes de Almeida, dos Gustavos Teixeira, dos Franciscos Lagreca, das Marinas Tricânicos e de outros mais que dignificam a poesia desta terra, chamada que foi, de Atenas Paulista.
O professor universitário de literatura de São Paulo, Hildebrando de André, meu companheiro de seminário no Colégio Santa Cruz de Rio Claro, em correspondência trocada entre nós, afirmou sempre que Piracicaba era uma terra privilegiada, uma terra de poetas verdadeiros, um santuário de poesia – dizia ele – que tem a graça de contar com a cooperação feliz dos seus jornais matutinos, semanários, ou revistas, aqueles oferecendo semanalmente uma página de sua edição à poesia dos seus poetas, como podemos ver na sexta-feira, em A Tribuna e aos sábados( foi suprimido) no Jornal de Piracicaba, a cargo dos escritores Ivana Maria F. de Negri e Ludovico Silva.
Poucos têm a felicidade de ver seus poemas e ou sonetos publicados durante seis décadas para mais, por isso me julgo honrado pelos nossos jornais, dignificado pelos leitores da minha terra, realizado na arte dos versos, estrofes e rimas, graças à compreensão dos diretores, editores, paginadores, distribuidores, leitores e todos quantos trabalham para nos entregar a cada manhã, um nobre jornal como o Jornal de Piracicaba, a Tribuna de Piracicaba e o semanário Folha Cidade, todos acolhedores incontestes de minhas elucubrações poéticas de mais de 60 anos.
E diante de tão flagrante acolhida, diante do respeito que em Piracicaba a Poesia merece, diante da proliferação da arte que dignificou poetas como Dante, Shakespeare, Victor Hugo, Olavo Bilac, Gustavo Teixeira, Vicente de Carvalho, Guilherme de Almeida, Camões, e uma infinidade de nomes gloriosos e reais poetas, eu me curvo em dar graças a Deus, Poeta Criador do Universo, do Homem e do Amor, por haver premiado o mundo de Poesia e Poetas, e agradecer igualmente aos poetas do mundo e do universo por terem aprendido a Poesia de Deus, e por lhe darem continuidade até a consumação dos séculos, com tanta dedicação e tanto carinho como merece essa graça de Deus.
A Poesia é a história dos povos, escrita em estrofes, em versos, em baladas, em sonetos, em poemas, em rimas. Numa linguagem sublimada, figurada, sintetizada, onde falam mais a alma e o coração do que as datas, os fatos, as personalidades, a ciência. Ser poeta é ser beija-flor: sugar o mel da vida, ao librar das asas sempre no espaço e sem tocar o desencanto do solo. É sonhar que se é angelical e não ser nunca envolvido pelo pó. Ser beija-flor, cujos beijos pousam sobre qualquer tipo de flor, sem olhar para a cor, sem olhar para as alturas em que ela bebe a luz do sol, buscando sempre o dulçor melífluo que se esconde no âmago de cada uma delas. Ser poeta é isso: buscar sempre o que é belo, cantar sempre as harmonias das coisas e da vida, ter os pés na terra, mas o olhar nas alturas do  infinito. Poesia há de ser alegre, pois se for triste não será poesia, será dor.
São mais de 60 anos que poetizo. São mais de 60 anos que me sinto feliz, pois a minha poesia rendeu frutos, foi lida, foi julgada, foi amada. Haja vista que se tempos atrás os poetas eram raros como os diamantes, hoje eles florescem como seara e a poesia deles espalha um perfume de beleza, de sonhos, de encantamento.
        Graças a Deus, a picada que tentei abrir está transformada em caminho florido.

Um comentário:

Dirce Ramos de Lima disse...


mas, sempre jovial e querido principe, não é verdade que até a dor, transformada em poesia, é mais suportável?