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Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Poeta não morre, retorna à essência

Poeta não morre: retorna à essência
Maria Iraci Pinto

Na verdade, nós nos vimos pessoalmente duas ou três vezes, nos falamos por telefone e poucas vezes também, mas tínhamos uma ligação muito forte e verdadeiro: Maria Cecília e eu sempre estivemos ligadas pelo amor à poesia, ao amor à vida de poetisas que sempre fomos.
Estávamos ligadas por um elo invisível de amor à literatura há quase vinte e seis anos.
Nos idos de 1981 eu lhe enviei dois cadernos de poesias de minha autoria para que ela analisasse e me dissesse se eu teria futuro. Algum tempo depois, ela pediu que um amigo me devolvesse os cadernos devidamente corrigidos, muito pouca coisa se salvou, mas ela me disse que lesse muito, escrevesse também e que insistisse, pois talento eu tinha, era um diamante bruto que a vida lapidaria se seu me deixasse lapidar. Mandou também de presente seu livro “três Fases” e a dedicatória mais linda que recebi na minha vida:” Maria Iraci – A vida de um poeta nem sempre é poética, mas cabe ao poeta fazer dela uma poesia”, e foi aí, nesse dia 18/06/1981, diante daquele mensageiro dos correios, sentados jovialmente na calçada de minha mãe, no auge dos meus 23 anos, os olhos cheios de lágrimas, jurei que minha vida seria uma eterna poesia a partir dali. E o mensageiro (meu amigo até hoje), disse que eu estava certa.
Nunca mais me afastei da Maria Cecília, e nestes 26 anos colaborei na sua página literária “Palavras e Versos” com o maior prazer. As correções dos primeiros tempos foram se espaçando, espaçando, embora não tenha se extinguido de todo, pois afinal, não tenho grandes estudos até agora e a Maria Cecília sempre exigente e convicta em ensinar aos menos escolados, com a mansitude e maestria da grande mestra das letras.
Não gosto de falar de dores, tristezas e nem faço apologia à infelicidade, por isso, peço licença à queridíssima Maria Cecília Bonachella, e em nome da admiração e amizade mútua, quero falar de sua partida com a alegria que invade o coração de uma filha que retorna à casa paterna para merecidas férias, após anos de pesados estudos.
Sim, Maria Cecília, com certeza os anjos a receberam com cantigas de roda e pincéis coloridos para que você os ajude a colorir nuvens e sonhos.
O rio da vida eterna respinga gotas em você amenizando-lhe a fronte cansada, a brisa suave da eternidade refrigera sua alma refeita do cansaço terreno e o mestre dos mestres, entrega-lhe penas que se soltam das asas dos anjos e tintas indescritíveis, lindas e fluorescentes para que você escreva nas nuvens seus novos e eternos poemas.
Novamente menina, moça, mulher, mãe e avó, mas indisfarçavelmente Poetisa.
Não consigo ver tristeza ou dor numa alma que volta à sua essência Maria Cecília, por isso, falo de alegria, de beleza e de vida, minha queria poetisa, da exuberante felicidade que se vestiu o reduto das almas poéticas eternamente louvando o belo, o bom e encantador, para recebê-la com pompas de uma rainha e na magnitude de sua singela humildade.
Até um dia, se Deus permitir que eu a reencontre.

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