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Com o escritor Ignacio Loyola Brandão

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Reunião na Biblioteca

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O cravo de bronze e a borboleta ferida

O cravo de bronze e a borboleta ferida
Maria Iraci Pinto

Era uma vez um lindo cravo vermelho, que num dia de janeiro desabrochou para a vida em um jardim público, mas um desses artistas excêntricos da modernidade derramou sobre ele uma fina camada de uma mistura de bronze e líquido para imortalizar-lhe a beleza, transformando-o em uma estátua muito bonita.
Por um desses mistérios, que a mente humana jamais desvendará, o coração da planta não endureceu e nem desapareceu o seu perfume, assim, quanto mais triste o cravo se sentia, mais seu perfume se espalhava pelo jardim. Porém, em seu íntimo, ele se tornou frio, e em sua tristeza solitária, sentia em seu interior um prazer mórbido vendo as abelhas e borboletas confundir-se e buscar em suas pétalas condensadas, o néctar que já não existia.
Foram longas manhãs desse prazer vazio com o engano das abelhas e borboletas, e a agonia com o descaso dos pássaros que faziam questão de ignorá-lo.
Até que numa ensolarada manhã de um sábado de verão, caiu sobre as pétalas rígidas do cravo de bronze, uma linda borboleta cor de ouro escuro com listras marrons, e ele percebeu que ela estava machucada, com as asas quebradas.
A pobre borboleta se debatia tanto tentando alçar vôo e bailar no ar como as outras borboletas, que o frio coração do cravo começou a doer, e ele chorou, derreteu o bronze, e formou-se uma película da camada de bronze que colou as frágeis assa do inseto ferido.
Num ímpeto, a borboleta pensou em voar, mas vendo o lindo cravo de bronze, estático, que tristemente exalava sua fragrância no ar, voltou e pousando em sua pétala chorou também.
Então um anjo, que voava por ali, bateu as asas fortemente e o vento que esse gesto provocou, secou as lágrimas deles e a película de bronze que se formou, endureceu, colando para sempre a borboleta e o cravo.
Até hoje, ninguém sabe o nome do escultor que fez esta proeza, criando esta nova obra e questionam: seria Deus ou o Amor?
Pensem, humanos...pensem...

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