As reuniões do Grupo Oficina Literária de Piracicaba são realizadas sempre na primeira quarta-feira do mês, na Biblioteca Municipal das 19h30 às 21h30

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Reunião na Biblioteca

terça-feira, 31 de julho de 2012

Texto de Ruth Carvalho Lima Assunção - Homenagem


Entrega da Medalha de Mérito Cultural aos que se destacaram na promoção da cultura no ano de 2011


IVANA*

O sono foi me apagando, mas em alguns segundos, levemente ainda consciente, momentos daquela noite iam-se delineando em minha mente como num filme, em quadros que se sucediam, contando as razões desse grande encontro no Teatro Municipal de Piracicaba.
Na sala requintada todo o aparato para o início de uma grande manifestação no sentido de prestar justas homenagens ao talento e dedicação dos artistas que no ano mostraram ser os melhores, que muito deram de si para a grandiosidade de sua arte, de seus malabarismos talentosos que hoje culminam em homenagens.
Em seu espaço a locutora com voz firme, empostada, foi desfilando em nossos ouvidos as ocorrências e magnitude dos desafios encontrados para se chegar a uma empreitada dessa envergadura.
Ivana, a escritora e poetisa da hora, fez o que fez, abrindo e ampliando o espaço da poesia e da prosa, fazendo crescer em número e qualidade o rol de gente boa e genial que desponta a cada dia, brincando com as palavras, arquitetando castelos e sonhos.
Ivana se apresenta, como sempre, com aquela equidade de todos os momentos em seu patamar de majestade.

PARABENS, você merece.

*Agradeço à amiga Ruth pelas palavras de carinho



domingo, 29 de julho de 2012

Que livro você está lendo?

Gustavo Jacques Alvim é vice presidente da Academia Piracicabana de Letras

Estou iniciando a leitura do livro “Código da Vida”, cujo autor é um dos mais renomados e brilhantes advogados em nosso País, que ocupou também altos postos como o de Consultor Geral da República e o de Ministro da Justiça.  Confesso que, como advogado que sou, chamou-me  a atenção, passeando pelo interior de uma livraria em São Paulo, o título, porque havia nele a palavra Código, muito comum na área do Direito.  Contudo, surpreendi-me quando, lendo a orelha dessa obra, soube que se tratava de autobiografia, que, no subtítulo trazia a expressão: “fantástico litígio judicial de uma família: drama, suspense, surpresas e mistério”. Como sempre apreciei os artigos de Saulo Ramos em artigos publicados na “Folha de São Paulo”, não tive dúvida, adquiri o livro de 485 páginas, publicado pela Editora Planeta do Brasil, em 2007.   Li os primeiros capítulos e estou gostando. É daqueles que a gente começa e não quer parar!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mérito Cultural 2012 - Literatura


TROFÉU “FABIANO RODRIGUES LOZANO”Jamil Maluf
DANÇA – Medalha “Iris Ast” Hélio Bejani
ARTES PLÁSTICAS – Medalha “Umberto Silveira Consentino”Eduardo Borges de Araújo
MÚSICA – Medalha “ Prof. Olênio de Arruda Veiga”André Micheletti
ARQUITETURA – Medalha “Serafino Corso”Celso Duarte 
LITERATURA Medalha “Profª Branca Motta de Toledo Sachs”Ivana Maria França de Negri
ARTES CÊNICAS – Medalha “José Maria Carvalho Ferreira”Laura Kiehl Lucci (em memória)
ARTES VISUAIS E FOTOGRAFIA – Medalha “Cícero Correa dos Santos”Willian Hussar
FOLCLORE E TRADIÇÕES POPULARES – Medalha “João Chiarini”Odete Martins Teixeira
GAZETA PIRACICABANA
Linguagem Viva

Tribuna Piracicabana

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dia da Vovó

Na casa da vovó pode tudo!
Ivana Maria França de Negri

            De todos os títulos dos quais já fui chamada na vida, nenhum me deu mais prazer e alegria do que ser chamada por minhas netinhas de vovó!
Soa tão doce, vindo de criaturas com jeitinho de anjo que a gente ama muito além da paixão.
E quando a experiência dos anos vividos nos lega a sabedoria do que é realmente importante nesta vida, é preciso aproveitar ao máximo.
Na casa da avó inexiste a palavra “não”. Tudo pode, desde que não seja perigoso. Pode fazer bagunça, espalhar brinquedos, pegar as bijouterias para brincar, pode comer chocolate e acabar com o pote de biscoitos (espero que meus filhos, genro  e nora não leiam esta pequena crônica...)
Mas os netos sabem que na casa da avó podem ficar à vontade e fazer toda estrepolia que quiserem. Os pais, sim, devem estabelecer normas para a educação. Casa dos avós é só para curtir e brincar. Sempre tem chocolates, balas, ovinhos com surpresas dentro e novos brinquedos. Pode ficar de molho na banheira pelo tempo que quiserem. Vovó não fica brava se molharem o chão e deixa até que mexam no computador.
Tão doce, tão gostosa de ouvir, essa palavrinha pequena, sonora, de uma sílaba só: “Vó”!!!

LUIZA
Patricia Neme


A semente do meu ventre
semeou-se em outro ventre...
E o tempo formou Luíza,
razão do meu bem querer.
Teci barcas de esperança,
pus-lhes velas de sonhares
e tracei tantos caminhos
pra com ela, viajar.
Pensei niná-la em meus versos,
quando a lua se achegasse;
com ela, cantar manhãs,
nas horas que clareassem.
Quis mostrar-lhe as filigranas
bordadas pelas aranhas;
e o compasso enfileirado
das formigas, em campanha.
Com ela contar as sendas
demarcadas por estrelas;
e ensinar-lhe as orações,
como aprendi a dizê-las.
Sonhei que meu colo fosse
o abrigo, porto-seguro;
onde ela ouvisse as histórias
do passado e do futuro.
Quis banhá-la com carinho,
vesti-la com meu amor;
ensinar-lhe a ser ternura,
com bichinhos, gente ou flor.
Porém, a mão do destino,
que eu jamais pude entender,
podou a vó que me habita...
E Luíza, não vi crescer.
Se Deus, um dia, permite,
que Luíza eu acalente?
Ou só tristeza e saudade
serão meu pão permanente?
Pequena, onde a vó esteja,
meu coração te reclama;
entende, embora a distância,
a vó te ama... Te ama!


(in TEMPOS)

O QUE É UMA AVÓ...
Maria Cecília Graner Fessel
 

 
Uma avó é um pote doce de mel
Ofertando-se amorosa às abelhinhas
Suave como nuvens ou espumas,
Lembra o antigo lar das criancinhas.
 
Avó é um coração batendo manso
Um colo acolhedor só de ternura
A vigiar dos netos o descanso
Ou sempre atento a cada travessura.
 
Avó tem olhos especiais, brilhantes,
Pois diante dela há vida em esplendor.
Nos ouvidos as frases balbuciantes
São melodias de um compositor.
Uma avó tem mãos só feitas de seda
A curar dores e afagar cachinhos
É de esperança sua vida leda
Ao ver um neto andar com seus pezinhos.
 
Uma avó é água fresca, é calor,
É um fruto maduro a virar semente,
É quem espalha a paz só de contente
É o rejuvenescer do próprio amor!


 
FAZ-DE-CONTA
 Dirce Ramos de Lima



       Como é bom brincar
                  de faz de conta
                   nesta vida tonta
                   onde nada é certo:
                   tudo é talvez!
    Começa com
                   era uma vez
                   e acontecem
                   aventuras e desventuras
                   em palácios e floresta encantadas,
                   bruxas malvadas,
                   reis, príncipes,
                   princesas e fadas,
      para chegar ao tradicional enlace
      onde serão felizes para sempre
      mesmo que,neste mundo louco,
        até o que é eterno
               dure tão pouco.....


quarta-feira, 25 de julho de 2012

ESCREVER


                         

                                                                       Pedro Israel Novaes de Almeida

              Escrever é bem mais complicado e consequente que falar.
            Contratos e acordos, ultrapassada a tênue e incerta credibilidade da antiga  “palavra empenhada”, são escritos, com direito a testemunhas, garantias e registro. Há escritos de toda ordem, comerciais, literários, científicos, opinativos, poéticos, narradores, etc.
            Há arranjadores de textos, comuns nas redações de jornais e revistas, que partem de fragmentos de notícias e opiniões para a elaboração do texto final.  Tornam a informação mais completa e compacta.
            Há penas de aluguel, que geram textos sob encomenda de terceiros, interessados comercial, política ou pessoalmente nas repercuções das obras. Quando tais textos visam desmerecer pessoas ou demolir conceitos, os autores podem ser comparados a mercenários da escrita.
            Escrever pode significar meio de sobrevivência, forma de colaboração ou simplesmente deleite, quase necessidade pessoal. Cento e dez por cento dos textos publicados são oriundos de autores não remunerados, que escrevem por necessidade de foro íntimo, seja prazer ou compartilhamento de idéias.
            Escrever com regularidade retarda a ferrugem cerebral e fustiga a criatividade, obrigando ao raciocínio. O primeiro beneficiário da escrita é o próprio autor.
            A elaboração de textos segue o ritmo e o rumo das idéias, e não é raro alguém sentar-se ao teclado com ânimo de condenar algo e terminar por apoiá-lo. Existe entre nós o falso conceito de que o rebusque valoriza o texto. É fácil escrever difícil, e é difícil escrever com simplicidade e acerto.
            A escrita começa pela leitura, hoje pouco praticada. As frases escritas estão sendo substituídas por torpedos e as palavras transformadas em abreviações enigmáticas.
            A pirataria via internet dissemina livros e tratados, tornando milagrosa a sobrevivência de autores, hoje forçados à busca de patrocínios ou venda quase circense de palestras e participação em debates. A boa nova fica por conta da progressiva diminuição do preço do livro impresso.
            Autores de livros didáticos tornam-se cada vez mais raros, pela disseminação de apostilas, generalizadamente adotadas. A onda já ameaça o ensino superior.
            Apesar dos novos tempos, a escrita continua reunindo adeptos, atraindo leitores, incentivando debates e disseminando culturas. Em tempos de liberdade, escrever é documentar um momento da história, materializar opiniões, críticas e sensações.
            Não é verdade que, enquanto houver leitor, haverá alguém escrevendo. Findos os leitores, continua a escrita, até que alguém, no futuro, a descubra, no fundo solitário de uma gaveta qualquer.

terça-feira, 24 de julho de 2012

A pomba e o funeral



Ivana Maria França de Negri

Durante o funeral do Cardeal Dom Eugênio Salles, muita gente ficou encantada com a aparição de uma pomba branca que ficou encarapitada no caixão e de lá não saiu até terminarem as homenagens funéreas. Foi capa de jornais no mundo inteiro.
Todos os noticiários televisivos e impressos, revistas, estamparam manchetes e a foto do caixão com a dócil pomba pousada sobre ele.
As pessoas comentavam extasiadas: “é uma mensagem divina”, “é um recado do Espírito Santo”, “é enviada dos céus”, e por aí... Um padre até falou a uma repórter que a pomba que não se desgrudou do caixão do Cardeal era um “sinal de Deus”.
Mas no domingo, o Fantástico desvendou o mistério. Um homem confessou que comprou o filhote de pomba especialmente para levar no evento. Na primeira tentativa de soltura, a ave ficou empoleirada nos ombros de um dos carregadores do esquife. Ele a pegou novamente, e no segundo arremesso, ela caiu sobre o caixão e de lá não mais saiu. E não poderia agir de outra forma, pois nasceu em cativeiro, nunca a ensinaram a voar e sempre recebeu ração de mãos humanas, por isso não temia as pessoas à sua volta. Como estava assustada, ficou ali, esperando que alguém viesse pegá-la para dar ração, como sempre fizeram em sua gaiolinha onde nasceu.
Uma judiação o que fazem com essas aves. Quando uma pessoa precisa do “símbolo da paz”, vai num desses aviários e as compram. São vendidas a preços irrisórios para serem soltas em ocasiões especiais como ano novo, batizados, primeira comunhão, missas, e depois, ninguém mais sabe delas, ficam ao “deus dará”.
Não sei se alguém se lembra, quando da abertura dos jogos de Seul, soltaram centenas de pombos, que não sabendo aonde ir e com medo dos fogos, a maioria pousou  bem na beira da pira olímpica. Não é preciso dizer que na época, houve muitos protestos das Ongs protetoras de animais pelo verdadeiro “churrasco de pombos” que acabou acontecendo. Um desastre!
Quando é conveniente para as pessoas, as pombas são símbolos da Paz, mensageiras de bons fluídos, mas quando não é, dizem que são ratos de asas, que só trazem doenças e devem ser exterminadas por serem ameaça à saúde pública. Vai entender a incoerência do ser humano...
Voltando à pombinha do funeral, alguém disse que a viu dias depois pousada nas vigas da catedral. Outros, dizem que assim como “surgiu dos céus”, a pomba desapareceu misteriosamente. Será que creem que foi arrebatada?
Imagino o que pode ter ocorrido com ela. Ficou ali por horas, todo mundo admirado pelo “milagre divino”, mas não vi ninguém se preocupando em lhe dar água ou ração. Fico pensando se todo esse auê seria o mesmo se a pomba fosse cinza ou de outra cor. E se um urubu pousasse no caixão, diriam que era mau agouro? Tudo isso é uma bobagem muito grande porque todos os animais são iguais perante o Criador. E por que a paz tem que ser representada pela cor branca? Por que a paz não pode ser preta, amarela, verde, azul ou vermelha?
Enxotada do recinto depois que o funeral terminou, sem saber para onde ir num mundo desconhecido para ela até então, e não sabendo onde arrumar alimento, a pobre pombinha pode ter sido atropelada no trânsito caótico do Rio de Janeiro ou devorada por algum gavião.
E como sempre acontece, o símbolo da Paz foi esquecido assim que o caixão baixou à tumba.

domingo, 22 de julho de 2012

Poesia ao Vento - Guimarães Rosa

(foto - arquivo de Ivana Negri)

João Baptista Athayde, Irineu Volpato, Ivana Negri, Carmen Pilotto e Silvia de Oliveira com a professora de literatura Teresinha Malta, de Rio Claro, que deu maravilhosa aula sobre a vida e obra de Guimarães Rosa no SESC

sábado, 21 de julho de 2012

Que livro você está lendo?


Escritora Esther Vacchi

Estou lendo o livro “Saúde Visual por toda a vida” da Editora Cultrix, com 227 paginas.
A biografia é do autor Meir Schneider, que fala da sua experiência vivida.
Ele nasceu com catarata e outros problemas que afetaram a sua visão. Depois de algumas cirurgias, pensava que iria ficar cego para sempre.
Aos 17 anos começou a praticar um sistema de exercícios oculares e ficou curado da cegueira congênita. A partir disso, Meir passou a ajudar as pessoas com problemas de visão.
Este livro é muito mais do que um guia de exercícios, é autocura. Através dele, o autor nos ensina os exercícios para reabilitar a visão de modo natural, melhorando a qualidade da saúde visual.
Estou praticando alguns exercícios e já obtive resultados satisfatórios.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Comemoração do Dia Nacional do Escritor na área de lazer da rua do Porto (21/07/2012)

Vários grupos literários de Piracicaba terão representantes no evento: Academia Piracicabana de Letras, Centro Literário de Piracicaba, Clube dos Escritores de Piracicaba, Grupo Oficina Literária de Piracicaba, Poesia ao Vento e Sarau Literário Piracicabano
Ana Marly, Esther Vacchi, Edson Di Piero, Carmelina Piza, Ivana Altafin, Ivana Negri, Madalena Tricânico, Leda Coletti, João Athayde, Esio Pezzato e Raquel Delvaje

Escritores piracicabanos irão comemorar seu dia com um evento na área de lazer da Rua do Porto, das 9h às11h, dia 21 de julho, sábado.
Árvore de livros
Haverá declamação de poemas, varal de textos, distribuição de livros autografados, contação de histórias, dramatizações, música a cargo do tecladista Coimbra e a presença do ônibus da biblioteca.
Evento aberto ao público e realizado pelos grupos literários de Piracicaba.

Distribuição de livros

Ana Marly, Raquel Delvaje, Ivana Negri, Leda Coletti, Carmen Pilotto e Aracy Duarte Ferrari

Blog da Academia Piracicabana de Letrashttp://academiapiracicabana.blogspot.com.br/2012/07/comemoracao-do-dia-do-escritor-em.html
                                             

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Projeto Livro com Pezinhos


Ivana Maria França de Negri  e
 Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto

As escritoras Ivana Maria França de Negri e Carmen Maria S. Fernandes Pilotto apresentaram seu projeto "Livros com Pezinhos" durante  evento na Academia Piracicabana de Letras, entidade da qual fazem parte como acadêmicas.
As ilustrações do projeto são de Renato Fabregat.

domingo, 15 de julho de 2012

Caderno de receitas


Ivana Maria França de Negri

Dia destes, tentando me lembrar de uma receita de bolo, ao invés de digitar no Google, resolvi ressuscitar um antigo caderno esquecido numa gaveta.
Sentei-me para folhear com calma suas páginas amarelecidas, algumas até manchadas por algum descuido da cozinheira, talvez por uns pingos de calda, gordura de manteiga, não deu para reconhecer a origem do líquido respingado.
Emocionei-me ao reconhecer a caligrafia de minha mãe. Letra redondinha e bem torneada, típica letra de professora. Fui virando as páginas e fartando-me de doces lembranças, de aromas, de sabores, de doçuras feitas por mãos encantadas.
Havia receitas de sonhos recheados, de bolos de chocolate, tortas de nozes e bolos cremosos de fubá. Algumas continham os dizeres: “receita de minha mãe”, isto é, a mãe dela, minha avó.
Imagino quantas vezes essas receitas foram consultadas e reproduzidas em panelas, tachos, assadas em fornos a lenha ou a gás. Não havia ainda a praticidade do forno elétrico ou do microondas.
E as gostosuras sucediam-se, arroz doce, beijo-de-mulata, pavê, cocada de sol, pão de mel, fios de ovos e geleias. De dar água na boca...
Até a receita da tradicional cufa alemã, especialidade de minha Tia Antoninha, quase pude sentir o gosto! Ela assava, colocava quentinha na mesa e acabava na hora! Não sobrava um só farelinho de tão deliciosa. Sempre acompanhada de um café fumegante, doce e encorpado.
E havia as roscas trançadas e polvilhadas com açúcar cristal, manjares, massas folhadas... No Natal era tradição fazer panetones, rabanadas, e o grispede, uma espécie de massa frita, receita italiana.
Minha madrinha, tia Linda, era especialista em balas de coco e de café e  incumbida de fazê-las em todas as festas familiares. Ela “puxava” a massa branquinha, mistura de leite de coco, açúcar e gotas de limão. Depois cortava com tesoura os quadradinhos que eu roubava enquanto ainda quentes. E ela dizia: “espere esfriar!”. Mas o gostoso mesmo era devorar as molengas balas recém cortadas.
As de café eram outra delícia que minha madrinha fazia, e havia também as balas de ovos, bem mais trabalhosas porque a massa de coco tinha que ser envolvida em fina calda de açúcar. O segredo era encontrar o “ponto de bala”. Se ficasse muito mole, escorria, se passasse do ponto, as balas ficavam duras demais.
O pudim de pão velho era receita de minha mãe. Ninguém podia imaginar que um punhado de pão duro amanhecido pudesse virar uma iguaria tão fina e saborosa.
A especialidade da tia Vivica era o quindim lustroso, amarelinho e forrado de flocos de coco na base. Um manjar dos deuses!
E curiosamente, éramos crianças saudáveis e magras. Nada daquilo engordava, apenas adoçava nossa infância. Época em que comer era sagrado, toda a família reunida ao redor da mesa.
Quando dei por mim, haviam se passado horas! Mergulhei naquelas páginas, afundei no marshmallow, me derreti nos sequilhos, me lambuzei em alfajores, bom-bocados, glacês, embriaguei-me com geleias de pinga, rememorei o gosto de infância, e redescobri pedaços de vida de minha mãe, minha avó, tias e madrinhas queridas.
Apenas um caderno de receitas... Segredos culinários que passaram de geração em geração, verdadeiras liturgias celebradas ao pé do fogo, que aqueciam o coração, abrandavam a alma e tornavam a vida mais doce.
Clique nos links abaixo:

sábado, 14 de julho de 2012

Que livro você está lendo?

Escritora e poetisa Aracy Duarte Ferrari

ÁGAPE
Autor - Padre Marcelo Rossi
Editora - GLOBO

“Ágape- Amor Divino e a razão da existência humana”

O autor tem como referência e ponto de partida, reflexões de passagens bíblicas, com ênfase no evangelista São João. Enriquece sua obra citando testemunhas de vivências cristãs: Papa Bento XVl , Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Gandhi, Nelson Mandela e outros, conseguindo  com êxito que os leitores sejam multiplicadores da fé. Hoje neste mundo conturbado, diz o autor para os cristãos: Passem o amor contagiante, restaurador, sem limites e mergulhem em orações.
Como afirma Gabriel Chalita, escritor, doutor em Filosofia e prefaciador da obra do padre Marcelo que ele conseguiu com mérito fazer-nos ir além do que nossos olhos possam ver....e chegarmos ao recôndito do nosso coração.....para ouvir a linguagem da alma. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

AFORISMO


(foto Google)


Tony Corazza

Olhei para um pedaço do muro de Berlin que havia ganhado de presente e fiquei indignado. O homem conseguiu transformar um ícone da libertação em um produto com valor comercial. O dinheiro destrói e reconstrói histórias, às vezes, fazendo atos heróicos serem esquecidos e imbecis lembrados. Desprezo o homem que é apaixonado pelo valor irreal e degradante do dinheiro. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

CARINHOSO



Olivaldo Júnior

Pixinguinha fez a pauta,
o Braguinha fez o verso
e eu te fiz sentir a falta
que te faço no universo...

Carinhoso não é choro,
não é valsa, nem é samba:
Carinhoso é puro ouro
para a alma que descamba.

Nem Paulinho, nem Marisa,
nem Elis, nenhum dos seus:
Pixinguinha é que é a brisa
quando o vento diz: Adeus!...

domingo, 8 de julho de 2012

1o Encontro Cultural da CAF/2012

Um grupo de voluntários maravilhosos que ajudam a diretoria da CAF a promover o ser humano, nascendo poetas, bailarinos, cantores, musicistas, atores, e o mais importante, forjando o caráter e dando um futuro melhor para essas crianças e adolescentes.
Parabéns a todos os envolvidos, que são muitos, em especial à Elenice, incansável batalhadora da CAF.
1o Encontro Cultural da Casa do Amor Fraterno (CAF) - entrada
Elenice D´Abronzo fazendo a abertura do encontro cultural
Apresentação do Coral da CAF
Grupo de Poesia da CAF
Música e dança
Banda da CAF
Músicos da CAF
Grupo de Sapateado
Grupo do Balé Juvenil
Balé clássico infantil
Grupo de Dança de Salão
Grupo de Teatro da CAF
Grupo da Educação Ambiental
Parte dos voluntários da Casa do Amor Fraterno
Evair e crianças que frequentam a CAF
Escritoras Carmen e Ivana, do GOLP, presentes no evento





sábado, 7 de julho de 2012

Premiados no Segundo Concurso de Microcontos de Humor de Piracicaba

Comissão de seleção e premiação do Segundo Concurso de Microcontos de Humor de Piracicaba que se reuniu nas dependências da Biblioteca Municipal: Ivana Maria França de Negri, William Hussar, Carla Ceres Oliveira Capeleti e Josiane Maria de Souza, faltando na foto o jurado Jaime Leitão
Microcontos premiados:
1o lugar: Maria Clarice Sampaio Villac de Campinas
OFF-LINE
Vaidoso, vivia nas redes sociais.
Um dia, ao se buscar no Google, teve uma crise de identidade...Sem backups, acabou se deletando.

2o lugar: Rita de Cássia Rocha Teixeira
FOME
Chegou cansado e faminto. Tinha olhos apenas para a geladeira, que reservava idolatrada torta. Surpresa! Gritaram farelos debochados.

3o lugar: Rui Trancoso de Abreu
MÁQUINA DO TEMPO
Queria voltar ao passado. Construiu a máquina; ligou e vapt. Viu-se no escuro e pegajoso. Ouviu bem próximo: Cesariana?



A cerimônia de premiação acontecerá no anfiteatro da Biblioteca Municipal no dia 25 de agosto, às 16h, horas antes da abertura oficial do 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, no Engenho Central.




SERVIÇO – Cerimônia de premiação do 2° Concurso Literário de Microcontos de Humor, sábado, 25 de agosto, às 16h, na Biblioteca Municipal (rua Saldanha Marinho, 333, Centro, Piracicaba). Entrada gratuita. Informações: (19) 3403-2615, contato@salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br ou www.salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br. 


Assessoria de imprensa do 39º
Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Marcela Delphino | marcela.delphino@gmail.com | (19) 9645-0009
Rodrigo Alves | rasilva@gmail.com | (19) 9147-5733

quinta-feira, 5 de julho de 2012

FLORES NAS JANELAS


Christina A. Negro Silva


      Dizem que os olhos são as janelas da alma. Não há ditado melhor para definir meus sentimentos sobre a Itália...minha alma voltou de lá florida, como as janelas das casas italianas. Não somente as fenestras são enfeitadas – portas, escadas, até pontes são adornadas com flores.  Os olhos dos passantes ficam sorrindo e pelas ruas vão seguindo outros encantos – uma caminhonete minúscula, parecendo de brinquedo, carregada de caixas de maçãs; um cachorro diferente, mas simpático ao nosso chamado; as montanhas suntuosas; oliveiras ao sabor do vento, roseiras multicores nos jardins públicos e particulares; as parreiras impecáveis amadurecendo vinhos; as fontes de água boa e cristalina nas piazzas, nos parques, entre arvoredos, nas ruas. Impossível manter-se indiferente, sem soltar um oh ! que lindo ! Outros sentidos também ficam aguçados – olores variados de flores, temperos, plantas do campo, abrem caminho para o paladar degustar sabores incríveis – um café macchiatto, o indescritível tiramissu ,  as tortas de mil folhas com creme de baunilha saborosíssimas, as pastas al dente, o gelatto ( depois de provar o sorvete de cereja fresca, não me atrevo mais a pedir este sabor nas sorveterias – quero guardar para sempre aquela  sensação  travessa de saborear algo único na vida ).
           Puxa, desculpe-me,  amigo leitor, estava tão ansiosa para escrever as minhas impressões sobre a Itália que nem me dei conta de que não fiz as apresentações necessárias para a leitura desta crônica. Pois bem, depois de anos ensaiando uma viagem de retorno às origens italianas (meus quatro avós eram italianos), finalmente, tirei quinze dias de férias e fui conferir tudo o que, em sonhos, imaginava sobre a terra de meus nonos. Confesso que encontrei muito mais do que ousei sonhar, ainda bem ! Minha nonna Emma costumava dizer que tudo era bonito, mas como viera muito criança para o Brasil, às vezes, sua memória a traía e ela misturava as paisagens. Ela veio de Pádua (Padova, em italiano, a terra de Santo Antonio), local muito próximo de onde fiquei hospedada por 10 dias  e posso dizer, com certeza, que minha nonna não fez propaganda enganosa – a paisagem de folhinha (alguém se lembra ?) nos cercava e acompanhou-nos por toda a nossa estada naquele belo país. Uso o “nós”, porque fiz parte de uma excursão de descendentes de tiroleses de Piracicaba e de outras cidades do Brasil que viajaram para ver ou rever seus parentes que ficaram por lá. Tive sorte, fui bem acompanhada e a viagem tornou-se ainda mais prazerosa – nada como estar rodeada de pessoas alegres, educadas e prontas para tudo, de bom, claro !
Nesse período, tivemos um tour bem variado:  conhecemos Roma a pé...meu Deus, acho que nunca andei tanto na vida ! Chegava ao hotel exausta, um banho e cama. Como não emocionar-me com os afrescos da Capela Sistina ! ou apreciar os detalhes da “Pietá” ? ou aguardar pacientemente nas filas de acesso à Basílica de São Pedro, ao Museu ?  e tomando sol de verão na praça do Vaticano! Roma é uma cidade engraçada, contemporânea, normal, cheia de prédios e lojas e ... de repente, no meio de tudo – um monumento do passado – a Fontana de Trevi , contrariando o que sempre imaginei, fica prensada entre edifícios, e só não é acanhada, porque é de uma beleza ímpar e atrai para si toda a atenção dos turistas (se bem que muitos estavam mais interessados nas lojinhas ao redor  -  tempos de consumo !).
De Roma a Assis, uma cidade medieval no século XXI. Novamente, impossível não sentir emoção à flor da pele. São Francisco de Assis tem um carisma extraordinário ainda hoje – rezar sua oração da humildade dentro da sua igreja é um privilégio do qual não abri mão e abri meu coração para as lágrimas correrem à vontade. Que força espiritual maravilhosa, que cidadezinha linda, que paisagem deslumbrante ! Flores e mais flores nas ruas, janelas, paredes de pedra.
     Veneza, então, é uma coisa de louco! Literalmente. Aquela muvuca de gôndolas, barcos, lanchas, ferryboat e sei lá mais como chamar os transportes marítimos ali...ai, meu Deus, agora vai bater...vupt ! que fina! os gondoleiros garbosos (o nosso era também cantor dos bons !) mostram toda sua habilidade naquele trânsito maluco. As ruelas entre o casario medieval, em terra, também são lotadas de transeuntes, as lojinhas de souvenires idem. Onde achar um banheiro ? ou um banco para descansar as cansadas pernas ? Missão difícil ! Naquele dia nessa magnífica cidade-ilha, houve um terremoto – 3 pontos e meio na escala, percebido por alguns companheiros da excursão. No momento, estávamos passeando de gôndola e nem o iríamos sentir tal o chacoalhar de ondas do grande canal. Aventuras de turista para guardar para a posteridade.
Horas de trem bala pela Toscana foram outro presente para os descendentes dos imigrantes italianos. Marcas do recente terremoto em alguns lugarejos, rolos de feno a perder de vista pelos pastos, plantações douradas de trigo que me remanesceram trechos de “ O pequeno príncipe”, uma vasta planície verde e agriculturável totalmente ( nosso código florestal não teria sucesso ali, não. Plantações de videira, principalmente, nas encostas dos morros, deixaria com vertigem os ecologistas brasileiros mais extremados).   De repente, norte da Itália, gigantescas montanhas emparedando as cidades da região de Trento. As imponentes dolomitas sustentando os Alpes...Ah, a neve ! que espetáculo raro para mim, voltei a ser criança, jogando bolas geladas nos colegas, recebendo outras, afundando o pé nos montes brancos e fofos, observando entre fascinada e respeitosa os picos alvos dos Alpes e as fronteiras – logo ali, Áustria, Alemanha, mais adiante, a Suiça. Aulas de geografia ao vivo e em cores, apesar do branco liderar absoluto.
De Trento, partíamos todos os dias bem cedo para conhecer outros locais igualmente maravilhosos – o lago Smeraldo, gelado, formado pelo derretimento da neve no verão europeu; o santuário de São Romédio – edificado sobre um penhasco, cuja subida já era uma promessa a ser cumprida. Paisagens de tirar o fôlego – castelos remanescentes do período feudal, suntuosos no alto das montanhas menores, os vales emoldurados por rios verde-acinzentados ( forte presença do calcário ) , espessos e velozes, sinuosos pela paisagem verde, florida; a travessia de balsa de Riva del Garda para Limone, um lugarejo incrustrado na montanha, de uma beleza singular. Classifico-o em primeiro lugar no item - “paisagem de folhinha”. Sentar em frente à lagoa, saboreando um spritz no fim de tarde ... que tudo !
      Agora, um destaque à parte para os tiroleses ! Que povo hospitaleiro, alegre;  junto com eles revivi cenas de minha infância: minha família sempre esteve rodeada de parentes para reuniões festivas – jantares, almoços, onde havia abundância de comida, vinho bom e música. Assim como lá. Bateu-me uma sensação de deja vu e  entrei no clima : comi, bebi, cantei, chorei, lavei a alma ! Saudades de meus queridos que já se foram, mas que me deixaram de herança essa paixão por tudo o que nos toca e faz bem ao coração – marca latina da qual muito me orgulho. O coro La Tor, formado essencialmente por homens, parece ainda ecoar em meus ouvidos – que afinação ! que harmonia ! quantas saudades !
      Tenho ainda muito mais para dizer sobre este país que, se não é meu de nascimento, sempre o foi de minha cultura doméstica – cresci ouvindo histórias de lá, cantando as músicas folclóricas e populares da Itália, aprendendo os aromas da culinária italiana, apreciando o bouquet de bons vinhos, degustando as sobremesas deliciosas e seus cafés cheios de personalidade. Vou finalizar este texto, porém. Outro dia, volto a abrir o relicário da minha alma para contar um pouco mais de onde tudo começou ...