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Reunião na Biblioteca

quinta-feira, 28 de abril de 2011

CASAMENTO REAL

Pedro Israel Novaes de Almeida

Foi um alívio não havermos recebido qualquer convite para o casamento Real, na Inglaterra.
O casal certamente ficaria ofendido com um simples telegrama, e seríamos forçados à compra de algum presente, tipo garrafa térmica, cinzeiro, joguinho de xícaras ou aquele famoso pingüim para ornamentar a geladeira.
Sairíamos do casório com fome, pois, nas recepções muito chiques, a comida tem nomes estranhos, ingredientes raros e é servida em minúsculas porções, além de recomendarem, os bons modos, não perseguir o garçom, nem ficar postado à saída da cozinha.
A noiva sairá da igreja em carruagem de luxo, puxada por cavalos afrescalhados, repletos de enfeites por todo o corpo. Para manter a tradição da demora, mesmo na Inglaterra, haverá um proposital atraso de trinta segundos, na chegada.
Minhas acompanhantes estranhariam não poder ir ao quarto da noiva, para ver os presentes, espraiados na cama. Dizem ainda que, no palácio, as convidadas não costumam ir ao banheiro em comboio, tipo romaria.
Nosso inglês, ainda que restrito ao ensino oficial, daria para desejar aos noivos um gud futuro, torcendo para que a resposta seja breve e pausada. A família Real é respeitada na Inglaterra, e exerce grande influência, sem precisar submeter-se a eleições, nem prometer cargos, verbas, concessão canais de radio e TV, etc.
Não é fácil pertencer à Realeza. Só nascendo nobre ou casando no palácio. Antigamente, golpes de Estado e guerras geravam nobrezas, mas agora só geram novos mandatários.
Foram convidadas somente 1.900 pessoas, do círculo íntimo do casal. Nem nós nem o próprio Obama estamos na lista. Será um desfile de grifes e trajes personalizados, com as mulheres usando chapéu, mesmo que o tempo esteja nublado. Pareceríamos palhaços, calçando o número 45 daqueles sapatos tipo bico fino.
Teríamos problemas com a segurança, pois lá nenhum agrônomo porta canivete, e nenhum celular parece um tijolo. É proibido brincar com os cães do palácio, e não poderíamos esboçar qualquer reação, caso um deles julgasse sermos um poste.
A noiva não vai jogar nenhum buquê, nem haverá chuva de arroz. Ninguém se atreverá a colocar latas na traseira da carruagem oficial, e os noivos não deixarão a festa, após a coleta de presentes. Na praça, não haverá as intimidadoras ofertas de guardadores de carros, que por aqui privatizaram os espaços públicos.
O Serviço Secreto cuidou da segurança do príncipe, sondando se não existem obesas na família da noiva. Sondou, ainda, se a eleita não possui parente com mandato, em países emergentes.
Pensando bem, foi bom não havermos sido convidados.

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